Em muitas de nossas viagens
para Uberaba, para
acompanhar o trabalho do
Chico, surpreendíamo-nos com
seu estado de saúde
precário.
No texto apresentado a
seguir, Chico contava com
sessenta e seis anos de
idade e estava vivendo
momentos delicados causados
por um quadro de angina
coronariana. Veja o relato
que ele apresenta sobre suas
condições em uma carta
escrita ao amigo Fernando
Worm (“Lições de Sabedoria”,
editado pela Folha Espírita)
e a resignação
característica de quem
compreendeu o verdadeiro
significado da vida.
Escreveu Fernando Worm:
– Poucos dias após o abalo
orgânico sofrido, Chico
Xavier assim nos descreve em
carta a fase de lenta
convalescença a que se
submete e cujo trecho
reproduzimos com sua
licença:
“Estou melhorando, mas
lentamente. Ainda não posso
permanecer em reuniões
públicas senão de 4 horas da
tarde às 9h30 da noite. Devo
usar vários medicamentos com
muita pontualidade e não
consigo fazer muito esforço
ou algum esforço maior. Sem
atender a esses requisitos
do corpo físico, a dor
aparece à feição de alguém
que veio morar comigo, por
dentro do peito, e, então,
essa dor é uma espécie de
enfermeira invisível que me
obriga a deitar-me. Mas
estou observando a mim mesmo
com muito otimismo e paz e
creio que, com os
medicamentos em pauta e com
as inevitáveis reduções de
trabalho, ainda poderei usar
minha máquina física da
atualidade, se Jesus
permitir, por muito tempo”.
Chico diz sentir que sua
mediunidade parece estar
mais bem afinada após a fase
aguda da enfermidade, e
revela:
“Neste ano completo os 50
janeiros de mediunidade e
tendo passado por outros 40
em atividade profissional,
não posso ser ingrato para
com o corpo que me serve de
moradia, há 66 anos. Louvado
seja Deus! Tudo está
seguindo da melhor maneira
possível. E eu, continuando
sem a dor que é semelhante a
uma campainha no tórax, tudo
vai bem. Não tenho dúvidas
quanto ao ‘processo anginoso’
ou a ‘insuficiência
coronariana’ de que sou
portador, mas estou, graças
a Deus, em paz e com muita
alegria”. (Fernando Worm,
abril de 1977.)
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