CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
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O jardim de
rosas
Entre um
emaranhado de
imagens
indefiníveis
após uma noite
de sono bem
dormida, a
Espiritualidade
reservou-me
graciosa
surpresa pouco
antes que
retornasse ao
corpo: plasmou
para mim um
lindo jardim de
rosas!
Lembro que
estava aqui
mesmo, em casa,
com algumas
pessoas
conversando na
sala. Um senhor,
na varanda,
comentava algo a
respeito de ser
uma data
especial para
mim, e, atraída
para onde ele
falava, recordo
ter
experimentado
inusitado
choque, porque
naquele mesmo
jardinzinho que
cultivo no meu
apartamento, na
verdade, não há
rosas! Há, sim,
um grande pé de
alamanda que ao
longo dos anos
se alastrou como
dossel por entre
as grades
pintadas de
branco, que
cercam o
perímetro do
terracinho; um
frondoso pé de
azaleia que há
anos nunca
deixou de me
encantar com
suas flores
brancas. Um pé
de jasmim, um de
bougainville
grená. Um croton
petra num
vasinho. Mas
nunca tive
rosas, nem mesmo
daquelas
pequeninas que,
antes, bem
tentara cultivar
em vasos, mas
que, nem elas,
puderam suportar
a severa carga
solar do verão
carioca!
E foi por esta
razão que, entre
perplexa e
encantada, parei
na entrada da
varanda
examinando
aquelas enormes
roseiras, todas
floridas! Rosas
amarelas,
brancas e
vermelhas! E,
magnetizada,
avancei para
examiná-las,
notando, de
acréscimo, que
eram rosas de
tamanho incomum,
grandes demais
para a média das
flores que temos
em roseiras
fartas de
canteiros!
Tocava uma das
lindas rosas
amarelas,
perguntando-me,
por minha vez, a
que se devia
aquele presente
estranho, com
cuja causa não
atinava, assim
como também,
momentaneamente,
não me dava
conta da razão
dos comentários
que o senhor
continuava
tecendo com
alguém que se
achava próximo
de onde eu
estava, na minha
sala. Malgrado
isso, entendera
com clareza a
menção de que as
rosas foram
arrumadas ali
por minha causa.
Alguma data
especial que me
dizia respeito!
Mas, que
presente
fabuloso, e a
conta de quê?! -
Eu refletia!
Aniversário?! Eu
tentava atinar
com o
significado do
que ouvia!
Subitamente,
porém, dei-me
conta, mesmo
desligada do
corpo, que não
era a data do
meu aniversário
- e foi neste
ponto que abri
de súbito os
olhos, e me vi
de volta no
corpo, e em meu
quarto, ainda
ouvindo de algum
daqueles
visitantes
amáveis,
certamente
amigos, ao lado
dos mentores
desencarnados
habituais, a
explicação
correta:
Dia das Mães!
E, mesmo já
desperta, ainda
visualizava, com
o rosto lavado
por lágrimas
inevitáveis, e
em todos os
detalhes, as
maravilhosas
rosas grandes
que tocara há
pouco -
coloridas,
espalhadas em
touceiras
viçosas na minha
pequena varanda
-, brancas,
vermelhas,
amarelas,
lindas!
E, no decorrer
das horas da
manhã até agora,
imaginava como
agradecer a
imensa beleza do
presente
plasmado no
ambiente
espiritual da
minha residência
terrena! Durante
o café,
nitidamente, e
sem mais nenhuma
hesitação,
passei a
perceber as
presenças: uma
voz feminina,
cuja entonação
etérea me
segredou já ter
sido minha filha
em jornadas
materiais
anteriores.
Junto dela,
estava o
companheiro
desencarnado de
sempre, o meu
querido mentor,
Caio. E outros
mais, cujas
presenças, por
si só, me
enchiam de
inefável
bem-estar!
Tais momentos,
sem nenhuma
dúvida, são os
responsáveis
pelo alívio
acalentador das
canseiras
experimentadas
durante nossos
estágios mais ou
menos
prolongados de
aprendizado nas
dimensões mais
densas, mais
nebulosas, das
vidas
materiais!
- As rosas
ainda estão lá,
onde as
deixamos! Sempre
que for ao seu
jardim,
lembre-se delas!
E as veja! Você
pode! São o
nosso presente,
que esperamos
lhe recorde do
amor que nos
mantém unidos,
desde ontem,
como hoje e
sempre!... -
Finalizava a
delicada voz
feminina,
enquanto sentia
com clareza o
abraço terno com
que não apenas
ela, mas outros
dos presentes me
envolviam!
Um dia, hei de
lhes agradecer
de algum modo
adequado!
Naquele dia
ensolarado das
estâncias
invisíveis, em
que todos enfim
se reencontram e
celebram a
eternidade
excelsa do amor
que nos mantém
unidos, pelo
coração, à nossa
imensa família
espiritual!