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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 352 - 2 de Março de 2014

ALMIR DEL PRETTE
adprette@ufscar.br

São Carlos, SP (Brasil)

 
 

A criança e o Espiritismo


“É pela educação que as novas gerações se transformam e se aperfeiçoam. Para uma sociedade nova é preciso homens novos. Por isso, a educação, desde a infância, é de importância capital.” (Léon Denis, Depois da morte, 1997/FEB.)


A proteção à infância é um requisito fundamental, não apenas para a sobrevivência da humanidade, mas, também, para o aperfeiçoamento da civilização. Há séculos que pensadores de diferentes áreas de conhecimento chamam a atenção para os riscos a que a criança está exposta. Tais pensadores, como, por exemplo, Léon Denis, realçam a importância de uma educação voltada para o aperfeiçoamento das novas gerações, que sucederiam as atuais nas várias atividades da vida social.

O que significa proteger a infância? Como isso pode ser realizado? O que o Centro Espírita pode e deve fazer? Essas são questões que exigem reflexão cuidadosa. No capítulo VII, de O Livro dos Espíritos, o item VI, “Da infância”, traz vários apontamentos importantes sobre essa fase do desenvolvimento. Chama à atenção a pergunta 385, na qual Allan Kardec interroga a espiritualidade sobre as modificações que ocorrem no indivíduo, principalmente a partir do final da adolescência. São várias e interessantes as considerações feitas a essa pergunta, contudo, vamos nos deter a um ponto relacionado a este artigo: “... os Espíritos não ingressam na vida corpórea senão para se aperfeiçoarem, para se melhorarem...” (itálico nosso). Ao aceitarmos tal afirmação, precisamos, com urgência, verificar se as atividades que propiciamos ou permitimos aos nossos filhos podem, de fato, ajudá-los no aperfeiçoamento espiritual.

Muitas pesquisas vêm relatando o que sucede em um dia típico da vida das crianças. A resposta preocupante na atualidade é o tempo que a criança fica exposta à mídia. Na década de 70, uma criança ficava cerca de duas horas diante da televisão. Hoje, ela permanece quatro horas ou mais vendo TV ou entretida em games nada inocentes. Nesses “divertimentos” elas são estimuladas à aquisição e ao consumo de diversos produtos comestíveis e “utilitários” como roupas, calçados, brinquedos etc.

Esse é o principal processo para induzir as crianças a se tornarem consumistas quase obcecadas. Qual é o mecanismo indutor? Muito fácil de entender: há uma associação nada sutil entre o produto exposto e um “estado” da criança. Por exemplo, no caso dos games, a movimentação rápida de personagens, o jogo de cores e sombras, os sons repetitivos, a necessidade de decodificar a cena e responder a ela em fração de segundo, tudo isso produz uma hiperexcitação no cérebro, ou em algumas áreas do cérebro. Tal excitação é suavizada pela interrupção do jogo e pela visão de biscoitos, refrigerantes, “barbies”, roupas etc. Produto e logomarca ficam registrados no inconsciente da criança e “reaparecem” em diferentes situações do cotidiano. Algo semelhante ocorre diante da TV. O resultado desse estilo de vida, para uma boa parte das crianças é bem conhecido: consumismo, diminuição de oportunidades de engajamento em outras atividades e efeitos colaterais do tipo obesidade, diabetes, TDAH, agressividade, risco à drogadição, erotismo infantil e demais mazelas associadas.

Nossos filhos são Espíritos! Tal afirmativa é axiomática, ou seja, ninguém a coloca em dúvida. Isso nos leva à reflexão sobre como o Centro Espírita pode auxiliar a nova geração que precisa se transformar e que reencarnou buscando exatamente isso. É importante questionar a eficiência do modelo escolar tradicional. Copiá-lo nas atividades do Centro pode nos conduzir aos mesmos erros. O que realmente é essencial, no ensino e na aprendizagem, é o tipo de relação entre educador e educandos e dos educandos entre si. Não há uma receita, um padrão único, mas, sem dúvida, algumas premissas são fundamentais. A primeira é desligar-se da ideia de que aprendizagem somente ocorre na “sala de aula”. A segunda é aceitar que temos múltiplas inteligências, o que acaba com a supremacia das atividades lápis-papel em detrimento de outras. A terceira é assumir como um equívoco que há: uma pessoa que educa e outra que é educada. A educação é um processo coletivo e, nessa perspectiva, cada Centro pode ter uma experiência singular de evangelização infantil e, no entanto, com resultados que se assemelham a outros. O intercâmbio e a troca de experiência entre Centros deveriam ser dinamizados.

O envolvimento dos pais nas atividades de evangelização no Centro é fundamental e as novas concepções de educação precisam ser conhecidas e discutidas. Há muita coisa nova acontecendo no âmbito da educação e antigos educadores também estão sendo revisitados. Filmes vêm registrando discussões de temas recorrentes, como, por exemplo, “A educação proibida”. Enfim, precisamos encarar os novos desafios e não podemos nos acomodar com medo de experimentar novos procedimentos e, sobretudo, não podemos ignorar os riscos que a infância atual enfrenta. Se há algum tempo atrás podíamos alegar ignorância, hoje, graças às novas tecnologias, dispomos de muito conhecimento, facilmente acessado. E, nesse sentido, é importante criar espaços no Centro para acessar e usar o conhecimento disponível, auxiliando os pais na arte de educar as futuras gerações.        

 

 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita