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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 366 - 8 de Junho de 2014

CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

 
 
 

O jardim de rosas


Entre um emaranhado de imagens indefiníveis após uma noite de sono bem dormida, a Espiritualidade reservou-me graciosa surpresa pouco antes que retornasse ao corpo: plasmou para mim um lindo jardim de rosas! 

Lembro que estava aqui mesmo, em casa, com algumas pessoas conversando na sala. Um senhor, na varanda, comentava algo a respeito de ser uma data especial para mim, e, atraída para onde ele falava, recordo ter experimentado inusitado choque, porque naquele mesmo jardinzinho que cultivo no meu apartamento, na verdade, não há rosas! Há, sim, um grande pé de alamanda que ao longo dos anos se alastrou como dossel por entre as grades pintadas de branco, que cercam o perímetro do terracinho; um frondoso pé de azaleia que há anos nunca deixou de me encantar com suas flores brancas. Um pé de jasmim, um de bougainville grená. Um croton petra num vasinho. Mas nunca tive rosas, nem mesmo daquelas pequeninas que, antes, bem tentara cultivar em vasos, mas que, nem elas, puderam suportar a severa carga solar do verão carioca! 

E foi por esta razão que, entre perplexa e encantada, parei na entrada da varanda examinando aquelas enormes roseiras, todas floridas! Rosas amarelas, brancas e vermelhas! E, magnetizada, avancei para examiná-las, notando, de acréscimo, que eram rosas de tamanho incomum, grandes demais para a média das flores que temos em roseiras fartas de canteiros! 

Tocava uma das lindas rosas amarelas, perguntando-me, por minha vez, a que se devia aquele presente estranho, com cuja causa não atinava, assim como também, momentaneamente, não me dava conta da razão dos comentários que o senhor continuava tecendo com alguém que se achava próximo de onde eu estava, na minha sala. Malgrado isso, entendera com clareza a menção de que as rosas foram arrumadas ali por minha causa. Alguma data especial que me dizia respeito! Mas, que presente fabuloso, e a conta de quê?! - Eu refletia! 

Aniversário?! Eu tentava atinar com o significado do que ouvia! Subitamente, porém, dei-me conta, mesmo desligada do corpo, que não era a data do meu aniversário - e foi neste ponto que abri de súbito os olhos, e me vi de volta no corpo, e em meu quarto, ainda ouvindo de algum daqueles visitantes amáveis, certamente amigos, ao lado dos mentores desencarnados habituais, a explicação correta: 

Dia das Mães!

E, mesmo já desperta, ainda visualizava, com o rosto lavado por lágrimas inevitáveis, e em todos os detalhes, as maravilhosas rosas grandes que tocara há pouco - coloridas, espalhadas em touceiras viçosas na minha pequena varanda -, brancas, vermelhas, amarelas, lindas! 

E, no decorrer das horas da manhã até agora, imaginava como agradecer a imensa beleza do presente plasmado no ambiente espiritual da minha residência terrena! Durante o café, nitidamente, e sem mais nenhuma hesitação, passei a perceber as presenças: uma voz feminina, cuja entonação etérea me segredou já ter sido minha filha em jornadas materiais anteriores. Junto dela, estava o companheiro desencarnado de sempre, o meu querido mentor, Caio. E outros mais, cujas presenças, por si só, me enchiam de inefável bem-estar! 

Tais momentos, sem nenhuma dúvida, são os responsáveis pelo alívio acalentador das canseiras experimentadas durante nossos estágios mais ou menos prolongados de aprendizado nas dimensões mais densas, mais nebulosas, das vidas materiais! 

As rosas ainda estão lá, onde as deixamos! Sempre que for ao seu jardim, lembre-se delas! E as veja! Você pode! São o nosso presente, que esperamos lhe recorde do amor que nos mantém unidos, desde ontem, como hoje e sempre!... - Finalizava a delicada voz feminina, enquanto sentia com clareza o abraço terno com que não apenas ela, mas outros dos presentes me envolviam! 

Um dia, hei de lhes agradecer de algum modo adequado! Naquele dia ensolarado das estâncias invisíveis, em que todos enfim se reencontram e celebram a eternidade excelsa do amor que nos mantém unidos, pelo coração, à nossa imensa família espiritual! 



 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita