Divaldo Franco
em Salvador
O conhecido
orador reúne um
público numeroso
em três eventos
realizados no
início de maio
na capital da
Bahia
O dedicado e
incansável
Semeador de
Estrelas,
Divaldo Franco,
esteve no dia 30
de abril no
Centro Espírita
Perseverança e
em 1º de maio no
Congresso
Espírita da
FEESP –
Federação
Espírita do
Estado de São
Paulo, em São
Paulo. Com todo
o seu dinamismo
e vitalidade o
Embaixador da
Paz proferiu
uma conferência,
dentro da
programação da
FEESP, das
12h10min às
13h30min.
Concluindo-a,
deslocou-se para
o Aeroporto de
Guarulhos,
embarcando no
voo das
15h25min,
demandando a
Salvador, aonde
chegou às
18h10min.
Um pouco antes
das 20h Divaldo
já se encontrava
no Centro
Espírita Caminho
da Redenção, no
bairro Pau da
Lima, Salvador
(BA) para
proferir
empolgante
conferência
abordando as
questões da
responsabilidade,
do dever, do
direito, os
conflitos
existenciais, e
a eutanásia,
retratada na
bela história
que envolveu o
Dr. Tadeu Merlin,
sua neta e o Dr.
Tadeu
|
|
Johann
Müller – o Dr.
Manco -, que
salvou a menina
Bárbara, neta de
Merlin.
|
Centro Espírita
Caminho da
Redenção,
1º de maio
Essa comovente
história real
caracteriza com
precisão o
caminho do amor
e seus opíparos
frutos, aqui
sinteticamente
retratada. Tadeu
Merlin, cursando
o último ano de
Medicina, em uma
Universidade de
Los Angeles nos
Estados Unidos
da América,
nutria a
preocupação com
um mundo cheio
de pessoas
aleijadas e de
doentes sem
esperança de
cura. Por essa
razão, era
partidário da
eutanásia e da
eliminação dos
portadores de
deficiência
física.
Moço e
irreverente,
costumava travar
calorosas
discussões com
os colegas que
não concordavam
com a eutanásia.
Seus colegas
sabiam que
estudavam
medicina para
cuidar das
pessoas,
minorando, ou
curando quando
possível, as
enfermidades. O
acadêmico Merlin
contrapunha
afirmando que se
nada pudesse ser
feito em
benefício do
enfermo, o
melhor para ele
seria a morte.
No entanto, uma
noite, quando
prestava serviço
no Hospital,
cumprindo
programa
curricular do
último ano do
curso, Merlin
foi chamado, em
um dia de
terrível
tempestade, para
assistir a uma
parturiente,
imigrante alemã,
que morava num
bairro miserável
da cidade. Ao
chegar no prédio
de três pisos,
subiu a
escadaria,
empurrou a porta
do apartamento
deparando-se com
uma mulher
visivelmente
debilitada sobre
uma cama de
ferro em um
colchão imundo.
De acordo com
informações da
mulher idosa que
assistia a
parturiente –
era uma parteira
-, ficou sabendo
das imensas
dificuldades
vividas por
aquela família,
cujo marido e
pai das outras
crianças havia
abandonado o
lar.
O jovem Tadeu
Merlin olhou
aquela senhora
semidesmaiada,
diagnosticando o
seu estado de
saúde como
grave. Tomou as
providências de
emergência e
ficou aguardando
a resposta
orgânica. A
parteira, que
até então
permanecia
junto, lhe disse
que ia ao seu
apartamento
embaixo. Deveria
atender à
família, pois
passara todo dia
ali. Tadeu,
enquanto
aguardava os
efeitos
medicamentosos,
acercou-se da
janela,
meditando...
A tarde entrava
em seu período
crepuscular,
pela janela
observou o
desnível social.
Torres de
petróleo ao
longe, e mais
perto, os
bairros ricos,
contrastavam com
aquela miséria e
sofrimento. A
tempestade havia
amainado. Tadeu
Merlin então foi
tomado de uma
certa angústia,
e fez
inevitavelmente
uma
autorreflexão.
