Repreensão
A repreensão,
sem dúvida,
pertence à
economia do
nosso progresso
espiritual,
entretanto,
antes de
expedi-la, com a
palavra, convirá
sempre ponderar
o porquê, o como
e o modo,
através dos
quais devemos
concretizá-la.
O lavrador, para
salvar a erva
tenra, que
amanhã será o
orgulho do seu
pomar, emprega
cuidado e
carinho para não
lhe ferir o
embrião, em lhe
subtraindo o
verme devorador.
O artista, para
retirar a
obra-prima do
mármore, não
martela o bloco
de pedra
indiscriminadamente
e, sim, burila-o
cauteloso, antes
de apressar-se.
O cirurgião, que
atende ao
enfermo,
propicia-lhe
anestésico e
repouso,
extraindo-lhe o
problema
orgânico, sem
desafiar-lhe a
reação das
células vivas
que, em
desespero,
poderiam
estragar-lhe a
atuação.
Usemos a
repreensão a
benefício do
progresso de
todos, mas, sem
olvidar as
nossas
necessidades e
deficiências,
para que a
compaixão
fraternal seja
óleo de estímulo
em nossas
frases.
Jesus, o Grande
Médico, o
Excelso
Educador, sempre
fez diferença
entre o mal e a
vítima.
Cura a moléstia,
sem humilhar
aqueles que se
faziam
hospedeiros dela
e reprova o erro
sem esquecer o
amparo
imprescindível
aos que se
faziam
desviados, que
Ele tratava por
doentes da alma.
Auxiliemos
noventa e nove
vezes e
repreendamos uma
vez, em cada
centena de
particularidades
do nosso
trabalho.
Quem
efetivamente
auxilia, adverte
com proveito
real.
A educação exige
piedade, apoio
fraterno e
constante
recapitulação de
ensinamentos
para que se
evidencie no
campo da vida.
E, ainda nesse
capítulo, não
podemos esquecer
a lição do
Mestre, quando
nos recomenda: -
”Deixai crescer
juntos o trigo e
o joio, porque o
Divino
Cultivador fará
a justa seleção,
no dia da
ceifa.”
Semelhante
assertiva não
nos induz ao
relaxamento, à
indiferença ou à
inércia, mas
define o
imperativo de
nossas
responsabilidades,
uns à frente dos
outros, para que
sejamos, de
fato, irmãos e
amigos, com
interesses
mútuos, e não
perseguidores
cordiais que
desorganizam as
possibilidades
de crescimento
do progresso e
perturbam o
esquema de
aperfeiçoamento
que a Sabedoria
Divina traçou,
em favor de
nosso
engrandecimento
comum.
Do livro
Visão Nova,
obra de autoria
de Espíritos
diversos,
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.