A tentação do
repouso
Meimei
Num campo de
lavoura, grande
quantidade de
vermes desejava
destruir um
velho arado de
madeira, muito
trabalhador, que
lhes perturbava
os planos e, em
razão disso,
certa ocasião se
reuniram ao
redor dele e
começaram a
dizer:
-
Por que não
cuidas de ti?
Estás doente e
cansado...
-
Afinal, todos
nós precisamos
de algum
repouso...
-
Liberta-te do
jugo terrível do
lavrador!
-
Pobre máquina! A
quantos
martírios te
submetes!...
O
arado escutou...
escutou... e
acabou
acreditando.
Ele, que era tão
corajoso, que
nem sentia o
mais leve
incômodo nas
mais duras
obrigações,
começou a
queixar-se do
frio da chuva,
do calor do Sol,
da aspereza das
pedras e da
umidade do chão.
Tanto clamou e
chorou,
implorando
descanso, que o
antigo
companheiro
concedeu-lhe
alguns dias de
folga, a um
canto do
milharal.
Quando os vermes
o viram parado,
aproximaram-se
em massa,
atacando-o sem
compaixão.
Em poucos dias,
apodreceram-no,
crivando-o de
manchas, de
feridas e de
buracos.
O
arado gemia e
suspirava pelo
socorro do
lavrador,
sonhando com o
regresso às
tarefas alegres
e iluminadas do
campo...
Mas era tarde.
Quando o
prestimoso amigo
voltou para
utilizá-lo, era
simplesmente um
traste inútil.
A
história do
arado é um aviso
para nós todos.
A
tentação do
repouso é das
mais perigosas,
porque, depois
da ignorância, a
preguiça é a
fonte escura de
todos os males.
Jamais olvidemos
que o trabalho é
o dom divino que
Deus nos confiou
para a defesa de
nossa alegria e
para a
conservação de
nossa própria
saúde.
Do livro Pai
Nosso, obra
de Meimei
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.