ANSELMO FERREIRA
VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
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Violência
Prestes a sediar
importantes
eventos
internacionais,
o nosso amado
Brasil exibe uma
onda de
violência
inaudita. Nem
mesmo nos tempos
do famigerado
regime militar,
do movimento das
Diretas Já ou
dos Caras
Pintadas, que
culminou com a
queda do
Presidente
Fernando Collor,
algo parecido
aconteceu. Na
verdade, o povo
brasileiro quase
sempre primou
pela busca de
soluções
pacíficas para
os seus graves
problemas. De
modo geral,
somos
reconhecidos
internacionalmente
pela nossa
generosidade,
camaradagem e
fácil trato.
No entanto, na
atualidade
observa-se, com
pesar, jovens –
que desfrutam de
condições
excepcionais
para o seu
desenvolvimento
profissional e
cívico -
exibindo extrema
virulência –
especialmente os
chamados Black
Blocs - e
profundo
desrespeito pela
propriedade
pública e
privada. Hordas
de vândalos
usando máscaras
ou toucas
invadem as
principais
avenidas das
grandes cidades
brasileiras, em
encontros
previamente
agendados pela
internet,
destruindo tudo
o que veem pela
frente sem dó e
sem piedade.
Tais atos,
aliás, são
praticados pelo
simples prazer
de destruir e de
gerar prejuízo a
organizações e
modestos
comerciantes que
lutam com muita
dificuldade para
cumprir com as
suas obrigações
legais e
sociais.
Paralelamente,
dezenas de
ônibus são
incendiados -
alvos prediletos
de turbas
desequilibradas
– em todo o
país, inclusive
com pessoas
dentro, como se
fossem os
responsáveis por
certas tragédias
humanas ou
anormalidades
sociais?
Aparentemente, a
disposição dos
perpetradores de
tais crimes é de
apenas lesar o
patrimônio
alheio, pois
causas justas e
relevantes têm
fóruns
apropriados para
serem
encaminhadas
e/ou
reivindicadas.
A propósito, em
recente
editorial, o
prestigioso
jornal Folha
de São Paulo assim
se manifestou: “A
depredação de
patrimônio
público ou
privado, a
título de
protesto contra
os mais variados
problemas, tem
se transformado
numa perigosa e
inaceitável
rotina no
cotidiano
nacional. Se o
direito de
manifestação e
de reunião é
assegurado pela
Constituição,
nem por isso
pode ser
exercido de
maneira
irrestrita. Os
atos devem ser
pacíficos e,
como é óbvio e
desnecessário
dizer, seus
participantes
não são
autorizados a
praticar crimes
de nenhuma
natureza”.
As forças de
segurança, por
sua vez, estão
manietadas em
decorrência de
protocolos
rigorosos, bem
como
dispositivos
legais que as
impedem de agir
com a necessária
contundência
exigida pela
situação e
magnitude dos
eventos.
Portanto, como
entender essa
realidade tão
chocante e que
tem, por sinal,
levado muitos
brasileiros a
manifestarem o
desejo de sair
do país?
Antes de
avançarmos em
nossa análise,
cabe lembrar uma
vez mais que
estamos vivendo
um claro e
insofismável
processo de
transição
planetária,
cujos sinais
estão evidentes
por toda parte.
Nesse sentido, o
Brasil está
inserido numa
teia de mudanças
de escala
global. Não há,
portanto,
nenhuma
evidência que
indique que,
enquanto povo,
estamos,
digamos, imunes
de passar por
dissabores ou
provações
coletivas.
Aliás, seria
muito estranho
se tal coisa
acontecesse dado
que nas leis
divinas não há
espaço para
privilégios de
qualquer
natureza. Como
toda a
humanidade,
também nós
apresentamos
graves paradoxos
que ecoam todo o
nosso atraso
espiritual. Mas
se nos
detivermos na
análise da
gênese dos
eventos acima
descritos, vamos
constatar que
eles são
predominantemente
produzidos por
jovens
destituídos de
causas, metas ou
objetivos
edificantes.
Em outras
palavras, a
violência não é
e nunca será
predicado de
almas que
anseiam pela
evolução humana
ou espiritual.
Basicamente, são
práticas de
Espíritos que
ainda não
conseguem se
ajustar ao
convívio em
sociedade, assim
como manifestar
os seus pleitos
por meio dos
canais
apropriados.
Nesse
aparentemente
longo processo
de transição
espiritual, a
Terra hoje
abriga
considerável
quantidade de
Espíritos
arruaceiros com
insaciável sede
de promover a
destruição por
puro deleite
pessoal. E a
atuação dessas
almas
desajustadas
pode ser
observável em
praticamente
todas as partes
do planeta,
inclusive no
Brasil.
Também eles
estão recebendo
mais uma
oportunidade –
talvez
derradeira – de
mostrar à
Providência
Divina que estão
evoluindo,
aperfeiçoando a
sua conduta,
suavizando as
suas emoções e
impulsos, de
modo a
continuarem
vinculados a
essa morada da
“casa do Pai”.
Mas a observação
dos fatos
permite inferir
que muitos
provavelmente
não conseguirão
tal realização.
Afinal de
contas, ainda
assomam em suas
almas
insofreáveis
tendências e
comportamentos
reprováveis sob
todos os
aspectos.
Posto isto,
Jesus Cristo foi
preciso ao
considerar: “Bem-aventurados
os que são
brandos, porque
possuirão a
Terra” (Mateus,
5:5) e “Bem-aventurados
os pacíficos,
porque serão
chamados filhos
de Deus” (Mateus,
5:9). Diante
disso, não
podemos esperar
que os agentes
dos atos de
violência venham
a iniciar as
suas
transformações
sem o firme
acicate das
leis. Desse
modo, o Estado
brasileiro
necessita
urgentemente
cumprir o seu
papel de
salvaguarda da
ordem e do
progresso, a fim
de que os
Espíritos
voltados ao bem
possam desfrutar
de um ambiente
mais propício ao
seu potencial e
valor.