Jorge participa
também do Grupo
Musical Castelã,
criado em 1998,
e apresenta o
programa de
rádio
Vivência
Espírita e o
programa de TV
Visão
Espírita,
assuntos sobre
os quais fala na
presente
entrevista.
Sabemos que
exerce várias
atividades
dentro do
Movimento
Espírita. Vamos
começar
perguntando
sobre o programa
radiofônico
“Vivência
Espírita”. Como
é ele?
Eu e o amigo Rui
Barbosa tivemos
a ideia de fazer
um programa de
rádio na cidade
de São José dos
Campos, porque
percebíamos que,
embora o
movimento
espírita na
cidade fosse
antigo, não
existia ali
nenhum meio de
divulgação
espírita em
massa. Começamos
em janeiro de
2004 na Rádio
Bandeirantes e
hoje estamos na
90.7 FM, rádio
CONECTCAR-
SP/RIO. O
formato do
programa é o
seguinte: temos
sempre um
convidado que
vai abordar um
tema no dia, os
ouvintes
participam por
telefone e pela
internet,
fazendo
perguntas.
Passamos também
mensagens
edificantes,
tocamos músicas,
damos sempre
dois livros de
presente aos
ouvintes e
divulgamos os
eventos que
estão ocorrendo
na região. O
programa vai ao
ar aos domingos
das 8 às 10h da
manhã e pode ser
ouvido também
nos sites:
www.saopauloriofm.com.br,
www.radioespirita.net
e
www.vivenciaespirita.com.br/.
Quanto ao
programa de TV,
ele começou em
2010 por
iniciativa do
casal amigo
Nelson e Rosana
Borges e nele
atuo como
apresentador e
entrevistador. O
programa vai ao
ar aos domingos
das 10h30 às
11h30 da manhã
pelo Canal da
NET regional e é
repetido durante
os dias da
semana em
horários
diferenciados.
Qual o público
que ouve o
programa
radiofônico?
O público que
ouve o programa
é variado, mas
temos dados que
comprovam que os
ouvintes
espíritas estão
em torno de 40%
apenas, ou seja,
a maior parte é
formada de
ouvintes que
professam outras
religiões.
Quanto ao
retorno,
costumamos
medi-lo pela
quantidade de
telefonemas que
são uma média de
60 ligações
telefônicas sem
contar com os
que participam
pelo facebook,
que são a grande
maioria. Quando
estávamos na
Rádio
Bandeirantes, o
IBOPE mediu a
audiência, com
resultado de
mais de 8.000
ouvintes por
minuto.
O programa já
existe há 10
anos. O que o
estimula a estar
todos os
domingos “ao
vivo” das 8 às
10 da manhã na
rádio, quando
poderia estar
descansando em
casa após uma
semana de
trabalho?
A partir do
momento que
passamos a
estudar a
Doutrina
Espírita, a
necessidade de
sua divulgação
torna-se um
objetivo. Não
podemos enterrar
este tesouro só
para nós. As
repostas que
recebemos dos
ouvintes são as
mais
estimulantes
para quem deseja
fazer o bem
através da
divulgação. Além
do mais, penso
que temos que
libertar o
Espiritismo que,
guardadas as
devidas
proporções,
ainda se
encontra preso
nas quatro
paredes dos
Centros
Espíritas. Algum
tempo atrás tive
um exemplo disso
que penso: Um
amigo de
trabalho me
contou que todos
os dias antes de
ir trabalhar
passa em uma
padaria para
tomar café. Ele
disse que estava
tomando seu café
e ao seu lado
estavam duas
mulheres
conversando,
quando uma disse
para a amiga que
estava feliz em
vê-la bem, já
que da última
vez em que
tinham se
encontrado ela
estava muito
depressiva. A
amiga respondeu
que realmente
estava muito
feliz, disse que
tinha procurado
ajuda para sua
depressão, no
entanto o que
realmente a
levantou foi um
programa de
rádio chamado
Vivência
Espírita.
Meu amigo ficou
tão feliz com o
que escutou e
até se meteu na
conversa
dizendo-lhes que
quem fazia o
programa era um
amigo dele.
Este é apenas um
dos casos entre
muitos que nos
estimulam a
estar todos os
domingos cedinho
na rádio. Quando
estamos felizes
com o que
fazemos, nunca
nos sentimos
cansados.
Fale-nos sobre o
Grupo Castelã,
sua fundação e
atividades.
O Grupo foi
criado em 1998
por mim e meus
amigos Evaldo
Batista e Luiz
Carlos. O nome é
uma homenagem ao
Grupo Castela,
que atua sob a
égide de Maria
em regiões mais
densas do plano
espiritual.