Lembrou-se de
Deus e frente à
mulher que
estava próxima
da morte, quase
agonizando,
exclamou orando:
-
se tu
quiseres... se
tu quiseres, tu
podes salvá-los.
Eu sei que tu
podes salvá-los!
Eu te peço,
salva-os!
Notou, então,
que a mulher
gemeu,
movimentou-se.
Acercou-se.
Percebeu que a
criança estava
posicionada. Ele
começou a
estimular a
parturiente,
aplicou-lhe uma
substância para
ajudar nas
realizações
orgânicas, as
contrações. A
mulher gemia,
ele estimulava.
Decorrido algum
tempo ele erguia
no ar, pelos
pés, uma criança
do sexo
masculino. Havia
vencido a luta
contra a morte.
Realizou os
procedimentos
médicos,
seccionou a
placenta, o
cordão
umbilical,
assepsiou o
recém-nascido.
Atendeu a
mulher, colocou
o filhinho de
encontro ao seu
braço.
Tadeu Merlin
transpirava. A
emoção agora
dominava-lhe o
espírito. Ele
abriu a maleta
de instrumentos,
retirou a
caderneta para
tomar
apontamentos que
iam fazer parte
da ficha
hospitalar do
centro médico
onde ele
trabalhava. E
então anotou a
data, anotou a
hora. A noite já
descia sobre Los
Angeles. Pegou a
criança e
calculou o peso.
No momento que
ia medi-la, ele
recuou,
estarrecido: a
criança trazia
uma anomalia
congênita no pé
direito. O pé
era deformado,
voltado para
trás. Era uma
anomalia
desagradável, e
ele agora saía
do júbilo para a
revolta.
Que desgraça,
pensou. Esta
criança vai ser
profundamente
infeliz.
Desenvolverá um
trauma, talvez
se torne um
bandido, e eu
poderei evitar
que essa criança
seja infeliz. Na
escola será
vítima de
chacota dos
outros meninos
que o chamarão
manco.
Para que hei de
obrigá-lo
a viver? O mundo
nunca dará pela
falta dele.
Imagine
claudicando, as
gargalhadas
infantis, a
zombaria... eu
tenho agora o
poder de Deus na
minha mão. Vou
aplicar a
eutanásia.
Abriu a maleta
de instrumentos,
preparou uma
substância
letal, pegou o
braço da criança
e sentindo-se
Deus preparou-se
para aplicar o
veneno. Não
haveria
testemunhas, ele
diria que houve
um problema de
parto e a
criança morreu.
Claro que
ninguém ia fazer
a necropsia,
aquela mulher
não era gente,
era uma
imigrante
abandonada,
socialmente
esquecida.
Porém, no
momento em que
ele foi aplicar
a dose venenosa,
algo que havia
de nobre dentro
dele gritou:
Que tens tu com
isso? A tua
tarefa é salvar,
e não matar! Já
te desincumbiste
da tarefa. Deixa
viver! Se essa
criança vai ser
coxa, o problema
é dela, não teu!
Deixe-a viver!
Tadeu Merlin
surpreendeu-se.
Jogou fora a
substância,
fechou a maleta
e foi embora
censurando o
próprio
procedimento.
Pensando sobre a
sua atitude,
preservando a
vida do menino,
dizia para
consigo mesmo:
não posso
compreender por
que fiz isto!
Como se não
houvesse filhos
demais naquele
antro de
miséria. Não
entendo porque
deixei viver
mais aquele, e
ainda por cima
aleijado.
Decorridos
alguns anos, já
formado, o Dr.
Tadeu
consagrou-se
como médico
pediatra
conquistando
vasta clientela
e posição
socioeconômica
elevada no
Meio-Oeste
americano. As
ideias que
sustentava na
juventude
mudaram. Agora
ele se dedicava
a salvar e
conservar vidas.
Casou-se.
Tornou-se pai.
Ficou rico. A
sua filha, vinte
e cinco anos
depois, era
médica. Estava
casada com um
colega médico. O
jovem casal teve
uma filha,
Bárbara. A
menina era uma
neta muito
amada, a alegria
dos avós.
