DAVILSON SILVA
davsilva.sp@gmail.com
São Caetano do
Sul, SP
(Brasil)
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Jesus e os
apóstolos
também
trabalharam
Trabalho! Um
dever moral de
toda criatura
humana! Ele
colhe os frutos
do plantio,
aproveita a
matéria bruta
das entranhas da
terra,
convertendo-as
em bem-estar e
beleza, ativando
e desenvolvendo
a marcha da
vida. A
alavanca, a
cunha, a acha, a
roda, a serra, o
motor e a
turbina são
obras da mente
humana, marcas
de sua
autossuperação
através dos
tempos.
Tudo o que há no
mundo é fruto do
trabalho. Ao
empregar a força
e suas
faculdades
inteligentes, o
homem logrou
determinados
fins: da pedra
de cantaria,
esculpiu a
estátua de
feitio
simétrico; da
cor, deu forma,
perspectiva, luz
e sombra a
belíssimas e
impressionantes
imagens; da
fagulha,
produziu o fogo;
da palavra,
criou obras
literárias
didáticas,
científicas e
artísticas; do
barro, das
rochas, dos
alcalinos
terrosos fundou
as megalópoles,
os lares... O
trabalho fez do
homem senhor de
si mesmo no
Reino da
Natureza,
promoveu a
glória das
nações e a
formação da
família.
E por falar em
família... Em
singelo grupo
consanguíneo de
um pequeno burgo
da Palestina, um
nazareno
projetou-se como
a maior luz
descida à Terra.
A grande maioria
ignora as
qualidades de
Jesus como
modelo de
trabalhador
responsável e
devotado, ao
pensar que Ele
só pregava,
fazia milagres e
predições. Sim,
Jesus Cristo
também trabalhou
para sobreviver
e manter a
família, pois
cônscio de o
trabalho ser uma
lei, colocou-a
em prática.1
Ao contrário dos
que “vivem” da
fé, das coisas
sagradas, Jesus
e os apóstolos
nunca fizeram de
sua crença um
ofício e jamais
motivo de lobby
para fins
políticos,
almejando o
poder temporal
ou algum tipo de
prerrogativa.
Os primeiros e
genuínos
seguidores de
Cristo de
maneira nenhuma
consideravam seu
ministério de
amor um
comércio, e a
fé, um balcão de
negócios. Os
discípulos,
depois
apóstolos,
direta ou
indiretamente,
não estipulavam
preço ao bem que
faziam ao
próximo nem
garantiam vida
fácil, tampouco
felicidade
mediante dízimo
e outras formas
de recompensa
por saberem que
“bem-aventurança”
só se constrói à
custa de muito
esforço e
dignidade,
sobretudo,
porque estamos
em um mundo para
educar os
sentimentos e
espiritualizar a
inteligência.
Os legítimos
representantes
de Cristo “fazem
do trabalho
expressão de
dignificação,
tornam-se
‘escravos do
senhor’ e servos
de todos,
oferecendo o
labor das
próprias mãos
para
subsistência
orgânica
enquanto se
‘afadigam’ na
sementeira da
luz”, conforme o
Espírito Joanna
de Ângelis.2
Quanto ao
Espiritismo, as
casas espíritas
não estipulam
preço pelos
serviços que
prestam aos
necessitados do
corpo e da alma.
Os espíritas
sinceros
trabalham com
alegria para
Jesus sem
esperar nenhum
tipo de
retribuição;
dirigentes,
cooperadores e
médiuns nunca se
preocupam com
pagamentos e
lauréis; prezam
mais o louvor de
Deus que o dos
homens, e têm
mais fé nAquele
que nestes,
dando mais valor
à vida futura
que à presente.3
Referências:
1
Jesus não só
teria exercido a
profissão de
carpinteiro como
a de pedreiro e
serralheiro.
O Evangelho
segundo São
Marcos, na
versão da Igreja
Grega, talvez a
mais exata de
que se tem
conhecimento,
empregou o termo
tékton,
que significa
tais profissões,
ao se referir às
atividades
profissionais do
Mestre Nazareno.
2
FRANCO, Divaldo
Pereira.
Estudos
espíritas
(pelo Espírito
Joanna de
Ângelis). ed.
Rio de Janeiro:
Federação
Espírita
Brasileira (FEB),
1982. Cap. 11,
p. 96.
3
KARDEC, Allan.
O Evangelho
segundo o
Espiritismo.
Tradução
Herculano Pires.
62. ed. São
Paulo: Lake —
Livraria Allan
Kardec Editora,
2001. Cap. 13,
item 3, p. 169.
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