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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 7 - N° 350 - 16 de Fevereiro de 2014
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP (Brasil)
 

 
Moacyr Ramos Camargo: 

“Vejo as crianças como uma lavoura recém-plantada” 

O conhecido compositor e cantor fala sobre a importância da música no movimento espírita e para as pessoas em geral
 

Natural de Dracena, no interior paulista, e residente na capital paulista, Moacyr Camargo (foto) é espírita desde 1984. Músico, é integrante do CE Núcleo Kardecista Antonio Pereira de Souza, em São Paulo-SP. Com oito CDs gravados, é dedicado seareiro musical em favor da divulgação espírita, que é o tema central da presente entrevista.   


De onde vem o interesse pela música?


O meu interesse pela música, sei que vem de uma programação reencarnatória, e agora, com a visão um pouco mais estendida, compreendo a importância dela como instrumento de transformação e um modo de tornar a cultura do homem mais bela.  

E os temas de suas músicas, como surgiram?

Em sua maioria são intuídos. Mas depende de mim desenvolvê-los, naturalmente auxiliado pelos amigos espirituais. 

O que você nos diz sobre a evolução do uso da música no movimento espírita, sobretudo nos últimos anos?

Tem sido muito expressivo, com o apoio dos nossos dirigentes. Entretanto é preciso empreender um maior conhecimento sobre o papel da arte como recurso irrecusável em nosso progresso. Ela estimula as vibrações da beleza que carregamos em nós mesmos. 

Podemos dizer que existe uma música espírita?

Emmanuel em o livro O Consolador nos diz que a arte é uma só. O homem, o artista, na medida de seu progresso, é que vai descortinando suas nuanças infinitas. O Espiritismo vem com segurança ampliar os horizontes do compositor e sua música deve ser cristã, como cristã é a doutrina. Naturalmente a música deve seguir pelos caminhos da arte, que já traz em si o compromisso com o progresso. 

Com respeito às suas apresentações no movimento espírita, que impressões lhe causam em termos de repercussão?

São excelentes as impressões, estimuladoras e gratificantes. Com essas apresentações percebo o bem que elas fazem em mim mesmo. 

E fora do movimento espírita?

Minhas atividades musicais fora do movimento espírita foram diminuídas, a não ser por nossas obras, que são utilizadas em escolas e festivais. Mas eu mesmo não tenho participado dos circuitos.   

Muitos grupos e artistas musicais têm surgido no movimento, com bons trabalhos nessa área. Qual sua visão sobre essa ocorrência?

Esses grupos aparecem no tempo certo, e naturalmente surgirão muitos outros, porque a arte, na era nova que adentramos, com a visão do Espírito Imortal, terá papel fundamental no auxílio ao progresso, levando o homem a compreender seu destino, desconectando de interferências e cuidando de si com mais amor, por saber que seus atos têm consequências em sua vida.

É preciso, porém, que tenham cautela para não saírem produzindo a qualquer custo, prejudicando o progresso desse trabalho, objetivando a produção de obras mais maduras e amparadas na doutrina, que nos traz lógica e razão, amparo, progresso e beleza. A Abrarte (Associação Brasileira dos Artistas Espíritas) tem oferecido apoio e um vasto material para o movimento espírita de artes. O Fecefe (Festival da Canção de Franca-SP) vem há anos cumprindo um papel valioso em reunir artistas. Fomos a Portugal e vimos um movimento promissor com a arte espírita. Portanto, teremos a médio e longo prazo muitas obras trazidas pela intuição consciente e aceita pelos artistas novos. 

Como você vê o envolvimento dos Espíritos com a arte musical?

Os Espíritos superiores não descuidam em nenhum momento de nós. Estão por toda parte auxiliando na educação, na ciência, nas artes, portanto estão prestando seu valoroso auxílio, atendendo ao pedido de Jesus para que a humanidade, que é protegida pelo Seu Amor, vença as eras de dor e peleja e atinja as eras serenas de paz e ventura. 

No tocante às crianças, como você, que tem dedicado vários trabalhos a elas, sente isso?

Às vezes vejo as crianças como uma lavoura recém-plantada, toda ela verdinha, cobrindo ao longe o campo e necessitada de todo o cuidado do responsável. Deus dá o vento, a chuva e o sol, e o lavrador, o cuidado. Eurípedes Barsanulfo tem trazido todo um estímulo para expandirmos nossa visão na educação dos Espíritos que chegam. A arte tem sido um dos recursos indicados nessa renovação. Tenho participado desse trabalho e visto o benefício da arte nas crianças. Temos sete CDs gravados, entre eles os infantis Nos Jardins da Terra Azul, Música e Poesia para o Bebê, Música Ouvidos e Flores, e estamos preparando uma trilogia com todas as músicas, falando do Cristo e do Evangelho para as crianças.  

Há algo que gostaria de acrescentar de sua trajetória musical que o tenha marcado muito?

O que me tem marcado muito é a alegria com que as pessoas recebem a música; nada é mais tocante do que esse fato. 

Algo mais que gostaria de acrescentar?

Apenas agradecer ao site O Consolador, pedindo a Jesus o seu conforto a todos nós que experenciamos a presente encarnação na Terra. Que possamos subir e permanecer nos jardins alados que nos esperam, distantes das distonias e radiantes da sublime harmonia. 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita