MARCUS
VINICIUS DE AZEVEDO
BRAGA
acervobraga@gmail.com
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
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O chamado
Clássica no
movimento
espírita é a
parábola dos
trabalhadores da
última hora,
tratada por
Allan Kardec no
capítulo XXI de
“O evangelho
segundo o
Espiritismo”,
que aborda este
pelo viés da
missão dos
espíritas como
trabalhadores da
última hora.
Perdoe o leitor
a ousadia deste
articulista, mas
vamos propor nas
breves linhas
desse artigo uma
outra abordagem
da parábola
citada,
extraindo dela
novos
conhecimentos,
não competindo,
mas agregando
valor.
De forma
resumida, a
parábola
apresenta o
senhor que sai a
cada hora do dia
para recrutar
trabalhadores
para a sua vinha
e, no momento da
remuneração,
recusa a boa
matemática das
horas
trabalhadas e
remunera a todos
da mesma
maneira; o que
causa revolta
nos
trabalhadores
das primeiras
horas.
A parábola
ilustra que a
remuneração não
é o mais
importante e que
para além do “toma-lá-da-cá”,
do salvacionismo
individualista,
o importante é o
trabalho na
vinha, onde, ao
ouvir o
“chamado”,
atendendo-o, já
recebemos o
nosso
galardão.
E esse chamado,
em nossa
opinião, se
apresenta como o
tema central da
parábola,
mostrando o
convite
permanente do
senhor da vida
para o trabalho
na vinha. De
forma
metafórica, cada
hora representa
uma fase de
nossa vida, na
qual recebemos
chamados ao
trabalho, cuja
necessidade se
faz de forma
constante. Na
juventude, na
infância, na
madureza e na
melhor idade,
recebemos
convites do
senhor de forma
incessante,
ainda que nos
façamos, por
vezes,
distraídos.
Pode-se dizer
também que as
horas da
parábola
representam as
nossas diversas
reencarnações,
nas quais em
cada uma delas
Deus aposta em
nós, nos
oferecendo mais
uma oportunidade
de crescimento.
A reencarnação é
o chamado e
precisamos
identificar
nesta
oportunidade a
soma de pequenas
missões que nos
cabem.
E a cada dia,
recebemos
chamados...
Acolhemos
alguns,
recusamos
outros, pela
preguiça ou pela
ignorância,
perdendo
oportunidades
valiosas. Quando
atendemos cada
chamado, nos
incorporamos à
vinha, fonte de
crescimento que
nos remunera,
independente da
hora em que
acudimos ao
chamado.
Isso significa o
fim do mérito?
Que basta apenas
tomar-se uma
decisão? Não;
significa que
essa decisão é
fundamental, mas
o que é
importante é a
vinha! A
parábola não se
prende àqueles
que desperdiçam
o chamado e sim
àqueles que
foram
recrutados,
indicando o
fluxo incessante
de trabalho para
o qual somos
convidados, e
que essa é a
nossa fonte de
evolução.
Necessitamos
ficar atentos
aos chamados, em
cada hora da
vida. A parábola
demonstra que a
remuneração é a
mesma, indicando
o valor de todas
as oportunidades
como ferramentas
de evolução.
Sempre há
esperança,
sempre é hora de
mudar, agora é a
hora. Essa é a
mensagem!
Mais relevante
que a última
hora é a nossa
entrada no
trabalho, o
nosso
alistamento nas
fileiras do
Cristo, nas
múltiplas
inflexões,
grandes ou
pequenas, que
experimentamos
nas diversas
encarnações. A
cada subida de
degraus,
ganhamos nossa
recompensa,
independentemente
se ascendermos
antes ou mais
tarde,
dependendo isso
de nossa
maturidade
espiritual e de
nosso empenho.
Cada um a seu
tempo, de acordo
com seu esforço,
atendendo aos
chamados que se
apresentam. Ao
receber o
chamado, é
preciso se
posicionar,
enfrentar a
vinha e seus
desafios.
Outro dia
nascerá e o
senhor
necessitará de
mais
trabalhadores, a
cada hora. A
última hora de
hoje pode ser a
primeira de
amanhã. Ser a
última hora não
é ser a última
bolacha do
pacote e sim se
mostrar disposto
à renovação, que
necessita de
esforços e
persistência
para se
materializar em
evolução.
Tornarmos a nós
mesmos
trabalhadores da
vinha é o fim
pretendido,
independente da
hora em que soar
o nosso gongo
interior. A
parábola fala
sobre a justiça
de Deus e sobre
o sol da
evolução que
brilha sobre
todos. A lei é
de amor e
justiça, somos
filhos de nosso
pai e o nosso
destino é amar.
A vinha nossa de
cada dia nos
espera e a
última hora é
agora.