Quando Bárbara
completou quatro
anos, seus pais
resolveram
transferir-se
para Los
Angeles, em cuja
universidade iam
fazer o
doutorado. O Dr.
Tadeu sentia que
não poderia
viver longe da
neta. A vida
iria perder o
sentido. Voltou
a Los Angeles,
às suas raízes,
construiu duas
belas mansões,
uma para ele e a
esposa, e
próxima, para
sua filha, o
genro e Bárbara.
A vida
prosseguiu nesse
mar de venturas,
mas quando
Bárbara
completou cinco
anos, qual
houvera
acontecido no
passado, uma
tempestade caiu
sobre Los
Angeles e logo
depois a cidade
entrou em
calamidade
pública.
Às três horas da
manhã, o
telefone tocou
na casa do Dr.
Tadeu.
Pediam-lhe para
ir ao necrotério
do hospital da
universidade.
Informaram-lhe
que havia
acontecido um
acidente numa
pista de alta
velocidade. O
automóvel
derrapou, bateu
na amurada, uma
faísca fez o
tanque de
gasolina
explodir. No
necrotério, dois
cadáveres
carbonizados. Ao
erguer o lençol,
reconheceu a sua
filha e o seu
genro, mortos no
acidente.
O casal Merlin
passou a
dedicar-se a
neta Bárbara,
para preencher a
ausência, a
lacuna deixada
pelos pais.
Bárbara aos
cinco anos
perguntava se
seus pais iriam
voltar, sentia
saudades. Os
avós a
confortavam. A
criança chorava
a saudade da mãe
e do pai. Os
avós
despedaçados
tentavam
diminuir-lhe a
angústia, sem
palavras.
Quando Bárbara
completou sete
anos,
frequentava o 1º
grau. O Dr.
Tadeu, muito
rico, resolveu
fazer um
garden-party,
uma festinha nos
jardins, e
naturalmente
convidou todos
os coleguinhas
de Bárbara e
suas mães. No
dia da festa,
pela manhã bem
cedo, Bárbara
começou a
choramingar. Ele
levantou-se
apressado e foi
vê-la. Estava
febril. Ele
atribuiu que
fosse uma
infecção gripal
e aplicou-lhe um
antitérmico. Às
oito horas ela
estava sem
febre, mas com
olheiras.
Queixava-se de
dores nas
pequenas
articulações.
Estava muito
trêmula. Ao
meio-dia Bárbara
voltou a ter
febre. Era uma
infecção
virótica, por
certo.
Aplicou-lhe
substâncias
expressivas. Às
três horas
estava bem,
embora com
algumas manchas
em diferentes
partes do corpo.
Dr. Tadeu ficou
apreensivo.
Chegou a hora da
festa. Os
convidados
presentes. Tudo
estava preparado
para ser um
momento feliz,
inesquecível.
Porém, o Dr.
Tadeu,
cuidadoso,
procurou Bárbara
e não a viu.
Saiu pelo jardim
e foi
encontrá-la sob
um caramanchão
tremendo de
frio. Bárbara
estava febril.
Ele assustou-se.
Levou a criança
para o quarto. A
festinha
terminou rápido.
Ele telefonou a
um colega
pediatra e os
dois resolveram
fazer alguns
exames
complementares.
Concluída a
análise
laboratorial, o
diagnóstico
informava que
Bárbara era
portadora de uma
virose. Uma
virose
desconhecida.
Era um vírus
mórbido que
atacava uma
criança em um
milhão. Por ser
desconhecida não
havia
tratamento. No
dia seguinte o
périplo por
inúmeras
clínicas,
inclusive a mais
renomada da
época, as
Clínicas Mayo.
O próprio Dr.
Mayo atendeu-a.
Ao examinar o
resultado da
pesquisa de
laboratório, ele
meneou a cabeça,
especialmente
quando percebeu
na criança os
hematomas, as
manchas nas
articulações, a
debilidade e
disse: - Ela vai
morrer, e de uma
maneira cruel.
