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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 364 - 25 de Maio de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 11)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. Como são tratados e drenados os chamados cânceres da alma?

É o sofrimento que faz drenar os cânceres da alma – o culto à personalidade, a sobrestima, a fatuidade, a ambição desmedida, filhos diretos do egocentrismo – até o desaparecimento total dos seus tentáculos de longo alcance, abrindo espaço para que se instalem os sentimentos da fraternidade, do auxílio recíproco, do perdão indiscriminado, decorrentes do amor que os vivifica. (Loucura e Obsessão, cap. 8, pp. 93 e 94.)

B. Há diferenças entre o homem culto e o homem sábio?

Sim. São diferentes o homem culto e o homem sábio, pela simples razão de que o primeiro armazena conhecimentos e o outro vive-os de forma edificante, promovendo aqueles que o cercam. “Asas da evolução, o conhecimento e o amor constituem a força da sabedoria que liberta a criatura.” (Loucura e Obsessão, cap. 8, pp. 93 e 94.)

C. Após terem vivido na Dinamarca, que motivo levou D. Emerenciana, seu esposo e seu filho a reencarnar na África?  

Os erros e as arbitrariedades cometidas foram a causa principal. Informados da necessidade da reencarnação e dos perigos de renascer na antiga Pátria, em razão das contínuas guerras de anexação e separação de povos e províncias, foi-lhes acenada a oportunidade de recomeçar em terras da África sofrida, onde o eito da escravidão lhes serviria de educandário moral, liberando-os dos orgulhos de raça, tradição, cultura e poder. Foi assim que reencarnaram em terras africanas e depois, quando ainda jovens, apanhados por caçadores de negros, foram enviados num navio negreiro para o Brasil e vendidos nas terras da Bahia, onde aportaram, a fim de darem início a uma nova fase na vida, a de sua restauração espiritual. (Loucura e Obsessão, cap. 8, pp. 94 a 98.) 

Texto para leitura

41.  São diferentes o homem culto do homem sábio - Observando que o amor é de essência universal e que os convites da vida são para a união, a solidariedade, a compreensão, Miranda nos lembra que naquele desfilar de sofrimentos diferentes havia a mesma tônica centrada numa gênese única: a ação malfazeja do passado produzindo os atuais efeitos afligentes. O culto à personalidade, a sobrestima, a fatuidade, a ambição desmedida, filhos diretos do egocentrismo, são cânceres da alma que o sofrimento faz drenar até o desaparecimento total dos seus tentáculos de longo alcance, abrindo espaço para que se instalem os sentimentos da fraternidade, do auxílio recíproco, do perdão indiscriminado, decorrentes do amor que os vivifica. “Quantas vezes – diz Miranda – visitamos Grupos e Sociedades pomposos, nos quais se exibem os campeões do verbo orientador e da conduta vazia de ações que lhes subsidiem as palavras! Acompanhamos muitos homens de cérebro incendiado pelo ideal nobre e mãos desocupadas apontando erros e necessidades; muitas mentes iluminadas pelo conhecimento, e sentimentos frios, na escuridão da impiedade e do desprezo aos menos dotados ou mais ignorantes; muitos orientadores estribando-se em técnicas revolucionárias, sem a verdadeira compreensão das necessidades alheias, dos limites dos demais.” “Naquele recinto – prossegue Miranda –, onde havia escassez de conhecimentos, sobejava a ação da bondade. Não que o conhecimento seja fator de inércia ou soberba, de mesquinhez ou fatuidade. Ele é claridade que deve derruir a ignorância, começando em quem o conduz, e é sombra que se disfarça com certas excrescências morais que atestam a pequena evolução real do ser. A cultura tem a finalidade de dilatar o campo de compreensão do homem, concedendo-lhe mais clara visão da vida, antes que intoxicá-lo de informações que nem a ele próprio aproveitam. São diferentes o homem culto do homem sábio, pela simples razão de que o primeiro armazena conhecimentos e o outro vive-os de forma edificante, promovendo aqueles que o cercam.”  “Asas da evolução, o conhecimento e o amor constituem a força da sabedoria que liberta a criatura.” (Loucura e Obsessão, cap. 8, pp. 93 e 94.)

