Gotas
Casimiro Cunha
Insultos, provocações,
Não retenhas na memória.
A inveja é sempre um
tributo
Que a mesquinhez rende à
glória.
Não te esqueças da
bondade
No trato com toda a
gente.
É tão difícil ser justo
Que mais vale ser
clemente.
Quando estamos dominados
Pelo egoísmo vibrante,
O mal alheio é um cabelo
E o nosso é sempre um
gigante.
Humilhações do caminho
São golpes e ulcerações.
Mas quem humilha a si
mesmo
Recolhe grandes lições.
Realmente, somos donos
Dos olhos, dos pés, dos
braços,
Mas Deus é sempre o
Senhor
Da força de nossos
passos.
A riqueza que garante
Bondade, paz e alegria,
Caminha por toda a parte
Como o Sol que se
irradia.
Foge à sombra da
tristeza
E ao gelo do desengano.
Amargura dentro d’alma
É como a traça no pano.
Alma grande consagrada
À virtude meritória
Converte todo fracasso
Em plantação de vitória.
A luz só encontra a luz
No brilho do próprio
seio.
Quem muitas nódoas
possui
Vê nódoas no rosto
alheio.
Miséria parada e escura
É sempre triste labéu,
Mas pobreza que trabalha
É condução para o Céu.
Do livro Gotas de Luz,
de Casimiro Cunha, obra
psicografada pelo médium
Francisco Cândido
Xavier.
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