Esse vírus
aloja-se nos
tendões, nas
articulações...
e mata. Mata por
asfixia. A
criança vai
perdendo a
flexibilidade, e
se lhe enrijecem
todos os
músculos e morre
por falta de ar.
É um tormento a
morte de uma
criança dessa
forma. É uma
tragédia para
quem acompanha.
Não há
esperança,
continuou o Dr.
Mayo. Nós não
sabemos como se
dá essa
infecção. Se
fosse minha
neta, eu
aplicaria a
eutanásia, para
não a ver morrer
em sofrimento.
- Mas,
eutanásia? Na
minha neta?
Nunca! Eu sou um
homem rico! O
dinheiro compra
tudo, pelo menos
o que é
possível.
Mande-me a um
especialista!
Mande-me a um
cientista!
Bradou o Dr.
Tadeu Merlin. O
Dr. Tadeu reuniu
vários
neurologistas e
todos foram
unânimes em
afirmar que não
se conhecia
medicamento e,
muito menos,
tratamento para
aquela
enfermidade. A
busca por
soluções levou o
Dr. Tadeu a
visitar,
inclusive,
clínicas
especializadas
na Europa.
Por insistir em
novas
recomendações,
lhe foi
informado que
existia um
médico no
Meio-Oeste
americano, homem
moço, que havia
escrito
recentemente
sobre o êxito
que tem obtido
em casos como
este, observou
um dos
neurologistas. O
Dr. Tadeu não
teve dúvidas.
Tomou a neta e
se dirigiu para
o hospital
indicado. Era um
lugar miserável,
de alta
temperatura, de
mineradores de
carvão,
paupérrimo.
Aquele lugar se
apresentava como
fantasmas dos
velhos
faroestes. A
ambulância que
veio buscar a
menina estava
petição de
miséria,
enfermeiros
maltratados...
ele
arrependeu-se, o
calor era
sufocante!
Colocou a
netinha na maca,
entrou com ela e
a esposa, e a
ambulância
correu pelas
ruas
empoeiradas.
Quando chegou à
clínica, a
decepção foi
maior. Não era
uma clínica...
Era um velho
barracão de
madeira. Quando
ele saltou, a
visão era
desoladora. Ali
estavam crianças
aleijadas,
paralíticas,
crianças
decepadas. Ele
entrou,
acercou-se da
enfermeira e
disse-lhe que
estava vindo da
Alemanha e que
tinha uma
entrevista
marcada.
A enfermeira
informou-lhe que
o Dr. Müller
estava
esperando-o. O
Dr. Müller era
um jovem de
trinta e cinco
anos. Pediu que
aguardasse um
pouco, terminou
de escrever.
Bárbara foi
colocada em uma
mesa com
rodinhas nos
pés, gemia.
Bárbara
choramingava e o
avô, ansioso,
pegou a pilha de
exames e
apresentou-a ao
jovem médico que
redarguiu: - Não
quero ler, não
me induza no
diagnóstico, eu
tenho que fazer
o meu próprio
diagnóstico,
ademais, não
gosto de saber o
que disseram os
outros, vou
examiná-la,
disse-lhe o Dr.
Müller.
Pediu que
trouxessem a
menina até
perto, a
enfermeira
diligente
atendeu-lhe, e
utilizando-se de
uma boa
psicologia,
conversando e
examinando
Bárbara,
inclusive as
manchas nas
grandes
articulações,
informou:
- Não há
dúvidas. O
diagnóstico dela
é arrasador. É
um vírus. E é um
vírus
desconhecido,
nem está
nominado. Ela
vai morrer.
- Mas Dr....
- Bem, o senhor
queria um
diagnóstico, aí
está. E tenho a
certeza que os
meus colegas
disseram isto.
Pegou os exames
e conferiu. Ele
estava certo.
- Mas não se
pode fazer nada?
- Podemos
tentar. Há 10
anos, eu estou
pesquisando
exatamente esse
vírus, mas nunca
tive uma cobaia
humana, só
encontrei
cobaias animais,
ratos e coelhos
da índia, e até
cheguei a
desenvolver uma
vacina de
finalidade
terapêutica, mas
nunca
experimentei em
uma criança. Não
posso garantir
resultados, e é
muito perigoso.