42.  O caso Emerenciana - Logo que terminaram os labores espirituais na Casa, a sábia Mentora voltou-se para Dr. Bezerra, que a apresentou ao irmão Miranda. A Benfeitora espiritual falou-lhe então em linguagem diferente daquela em que se manifestara pouco antes no Grupo. Tratava-se de irmã Emerenciana, a quem Dr. Bezerra explicou: “O irmão Miranda vem a esta Casa, a convite nosso, acompanhando o caso Carlos, cuja mãezinha foi bondosamente atendida pela cara irmã. Estudioso dos fenômenos mediúnicos e das alienações por obsessão, está reunindo valiosos apontamentos nesta noite, que lhe serão de grande utilidade futura”. Dito isto, o Mentor pediu: “Quando as circunstâncias o permitirem, pediríamos à nobre amiga que lhe elucidasse, sinteticamente, a razão por que opera neste recinto, apresentando-se com as características dos ancestrais africanos”. A gentil senhora, que parecia haver desencarnado na faixa dos cinquenta anos de idade, anuiu fazê-lo de imediato. “Iniciemos – disse ela – no século XVII, na Europa, especialmente na gloriosa Dinamarca luterana governada por Cristiano IV, no auge da Guerra dos Trinta Anos, antes de ser vencida pelos exércitos de Fernando II.”  “As lutas que se travaram dois anos antes foram sangrentas e impiedosas, ceifando as vidas de quantos, aparentemente, mantinham as crenças ancestrais a Odim, nas zonas rurais empestadas pela ignorância, conforme então acreditávamos, ou desforçando-se injustificado rancor nos adversários que tombavam sob as nossas forças guerreiras. Temidas pela impiedade, nossas tropas espalhavam o horror, havendo antes subjugado os povos vizinhos, que o tempo e novas lutas se encarregariam de libertar ao preço cruel dos lares enlutados, das crianças órfãs, da viuvez e da miséria que se alastrava num, como nos outros lados da beligerância.” Emerenciana contou então que, viúva de guerra e usufruindo as extravagâncias da nobreza, estimulara seu filho único, de vinte anos, a vingar a morte do pai, batido em batalha inglória, defendendo a Pátria ameaçada. Orgulhoso de sua raça e dos ancestrais, Valdemar partiu para o campo de confrontos, em Lutier, onde tombou prisioneiro e foi vilmente assassinado. Firmada a paz em Lubeck, em 1629, os ódios permaneceram em feridas abertas, e anos depois, após cometer arbitrariedades indignas de sua condição de mulher, ela morreu, sendo amparada pelo esposo digno, que já tomara conhecimento da realidade espiritual. Em seguida, buscaram, juntos, o filho amado, que enlouquecera de dor e de revolta com outras vítimas da insensatez guerreira...  (Loucura e Obsessão, cap. 8, pp. 94 a 96.)

43. Que é uma existência ante a eternidade da vida? - Após ligeira pausa, Emerenciana prosseguiu: “Foram gastos vários decênios para trazer à paz o querido Valdemar. Informados da necessidade da reencarnação e dos perigos de renascer na antiga Pátria, em razão das contínuas guerras de anexação e separação de povos e províncias, foi-nos acenada a oportunidade de recomeçar em terras da África sofrida, onde o eito da escravidão nos serviria de educandário moral, liberando-nos dos vãos orgulhos de raça, tradição, cultura e poder. Anuímos à oferenda, tomados por esperanças de futura felicidade”. “Que é uma existência corporal e quanto dura no relógio do tempo sem fim?! Desse modo, mergulhamos, no último quartel daquele século, nas sombras do corpo, primeiramente meu esposo, eu lhe seguindo empós, a fim de nos prepararmos para receber o filho e guiá-lo com a lição da obediência sob a luz do amor, montanha redentora acima. Fomos conduzidos ao reino de Ioruba, cuja cultura socioantropológica era mais adiantada do que a de outros povos daquelas costas africanas. Estava, porém, escrito, no livro dos nossos destinos, que a aprendizagem seria longa, difícil e mais dolorosa do que pensávamos. Ainda jovens, fomos apanhados por caçadores de negros, que venceram nossa nação, surpreendida e sem defesa, sendo enviados num negreiro para o Brasil e vendidos nas terras bonançosas da Bahia, onde aportamos, a fim de iniciar a era da nossa restauração espiritual.” Após breve referência aos sofrimentos da viagem sem retorno, realizada num navio sórdido em que as pestes e a morte consumiram tanta gente, Emerenciana continuou:  “Dealbava o século XVIII, quando nos unimos, o companheiro e eu, na senzala da fazenda, sob o culto dos antepassados da raça que nos vestia a alma, para darmos prosseguimento aos processos redentores. Posteriormente, renasceu o ser anelado, sob o estigma de grande deformação decorrente dos exageros perpetrados na guerra, antes de ser feito prisioneiro... Aqueles eram dias de conduta semibárbara e a piedade era quase desconhecida pelos homens. A força irracional era um direito de livre exercício que dominava em quase toda parte. A vida do vencido, do escravo, do pobre fazia-se de pequena monta. Idosos, mutilados e enfermos sem recursos pecuniários, ou sem os títulos da fantasia humana, eram rebotalhos esfaimados que pesavam negativamente na economia social. Este conceito permitia que ficassem desprezados, sob ódios anormais, e, quando a morte recolhia alguém deles, havia júbilo nos sobreviventes, que assim se liberavam da preocupação”. (Loucura e Obsessão, cap. 8, pp. 96 a 98.)