Nosso principal
objetivo é levar
o Evangelho de
Jesus por
intermédio da
música. Nós nos
apresentamos em
eventos
espíritas, casas
de repouso,
hospitais e onde
quer que estejam
dispostos a
ouvir mensagens
relacionadas à
Doutrina
Espírita e a
Jesus. Nas
apresentações
cantamos músicas
do grupo e
também músicas
de sucesso que
tragam mensagens
edificantes. Por
exemplo: quando
vamos cantar em
casas de
repouso, além
das nossas
músicas,
cantamos também
muitas músicas
antigas,
sertanejas,
boleros etc.
Atualmente
estamos em 16
componentes de
vários segmentos
profissionais:
professores,
advogados, donas
de casa,
diaristas,
aposentados,
industriários,
empresários
etc.
Como é o formato
da apresentação
do “Evangelho
Musical”?
O “Evangelho
Musical” é um
trabalho
específico
dentro do Grupo
Castelã que,
devido ao número
grande de
participantes,
tem dificuldade
de ir a muitos
locais com
intensidade.
Geralmente no
Evangelho
Musical vamos eu
e o Luiz Carlos,
e desenvolvemos
um tema, como
“Jesus, o Guia
da Humanidade”;
aí vou fazendo a
palestra sobre o
tema e vamos
tocando várias
músicas alusivas
ao momento.
Temos vários
temas, entre
eles: O
Espiritismo
Expresso através
de música, Amar
a Deus, ao
Próximo e a nós
mesmos, O Sermão
do Monte, Chico
Xavier – um
homem chamado
amor, Bezerra de
Menezes – O
médico dos
Pobres, Muitos
serão os
chamados – serei
um escolhido? E
muitos outros.
É possível levar
o Grupo para
apresentações em
outras cidades?
Temos certa
dificuldade para
irmos a outros
municípios por
termos um número
elevado de
componentes e
precisamos ir de
ônibus. Contudo,
já cantamos em
Uberaba-MG,
Santos-SP, no
Sul de Minas e
em várias
cidades do
Interior de São
Paulo. Sabemos
que as viagens
ficam caras e as
instituições que
nos convidam têm
dificuldade para
bancar as
despesas. Mas na
maioria das
vezes
conseguimos
dividir as
despesas e a
venda dos CDs
tem dado para
cobrir os
custos. O
importante é
programarmos com
antecedência,
que sempre dará
certo.
Como é para o
grupo enternecer
corações com as
melodias que
interpretam?
Quem lida com
música sabe da
dificuldade que
enfrentamos para
fazer bons
ensaios, levar o
pessoal para o
estúdio de
gravação, viajar
e ainda, na
maioria das
vezes, ser
colocado em
segundo plano
nas
apresentações,
pois a maioria
das
apresentações
musicais é feita
para divertir o
público nas
palestras e
eventos
espíritas. No
entanto, a cada
apresentação,
quando as
pessoas vêm nos
relatar a
importância da
música para elas
e a emoção que
levamos em cada
apresentação,
sentimo-nos
renovados e
prontos para
encarar essa
tarefa que nos
foi confiada
pela
espiritualidade,
que é a de levar
ao público
ensinamentos por
meio da música.
Em sua opinião o
que mais falta
ao Movimento
Espírita da
atualidade?
Falta mais
união, sem
uniformização.
Falta
alteridade,
precisamos ser
unidos sem
querer que esse
ou aquele
movimento, essa
ou aquela Casa
Espírita faça
exatamente o que
estamos fazendo
no Movimento ou
na Casa em que
participamos. O
que devemos
fazer está
escrito nas
obras básicas e
nas auxiliares,
sem esquecermos
que a Doutrina
foi codificada e
iniciada por
Kardec e não se
encerrou com
ele. A cada dia
surgem novos
Espíritos
encarnados e
desencarnados
que têm o
direito de
propor novos
ensinamentos
para nossa
Doutrina, e
isso, desde que
respeitem seus
princípios
básicos, é
perfeitamente
lícito. Que
tenhamos
liberdade para
conhecer novos
conceitos e
principalmente
discernimento
para, dentro da
razão,
aceitá-los ou
não.
Há uma receita
para a paz e a
união entre
todos?
A receita já nos
foi dada pelo
Mestre Jesus e
os Espíritos
Superiores
confirmaram que
Ele é o Guia e
Modelo para o
espírita.
