WALDENIR
APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, SP (Brasil)
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A urgência do
bem
“Agora é o
momento decisivo
para fazer o
bem. Amanhã,
provavelmente...
o amigo terá
desaparecido, a
dificuldade
estará maior, a
moléstia terá
ficado mais
grave”.
(Emmanuel, no
livro “Fonte
Viva”, item 119,
psicografia de
Francisco C.
Xavier.)
Era intensa a
movimentação de
pessoas na
instituição que
se prestava,
semanalmente, a
atender, dentro
do possível, as
necessidades
materiais de
quem vivia em
privação.
Um grupo de
voluntários ali
se reunia para
desenvolver
atividades em
favor daqueles
que,
momentaneamente,
se viam em
dificuldades até
mesmo para o
atendimento das
necessidades
básicas.
Famílias
numerosas, onde
muitas crianças
não tinham o que
comer, recebiam
um pouco de
alimento para
remediar a fome
e, ao mesmo
tempo, eram
tratadas com
muito carinho,
fator que fazia
manter suas
esperanças em
dias melhores.
O trabalho se
aproximava da
fase final, onde
muitas cestas
básicas já
haviam sido
entregues,
quando adentrou
o local um
adolescente,
trazendo o olhar
triste e o
semblante
abatido,
dirigindo-se a
um dos
atendentes em
atividade,
procurando por
socorro.
Informou que
morava num
casebre em
situação
precária, num
dos bairros
periféricos da
cidade. Lá vivia
com sua mãe,
muito doente, e
com mais duas
irmãs que
sofriam de
problemas
mentais,
precisando de
constante
auxílio, pois
sozinhas não
tinham a menor
possibilidade de
sobrevivência.
Não possuíam
nenhuma renda e
ele também não
tinha boa saúde.
Isso, aliás,
podia ser
constatado pelo
seu aspecto
físico.
Necessitava de
alimentos e a
única maneira
que contava para
obtê-los era
através da
caridade alheia,
isto porque por
mais que
procurasse um
trabalho, pela
sua condição
física, pelos
problemas da
família, até
aquele momento
ainda não tivera
êxito.
Mas estando no
final das
atividades
daquele dia, não
restava mais
qualquer gênero
alimentício na
entidade
assistencial.
Tudo que foi
possível
arrecadar em
campanhas pela
cidade, junto a
corações
solidários,
havia sido
distribuído à
multidão
faminta.
– Meu irmão,
explicou o
atendente, no
momento nada
mais temos para
oferecer. Tudo
foi entregue aos
amigos que
chegaram antes
de você. A
necessidade das
pessoas foram
maiores do que
nosso estoque de
alimentos. Por
favor, volte na
próxima semana,
então o
atenderemos.
O rapazinho, num
olhar
melancólico e
profundo, fixou
demoradamente os
olhos do
atendente e
quase que num
lamento
expressou:
– Amigo, mas nós
não temos
alimento é para
hoje...
*
A fome não
espera. A dor
chega sem
avisar. O
sofrimento
surpreende. E o
homem de bem
precisa aprender
a improvisar o
socorro, mesmo
com muito
sacrifício, pois
fazendo uso da
boa vontade
sempre é
possível
solucionar
muitos
problemas.
A lição foi
inesquecível. Os
voluntários
fizeram um
esforço extra,
movimentaram a
criatividade e o
jovem levou
alimento para a
sua infortunada
família.
Precisamos fazer
o bem com
urgência, pois
amanhã o faminto
estará
desnutrido, o
doente pode ter
piorado, a
ferida aumentado
de tamanho, o
desequilíbrio
alcançado
estágio
incontrolável, o
ódio feito
muitas
vítimas...
Estamos fazendo
todo o bem
possível hoje ou
cruzando os
braços,
deixando-o para
amanhã, sem
pensar nas
consequências da
nossa omissão?