DIAMANTINO
LOURENÇO
RODRIGUES DE
BÁRTOLO
bartolo.profuniv@mail.pt
Venade - Caminha, Viana
do Castelo
(Portugal)
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O Poder Ético da
Fé
Existem razões
suficientes
para, apesar dos
conflitos
regionais e
locais, das
dificuldades em
diversos
domínios da vida
humana; dos
problemas na
saúde, no
trabalho, nas
famílias;
preconceitos,
egoísmos,
radicalismos,
fundamentalismos,
e outras
situações
incômodas, se
acreditar num
mundo mais
equilibrado,
numa sociedade
global mais
humanizada e
fraterna,
principalmente
para a grande
maioria dos que
têm Fé, daqueles
que acreditam
numa Justiça
Divina,
obviamente mais
sábia, mais
compreensiva,
mais tolerante,
porque perfeita,
comparativamente
com os sistemas
judiciais do
homem imperfeito
e finito.
O êxito para a
humanidade
atingir
patamares de
bem-estar, neste
se incluindo
condições
materiais de
vida, mas também
convicções
verificáveis de
serenidade de
espírito e Fé,
numa vida
transcendente e
redentora, terá
de passar por
uma conduta
individual e
coletiva,
compaginável com
o respeito pelos
direitos e
deveres que
cabem aos
cidadãos em
concreto e aos
Espíritos
prudentes,
benevolentes e
tranquilos, que
em cada
indivíduo devem
existir.
Exige-se
competência na
conduta que a
pessoa deve
assumir perante
a vida e a
sociedade.
Conduta como
sendo a:
«Maneira de
agir, atuar,
comportar-se em
observância a
princípios,
valores,
orientações e
regras. Este
fator possui uma
característica
interessante: é
o único que
todas as pessoas
podem possuir em
igualdade de
condições,
independentemente
de posição ou
formação, pois é
fruto apenas da
vontade”.
(RESENDE,
2000:45).
A pessoa de Fé
manifesta uma
conduta
perfeitamente
assumida,
declarada,
exibida perante
os demais seus
iguais, e será
este seu
comportamento
que lhe garante
um Poder
legítimo,
transcendente e
que ninguém lho
pode usurpar. A
sua conduta
ética no
exercício da sua
Fé ilimitada,
garantem-lhe um
poder que, sem
violência, sem
armas, sem
fundamentalismos,
se impõe e, de
certa forma,
subjuga todos
aqueles que, no
limite e na
dúvida, preferem
manter-se,
aparentemente,
indiferentes,
não hostilizando
os detentores
deste poder
ético da Fé.
A práxis
permanente,
coerente e
singularmente
assumida pelos
crentes, no
respeito por
aqueles que
professam outras
ideologias
religiosas,
aceitando com
tolerância e
compreensão os
atos litúrgicos
que lhes são
próprios,
credibilizam a
pessoa de Fé e
reforçam o seu
poder
espiritual. A
consciência
ética da pessoa
de Fé
permite-lhe
tomar decisões
adequadas, face
às situações que
se lhe colocam
ao longo da
vida, porque
para ela: «A
busca religiosa
de valores
principia com a
aceitação de
Deus como padrão
de todas as
decisões»
(FORELL,
1980:77).
Os modelos
socioeconômicos
que ao longo dos
séculos têm
vigorado em
diferentes
pontos do mundo,
em contextos
culturais
diversos e com
resultados
divergentes, na
maior parte dos
casos, estão
próximos do
esgotamento,
dificultando a
adoção de novos
processos,
outras soluções,
porque persistem
interesses e
objetivos
inconfessáveis
em muitos
dirigentes
políticos, um
pouco por todo o
universo.
Continua-se a
investir no
conflito para
ganhar poder
estratégico,
bélico e
hegemônico,
destruindo,
mutilando e
matando homens,
mulheres,
crianças e
idosos
inocentes, civis
e militares.
Muitos dos
poderes que os
responsáveis
pelos diferentes
sistemas
políticos têm
utilizado já se
revelaram
ineficazes, ou
mesmo
prejudiciais,
por isso cumpre
mudar, impõe-se
novas políticas,
novos processos,
condutas
compatíveis com
a superior
condição da
dignidade da
pessoa humana.
As filosofias e
políticas
individualistas,
nacionalistas e
unilateralistas
não conduzem a
objetivos
verdadeiramente
humanos, no
contexto de uma
sociedade
moderna,
democrática,
tolerante e
solidária. A
dilapidação de
recursos
materiais nos
investimentos
bélicos tem-se
revelado
desastrosa, na
medida em que os
principais
problemas do
mundo não são
resolvidos, pelo
contrário,
alguns se têm
agravado:
doença, fome,
desemprego e
guerras.
O egocentrismo
que caracteriza
pessoas e
regimes
constitui um
sentimento cuja
conduta produz
mais
desigualdade e
injustiça.
Facilmente se
comprova que as
políticas
sociais,
econômicas e
culturais
implementadas
até ao presente
estão esgotadas
na maioria dos
países.
O homem só
conseguirá
reabilitar-se e
recuperar a sua
dignidade quando
se assumir, na
prática, em suas
dimensões
essenciais,
enquanto ser
único e
individual,
cooperando com o
outro seu igual,
com o mundo e
com Deus, o que
se aplica às
organizações, às
nações, aos
continentes,
porque: «O
homem só e
autossuficiente
é impensável. Se
ele quiser
realizar-se deve
abrir-se livre e
totalmente para
Deus que, em seu
amor, não se
contenta apenas
em dar-lhe o
ser, mas deseja
unir-se a ele e
transformá-lo em
si. O homem não
está só, está
ligado a todos
os outros homens
e deve
livremente
unir-se a eles
pelo amor» (QUOIST,
1985:23).
O imperativo
categórico e o
verdadeiro
desígnio
universal
fundam-se,
portanto, numa
conduta ética,
para com os
homens, para com
o mundo, para
com Deus. O
Poder Ético da
Fé, mas também
de quaisquer
atividades
humanas, poderá
ser a chave para
a elaboração de
soluções de
problemas que
atormentam e
envergonham a
humanidade.
Aquele Poder
está acessível a
cada pessoa
individualmente
considerada,
desde que o
queira utilizar
em todas as suas
tarefas e em
quaisquer
situações,
porque: «A
conduta ética
tem a ver com
respeito
próprio. Sabemos
que as pessoas
que se sentem
bem consigo
mesmas possuem o
que é necessário
para resistir a
pressões
externas e para
fazer o que é
certo, e não o
que é meramente
conveniente,
popular ou
lucrativo».
(BLANCHARD &
PEALE, 1988:10.)
A conduta ética
revela-se,
assim, um
poderoso
instrumento para
solucionar
muitos
problemas,
alterar
situações,
melhorar
condições de
vida pessoais e
coletivas,
iniciar um novo
e profícuo
processo para
uma sociedade
mais fraterna,
para que cada um
alcance,
eticamente, o
sucesso a que
tem direito,
porque não
ofende a Deus,
nem ao mundo,
nem ao outro seu
igual, lutar,
legítima, legal
e eticamente,
por uma vida
melhor,
individual ou
coletiva.
Para se alcançar
tais objetivos,
pode-se iniciar
o projeto
recorrendo aos
cinco princípios
fundamentais da
tomada de
decisões éticas:
«Propósito,
Pundonor;
Paciência;
Persistência e
Perspectiva. (…)
Os cinco
princípios
básicos na
conduta ética
são também
ingredientes de
uma realização
autêntica e
duradoura na
vida»
(Ibid.:44).
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