Portanto, penso
que o que falta
é pegar a teoria
que está na
ponta da língua
de muitos de
nós, espíritas,
e colocá-la em
prática de forma
plena.
Como a música
pode contribuir?
A música pode
contribuir
muito, pois
através da
melodia
conseguimos
tocar mais o
sentimento das
pessoas,
conseguimos
desarmá-las,
conseguimos com
que reflitam
sobre certos
pontos e
circunstâncias
da vida. Ou
seja, uma boa
mensagem
inserida na
música torna-se
um tratamento
salutar tanto
quanto um passe
ou uma oração.
Em sua opinião,
a música
espírita tem
buscado se
adaptar aos
conteúdos
espíritas ou os
músicos
espíritas
preferem ritmos
e rimas que
alegram plateias
em apresentações
de puro
entretenimento?
As duas coisas.
No entanto, não
considero música
espírita aquela
que se faz com
intuito de
entreter. Nós
vemos muito isso
por aí. Ou seja,
faz-se um evento
e convidam-se
grupos ou
cantores para
entreter as
pessoas nos
intervalos das
palestras. Eu
penso que se nos
propusermos a
fazer músicas
espíritas ou
espiritualistas,
temos que
encarar isso
como mais um
trabalho tão
importante como
qualquer outro
para divulgação
da Doutrina
Espírita. Quando
somos convidados
para qualquer
evento deixo
sempre claro que
nosso objetivo é
levar a mensagem
espírita e o
Evangelho
através da
Música.
Você fez uma
citação no seu
CD de um trecho
do prefácio de
O Evangelho
segundo o
Espiritismo:
“... Tomai da
lira, fazei
uníssonas vossas
vozes...”. Que
sentimento o
levou a tal?
Esta linda frase
do Espírito
Verdade
encontrada como
prefácio d´O
Evangelho
segundo o
Espiritismo
nos convoca a
nos unirmos para
divulgação e
aplicação da Boa
Nova e eu me
servi dela para
que usemos
também a música
como instrumento
facilitador no
entendimento dos
ensinamentos do
Mestre Jesus
para essa
divulgação.
Cantar é mais
fácil do que
falar. Se a
música tocar as
pessoas, estas
levarão a
mensagem a
muitos outros
através de seu
canto.
Sente-se capaz
de participar de
forma aguerrida
para o grande
projeto de
consolidação da
música elevada
que se
estabelecerá
neste terceiro
milênio?
Sinto-me
preparado para
aprender e, se
puder me inserir
na consolidação
da música
elevada, me
dedicarei ao
máximo. No
entanto, nos
dias de hoje
tenho ciência de
que ainda estou
muito distante
disso, pois
mesmo os mais
profundos
conhecedores de
música que já
passaram pela
Terra não
conseguem nos
definir com
clareza a
grandeza das
músicas
excelsas.
Que dizer ao
jovem espírita
que gosta de
curtir outras
variações
musicais que não
essas que vocês
interpretam?
Tenho certeza de
que música é
vibração,
portanto
estimula tanto
nosso corpo como
a mente e os
sentimentos.
Penso que todos
os ritmos são
importantes, ou
seja, é uma
questão de
gosto. Contudo,
a mensagem que o
ritmo vem
trazendo é que
vai definir a
qual energia
estamos
vinculados. O
espírita, sendo
jovem ou maduro,
deve estar
sempre atento a
isto.
É bom sair por
aí, cantando e
falando sobre o
Espiritismo...
Complemente esta
frase com as
letras do seu
coração.
Só de ler esta
frase eu fico
emocionado.
Imagine um
menino de
família simples
que saiu
pequenino do
Sertão
Nordestino e um
dia, depois de
muitos anos,
volta a sua
Terra Natal,
para falar e
cantar mensagens
de nossa
Doutrina, sendo
respeitado por
todos, sendo
levado para
programas de
rádio para
esclarecer um
pouquinho mais
as pessoas que
nunca ouviram
falar de
Espiritismo. A
emoção é grande.
Não fico
orgulhoso, mas
fico muito
feliz, e não me
canso de
agradecer a Deus
e ao Mestre
Jesus, por me
haver dado a
oportunidade de
conhecer a Boa
Nova dos
Espíritos
Superiores e
nascer com a
tarefa de poder
falar e cantar
para todos que
se dispuserem a
ouvir.
Por favor,
deixe-nos suas
palavras finais.
Agradeço a vocês
por me darem a
oportunidade de
divulgar o nosso
trabalho em prol
da Doutrina
Espírita, que
estou consciente
de que ainda é
muito pouco
diante do tudo
que já recebi
justamente por
tê-la conhecido.
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