Dinheiro
Abençoa o
dinheiro para
que o dinheiro
te abençoe.
Em verdade, não
temos nele a
vida, mas em si
mesmo se erige
por valioso
sustentáculo do
progresso, sobre
o qual a vida se
aperfeiçoa.
Não é o amor;
entretanto,
suscita a
simpatia e o
reconhecimento
em que, muitas
vezes, o amor
aparece em
fontes de luz.
Não é a saúde;
todavia,
assegura o
medicamento que
combate a
enfermidade.
Não é a paz;
contudo, é fator
de equilíbrio,
promovendo o
trabalho ou
extinguindo
muitos dos
débitos que
atormentam o
espírito.
Não é a
felicidade; no
entanto, pode
criar a
felicidade a
nosso favor,
através do bem
que é capaz de
esparzir.
“Talvez…
Talvez…”, dirás,
com amargura de
quantos viste no
resvaladouro da
delinquência por
não saberem
usufruí-lo com
segurança e
proveito.
De nossa parte,
porém, tomamos a
liberdade de
perguntar se
conheces todo o
inventário:
das dores que o
dinheiro
suprime;
das lágrimas
que enxuga;
das aflições
que desfaz;
das empresas
culturais que
sustenta;
do reconforto
que espalha;
das esperanças
que semeia;
das boas obras
que realiza;
das vidas que
salva;
dos suicídios e
delitos outros
que consegue
evitar;
das indústrias
que incentiva e
mantém;
das
inteligências
que aprimora; ou
das bênçãos de
alegria que
distribui.
Não censures a
fortuna amoedada
e nem condenes
aqueles que a
conservam,
carregando
responsabilidades
e dirigindo-se a
fins que
ignoramos.
Na Terra o
dinheiro é uma
alavanca que a
Divina
Providência nos
coloca nas mãos;
manejando-a,
tanto se pode
marginalizar o
coração nas
trevas quanto
edificar o
luminoso caminho
para a Vida
Maior.
Dinheiro, em
suma, vem de
Deus, mas é
forçoso
reconhecer que a
aplicação dele
vem de nós.
Do cap. 6 do
livro Diálogo
dos Vivos,
obra de autoria
de Francisco
Cândido Xavier,
J. Herculano
Pires e
Espíritos
diversos.