44.  Valdemar rebela-se contra o cativeiro e morre - Emerenciana explicou que os escravos portadores de mutilações ou impedimentos para o trabalho eram mortos, sem qualquer consideração, fato que não se deu com seu filho, embora ele tivesse experimentado, desde cedo, a chalaça e o opróbrio gerais, inclusive de outros vencidos, que o detestavam... Valdemar, por não haver superado as reminiscências do antigo poder, amargava o cativeiro e a limitação sob odienta revolta. Foi assim que, aos vinte anos, por motivo insignificante, rebelou-se contra o feitor, agredindo-o e vindo a pagar com a vida, no tronco, depois de sofrer chibatadas que lhe dilaceraram as carnes. “Vimo-lo – disse Emerenciana – morrer à míngua, a cada minuto, ao sol, aberto em chagas. O pobre estorcegava na agonia, clamando por vingança, já que não havia, no mundo, justiça em favor dos desgraçados...” Essas lembranças levaram a nobre Mentora à revivescência dos acontecimentos e lágrimas perolaram-lhe os olhos meigos. “Desculpem-me os amigos pelo ligeiro descontrole”, justificou a Benfeitora amiga. “Não é autopiedade, mas comiseração por aqueles que ainda hoje se comprazem no crime legal; que se escondem sob a proteção de leis injustas e habilmente escamoteadoras da verdade; pelos infortunados geradores ou mantenedores da miséria sociomoral, socioeconômica e socioespiritual da criatura humana, sua irmã, portadora dos mesmos direitos que a vida a todos concede e nunca ou raramente são considerados... Eles estão anestesiados e despertarão para largos anos de amargura sem conforto e dores lancinantes sem consolo...” Feita esta explicação, Emerenciana prosseguiu informando que ela e Venceslau, seu companheiro, agradeceram muito a Deus pelos sucessos passados, que lhes ensinaram submissão e esperança. “Àquela época – esclareceu –, nas tradições dos iorubas, o culto aos mortos e às deidades eternas era natural, ao qual nos acostumáramos, encontrando nele consolo para a desdita e esperança para o desalento. Por intermédio dos Benfeitores soubemos que o filho desnorteado se encontrava sob a tutela de Encantados, na área do mal, conforme ali se conceituavam, genericamente, as Entidades que trabalham, cooperam e constituem as forças vivas da Natureza, conhecidas milenarmente por várias designações... Preparavam-no para a vingança organizada, que se tramava nas Regiões em que se homiziavam... Redobramos oferendas a esses seres mais impiedosos, que se supunham criados eternamente para o mal, a fim de que liberassem o infeliz, sem que viéssemos a conseguir qualquer resultado positivo. Os anos se dobaram lentos e carregados de mais penosas angústias, quando fui separada do esposo para acompanhar uma das Sinhazinhas que se casara, passando a residir em Pernambuco, para onde nos transferimos, continuando a servi-la e a atender os seus filhinhos que foram chegando, neles amando os amores que me haviam sido arrancados da alma.” “Quando os crepes da morte me envolveram o corpo, eu havia aprendido um pouco mais a respeito do dever antes que do prazer, e sobre a afetividade sem as amarras caprichosas do egoísmo. Venceslau retornara antes, sem que eu o soubesse, e, novamente, aguardou-me...” (Loucura e Obsessão, cap. 8, pp. 98 a 100..)(Continua no próximo número.)


 


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