Ela pode ter uma
sequela fatal.
- Mas colega,
pelo amor de
Deus... pelo
amor de Deus,
ela vai morrer
de qualquer
forma, ela está
morrendo! Tem
que salvá-la, e
se ela morrer
será mártir e
irá abrir espaço
para salvar
outras vidas.
Pelo amor de
Deus!
O Dr. Tadeu
lembrou-se de
Deus. Fazia
muitos anos ele
estava de mal
com Deus. Nós
somos muito
soberbos. Na
hora da
felicidade nós
nos libertamos
de Deus. Na hora
da angústia nós
voltamos a Deus.
Ele se recordou
e deu um grito
surdo:
- Se tu
quiseres... se
tu quiseres,
salva-a. É tua.
Tu me
emprestaste a
minha filha, meu
genro, me
tomaste de volta
os dois,
deixando-me com
ela. Deixa-me um
pouco mais... se
tu quiseres...
O Dr. Müller
chamou a
enfermeira e
disse-lhe para
preparar a
terapia
imediatamente. A
terapêutica
inicial era
muito simples:
choques
térmicos. A
criança era
mergulhada em
uma piscina ao
lado, de águas
muito tépidas, e
depois colocada
em uma outra
piscina com água
a cinco graus,
para choques de
temperatura. O
Dr. Müller
recomendou que
quando a terapia
inicial
estivesse
concluída que o
chamassem para
aplicar a vacina
em Bárbara.
Anunciado o
término da
terapia inicial,
o Dr. Müller
empurrou a sua
mesa,
levantando-se.
Quando contornou
na direção da
porta, o Dr.
Tadeu recuou.
Estava à parede,
abraçado à
esposa, e olhou
para o pé
direito em uma
bota ortopédica,
aquele pé
deformado, ele
coxeava, tinha
uma deformidade.
O Dr. Tadeu
olhou exatamente
na hora em que o
Dr. Müller
olhou, notando a
curiosidade.
- Está olhando o
meu pé? Pois é.
Sou coxo. Todo
mundo aqui me
chama Dr.
Manco. Em
realidade meu
nome é Tadeu
Johann Müller,
mas eu sou tão
aleijado quanto
os meus
pacientes. Aqui
ninguém ri de
ninguém, porque
é aleijado o
médico, é
aleijado o
paciente, é
aleijado o
enfermeiro...
- O colega foi
vítima de um
acidente?
Indagou o Dr.
Tadeu.
- Não, acidente
da natureza.
Imagine você,
que eu sou o
sétimo filho de
uma imigrante
alemã, nasci em
Los Angeles, em
uma noite
pós-tempestade
que só Los
Angeles sabe
dar. Mamãe
estava a morrer.
Eu sou teimoso.
Quando ela me
concebeu papai
disse:
- Ou mata,
aborta-o, ou eu
abandono vocês.
Então ela disse:
- Eu perco o
marido, mas não
perco o filho. -
Ele se foi e ela
ficou comigo,
que era o sétimo
filho. Ela
estava fraca.
Não tinha sequer
as contrações,
que são
automáticas.
Estávamos a
morrer os dois.
Uma vizinha, que
era parteira e
atendia mamãe
naquele dia,
telefonou ao
hospital, e o
hospital mandou
um excelente
médico para me
salvar. Um
médico notável,
ele foi à minha
casa, salvou-me,
salvou a mamãe e
foi embora.
Procurando saber
quem foi o
médico
benfeitor, mamãe
foi ao hospital
assim que se
recuperou.
Chegou lá, falou
à enfermeira no
serviço social:
- Eu quero saber
o nome do médico
que salvou a
minha vida. Eu
quero orar por
ele, eu sou
muito pobre, não
tenho como
agradecer. Quero
saber o nome
dele. A
enfermeira
disse:
- Senhora, é
impossível! Nós
somos proibidos
de dar qualquer
informação que
possa
identificar o
médico. É
segredo
hospitalar.
