ROGÉRIO COELHO
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Muriaé, MG (Brasil)
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Em torno das questões da fé
A luta é clima em que são forjados os verdadeiros heróis
"O que duvida é semelhante à onda do mar que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte." - Tiago, 1:6.
Escrevendo aos hebreus, Paulo aconselhava a "não sujeitarmos a nossa confiança, que tem grande e avultado galardão”. (Hebreus, 10:35).
Se já optamos por Jesus como nosso "Modelo e Guia", fazem-se necessárias imensas mudanças de atitudes...
Ele jamais Se deixou levar pelas aparências e Sua fé na conquista da meta foi sempre o farol que O norteou, porque estava confiantemente submetido aos desígnios Divinos. Não podemos, pois, rejeitar a fé porque a senda terrestre jaz eivada de sarças e espinheiros que ferem, insultando nossa sensibilidade com os quadros pavorosos e afligentes que decorrem da obtusidade humana.
O discípulo do Cristo não pode deixar-se vencer, descoroçoando ante os obstáculos e impedimentos. Por onde for, há que conduzir a Alma na qualidade de fonte inesgotável de compreensão e serviço! Há que lutar incansavelmente, trabalhando e realizando, guardando a certeza de que a indefectível Justiça Divina a ninguém desampara, permitindo, no futuro, a colheita dos frutos sazonados da cuidadosa sementeira de hoje.
Tomé não se encontrava presente quando o Divino Amigo veio ter com os Seus discípulos e, descrente, exigiu provas. Ora, o discípulo decidido jamais duvida e está sempre presente nas leiras dos deveres pelos quais se responsabiliza.
Até meados do século passado, quando as abendiçoadas claridades da Doutrina Espírita não haviam desvelado os horizontes espirituais para o homem encarnado, a fé era como um filete tênue de água correndo medrosa e debilmente entre vales escuros e profundos, apertado por um lado pelo paredão da incredulidade e da negação e, pelo outro lado, contido pela monolítica e inarredável parede dogmática.
Com o advento do Espiritismo postulando que "verdadeira só o é a fé que olha de frente a razão em todas as épocas da Humanidade", unindo sentimento e razão, podemos hoje beneficiar-nos das alcandoradas visões da fé raciocinada.
Assim, não é difícil entender - com Emmanuel - que "(...) ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade.
Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer: eu creio", mas afirmar: "eu sei", com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento. Essa fé não pode estagnar em nenhuma circunstância da vida e sabe trabalhar sempre, intensificando a amplitude de sua iluminação, pela dor ou pela responsabilidade, pelo esforço e pelo dever cumprido...
Traduzindo a certeza na assistência de Deus, ela exprime a confiança que sabe enfrentar todas as lutas e problemas, com a luz divina no coração, e significa a humildade redentora que edifica no íntimo do espírito a disposição sincera do discípulo, relativamente ao "faça-se no escravo a vontade do Senhor".
A nobre mentora Joanna de Ângelis exora: “(...) Bendize as horas de dor, que passam como passam os momentos de prazer, avançando na tua luta, caindo para levantar, chorando por amor ao ideal e sofrendo por servir. Para onde sigas, defrontarás a luta em nome do trabalho sulcando o solo da Humanidade.
A luta é clima em que são forjados os verdadeiros heróis e o sofrimento é a célula sublime que dá origem aos servidores verdadeiros”.