Mamãe insistiu,
conversou,
suplicou. A
enfermeira
sensibilizada,
mas sem quebrar
o protocolo,
deixou o
prontuário sobre
o balcão,
dizendo que iria
tomar um café e
que se mamãe
olhasse, não
teria nada com
aquilo. Mamãe
olhou e leu: Dr.
Tadeu Johann
Merlin. Então
ela em homenagem
colocou meu
nome: Tadeu
Johann Müller.
Mas eu nunca
usei o meu nome.
Tadeu é um nome
muito
importante. Todo
mundo me chama
de Dr. Manco.
Dr. Tadeu olhou
para ele,
lembrou-se
daquela noite,
do momento em
que pegou a
ampola com a
substância letal
para mata-lo.
Dr. Tadeu
exclamou: - Meu
Deus! É melhor
ser coxo do que
cego como eu
era.
O Dr. Müller
continuou com os
banhos termais
em Bárbara,
aplicou a
injeção e dois
meses depois
Bárbara estava
curada. E a
partir daquele
dia o vírus foi
derrotado. Nunca
mais morreu
nenhuma criança
com aquela
terrível virose.
Assim, o jovem
Tadeu Johan
Müller, o que
puxava da perna,
cuja vida foi
salva no momento
da eutanásia, se
revelou o
pesquisador da
enfermidade e
salvou todas as
vidas do futuro.
A verdadeira
felicidade,
disse Divaldo
Franco, é fazer
o bem. O bem que
nós fazemos é
bem que nos faz
bem. Desta
forma, o Dr.
Tadeu Merlin
havia se
realizado em
salvar vidas e
havia renunciado
ao crime da
eutanásia A vida
deu voltas e
porque salvou
aquela vida, a
do menino Müller,
essa vida viria
a salvar a da
sua neta, e
milhares de
futuras vítimas.
O amor é mais
vantajoso para
quem ama. O
compromisso do
indivíduo para
com a vida é
amar, frisou o
Arauto do
Evangelho.
Somente aquele
que tomou a si a
tarefa de amar o
seu semelhante
em tal grau pode
desenvolver
trabalho de tal
magnitude,
exigindo higidez
mental e física,
como vem fazendo
Divaldo Franco
há mais de
sessenta e seis
anos.
Centro Espírita
Caminho da
Redenção, 3 de
maio
Divaldo Franco,
com sua habitual
fidalguia,
recepcionou com
um lauto lanche
um pequeno grupo
de amigos do Rio
Grande do Sul,
Paraná e São
Paulo. A
conversa
animada,
recheada de
informações
preciosas, foi
sendo
desenvolvida
enquanto era
servido os
acepipes pelas
diligentes
voluntárias da
Mansão do
Caminho.
|
|
Às 20h00min teve
início o
trabalho
doutrinário no
Centro Espírita
Caminho da
Redenção. Várias
filhas e filhos
adotivos de
Divaldo Franco
estavam
presentes, bem
como delegações
de Santa
Catarina, com
cinquenta e três
integrantes, de
São Paulo, de
Sergipe e outras
várias cidades a
quem o
Embaixador da
Paz devotou a
sua gratidão. |
|
|
|
Divaldo
com
filhos
adotivos |
|
O tema de cunho
emocional,
psíquico, foi
embasado no
encontro e nas
orientações e
seus
desdobramentos
transmitidos a
Divaldo Franco
pelo Espírito
Jésus Gonçalves
que se fez
presente
enquanto Divaldo
orava no quintal
de residência em
que morava. Até
então Divaldo
não sabia de
quem se tratava.
O Espírito
identificou-se
como Jésus
Gonçalves,
desencarnado na
Colônia de
hansenianos em
Pirapi- |
tingui, em São
Paulo. Disse que
se conheciam
desde há alguns
séculos.
Orientou Divaldo
a visitar os
internados na
Colônia de Águas
Claras, em
Salvador/BA. Os
internos eram
portadores da
hanseníase. |
Como Divaldo
tinha horror da
lepra, disse-lhe
que não iria lá,
nunca. Ao que
ele respondeu: -
Tu preferes ir
lá, ou ires para
lá? Claro,
nestas
circunstâncias
Divaldo
concordou em ir
visitar a
Colônia Águas
Claras. Desta
forma, o
Arauto do
Evangelho,
passou a
visitar, após
obter permissão,
um grande número
de colônias de
leprosos no
Brasil e no
Exterior.
Conheceu,
também, pessoas
abnegadas que já
exerciam
atividades de
auxílio aos
hansenianos,
como Zaira Pitt,
Eunice Weaver,
Ninita, a viúva
de Jésus
Gonçalves, e
tantos outros.
O pior leproso é
o da alma,
destacou
Divaldo. Todos
possuem
compromissos de
amor na Terra,
são compromissos
de diversas
ordens. As dores
possuem raízes,
matrizes, em
atos praticados
em existências
passadas. Cabe a
cada indivíduo
descobrir quais
são os seus
compromissos de
amor. Mesmo que
sejam
compromissos de
dor, devem ser
compreendidos e
vivenciados com
resignação,
propiciando
construir-se
melhor, mais
harmônico,
adquirindo saúde
física, mental,
psicológica.
Workshop:
Compromissos de
Amor
O Auditório
Yemanjá, no
Centro de
Convenções da
Bahia, estava
lotado com quase
duas mil pessoas
ávidas por
absorver o
conhecimento
necessário para
libertar-se das
amarras do
passado,
desejosos por
construir um
futuro de
plenitude.
Preparando a
recepção e
ambientando os
participantes,
Cássia Aguiar
interpretou
belas canções.
Como Divaldo
Franco está
completando
oitenta e sete
anos, em cinco
de maio, foi
homenageado.
Antonio Cesar
Perri de
Carvalho,
Presidente da
Federação
Espírita
Brasileira – FEB
-, enviou a
Divaldo a
mensagem
intitulada
Mensagem para
Divaldo Pereira
Franco, lida
no palco. Após
foi enaltecido o
trabalho, a
dedicação e o
amor
exemplificado
pelo Arauto
do Evangelho
através da
exposição de um
texto e de
fotos,
reconhecendo a
grandiosidade
desse abnegado
servidor do
Cristo. Foi um
gesto de
gratidão e de
reconhecimento
pelo esforço que
o nobre
conferencista e
médium baiano
tem realizado em
prol da
humanidade, da
paz e do
cristianismo.
Sua existência
tem sido um hino
de amor.
O workshop
serviu como
palco para o
lançamento do
livro
Compromissos de
Amor, uma obra
rica e
fascinante,
ditada por
diversos
Espíritos
interessados no
bem de todas as
criaturas. É um
convite para o
desenvolvimento
da consciência
sobre a
responsabilidade
espiritual e a
aquisição de
recursos capazes
de atingir a
vitória sobre as
paixões
primitivas. O
sentido e o
significado da
existência
terrena é
proporcionar ao
Espírito, no seu
processo de
reencarnação, as
realizações
dignificantes
dos seus
COMPROMISSOS DE
AMOR,
assevera a
benfeitora
Joanna de
Ângelis.
O homenageado
aniversariante,
emocionado,
recebeu com
gratidão o
carinho, a
ternura e o
estímulo nesta
fase crepuscular
de sua atual
existência,
transferindo a
Allan Kardec o
mérito da
honraria.
Apresentando um
pequeno vídeo
que retrata
pequenos gestos
e atitudes
generosos, e que
surtiram efeitos
salutares,
modificando
aqueles
panoramas da
natureza, do
animal e do
homem, Divaldo,
com isso,
salientou que é
possível a
qualquer um que
o deseje,
realizar algo
benéfico,
desincumbindo-se
de seus
compromissos de
amor,
construindo um
mundo melhor.
Fazendo um breve
análise
historicoarquetípica
de Eros, Tanatos
e Cupido, o fiel
mensageiro da
palavra do
Cristo preparou
as mentes e os
corações para as
importantes e
estimuladoras
mensagens que
foram
trabalhadas ao
longo do
workshop.
Lúcidas
informações
sobre o homem
psicológico
foram
apresentadas,
destacando que a
vida humana
necessita de uma
meta, de um
sentido
psicológico.
Esse sentido
psicológico da
vida é alcançar
o entendimento
sobre a
imortalidade,
desenvolver o
amor,
desincumbir-se
dos compromissos
de amor.
Discorrendo
sobre a vida de
Francisco de
Assis, desde o
seu nascimento,
o orador por
excelência foi
apresentando-a,
fase a fase,
aditando
informações
sobre o ego, o
Self, os
arquétipos, os
conflitos
íntimos, o
encontro com si
mesmo, as
relações com
Deus, a verdade.
Todo aquele que
busca
renovar-se,
passa por provas
e crises.
Desnudar-se do
ego é encontrar
o ser profundo,
alinhar o eixo
ego-Self.
O propósito é
dignificar a
criatura humana,
libertando-a do
impositivo das
atitudes
perniciosas.
Jesus é o ícone
do amor. Toda a
Sua vida, desde
o berço, é um
hino à vida
transcendental.
Já Francisco de
Assis é um hino
de ternura que
comove a
humanidade. O
homem, educado
em bases de
valores
materiais, se
esquece de sua
origem
espiritual e
divina. Se
afeiçoa mais à
matéria do que
ao Espírito. A
predominância do
ego impulsiona o
indivíduo à
competitividade,
não a conquista
de si mesmo. A
notável lição de
Francisco de
Assis deve ser
aplicada no dia
a dia de cada
um, extinguindo
a guerra íntima
para descobrir
os valores
divinos através
dessa viagem
interior.
Para que a
relação com Deus
se aprofunde,
deve-se
estabelecer uma
relação profunda
com si mesmo,
com a própria
alma, amando-se.
A verdade deve
ser revelada aos
poucos, nem
todos estão
preparados para
receber a
verdade. Há uma
tendência
regressiva muito
grande para todo
e qualquer
mudança. A vida
física é fugaz,
assim importa
cuidar mais do
Espírito do que
da matéria. Viva
de tal forma que
deixes pegadas
luminosas por
onde passas.
Quem deseja
viver o homem
novo, deve
despir-se do
homem velho.
O esforço não
deve ser contra
a ordem externa,
mas aplicado na
construção
interna, da
fortaleza
necessária para
construir uma
nova ordem, sem
colocar-se
contra o mundo,
sem submeter-se
à sua forma
doentia de ser.
O propósito é
dignificar a
criatura humana,
libertando-a do
impositivo das
atitudes
perniciosas.
Para amar em
profundidade é
necessário
cuidar das
chagas morais,
nem sempre
visíveis no
corpo. O
enfrentamento da
sombra
deve ser diário,
pois muitas
potencialidades
encontram-se na
área
desconhecida. A
sombra
não deve ser
negada, mas
integrada.
Quem olha para
fora sonha, quem
olha para
dentro,
desperta. Não
espere
reconhecimento
se estás com o
Cristo. Seguir o
Cristo exige
estar preparado
a conduzir a
própria cruz.
O arquétipo
cristão é a
misericórdia, a
caridade, a
fraternidade, o
amor. Quem ama
vive. Os
compromissos de
amor permanecem
e prosseguem. O
homem somente
alcançará a
plenitude se
vencer os seus
inimigos
internos. E
vencer os
inimigos
internos é um
dos compromissos
de amor. Eis,
assim, a
exposição de
algumas das
ideias-força
apresentadas e
comentadas, com
muita
propriedade,
pelo reconhecido
orador espírita.
Finalizando,
Divaldo rogou a
Francisco de
Assis, o Êmulo
de Jesus,
abençoar as
dores internas e
os hinos de
alegria de cada
um, que visam
fundir o que se
está hoje com o
que se deseja no
futuro, a
plenitude.
Ide em paz, ide.
O Senhor nos
espera, esse é
um momento de
libertação,
assim se
despediu
Divaldo,
visivelmente
emocionado, de
seu público que
em gratidão o
louvou com
grande salva de
palmas.
Nota do Autor:
As fotos que
ilustram esta
reportagem foram
feitas por Jorge
Moehlecke.
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