ALTAMIRANDO
CARNEIRO
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São Paulo, SP
(Brasil)
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A eterna renovação
“A morte é
transformação, / Tudo em
seu seio revive, /
Esparta, Tebas, Nínive,
/ Em queda descomunal, /
Revivem na velha Europa;
/ E como faz às cidades,
/ Remodela humanidades /
No progresso universal.”
Estes são os versos da
última estrofe do poema A
Morte, de
Castro Alves,
psicografado por
Francisco Cândido
Xavier.
As chamadas tragédias e
catástrofes, acontecidas
em todos os tempos,
levam-nos a refletir
sobre este fato
inevitável do qual
ninguém escapa: a morte.
No caso das
desencarnações
coletivas, para os que
consideram a morte como
destruição, como o fim
de tudo, determinados
acontecimentos
assemelham-se a um filme
de terror, uma
fatalidade, um castigo.
Para os que consideram a
morte como uma
necessidade na vida do
Espírito, ela constitui
uma mudança de plano,
uma renovação
necessária.
As vicissitudes terrenas
têm causa em vidas
passadas e na vida
presente. As doenças, os
desníveis sociais e as
condições que não temos
força para reverter têm
causas em vidas
passadas. As maldades
que fazemos contra o
próximo e que o colocam
contra nós mesmos têm
origem nesta vida.
Mas o que predomina, na
nossa vida, são as
causas de vidas
passadas. Emmanuel
observa que vivemos o
presente envolvidos nas
consequências
do passado. Ora, se
considerarmos que
durante a nossa
trajetória tivemos
acontecimentos como nazismo,
guerras religiosas,
inquisição etc.,
entenderemos que muitos
foram os Espíritos que
participaram, uma grande
maioria em conjunto,
desses acontecimentos.
Não será difícil
compreendermos por que
acontece a redenção
desses Espíritos através
das desencarnações
coletivas.
Na resposta à questão
647 de O
Livro dos Espíritos (Toda
a lei de Deus está
encerrada na máxima do
amor ao próximo,
ensinada por Jesus?),
formulada aos Espíritos
por Allan Kardec, temos
que “certamente essa
máxima encerra todos os
deveres dos homens entre
si; mas é necessário
mostrar-lhes a
aplicação, pois do
contrário podem
negligenciá-la, como já
o fazem hoje. (...)”.
As leis
de Deus estão escritas
na consciência do
próprio homem. Se o
homem as observa, viverá
feliz. Se as transgride,
sofrerá as
consequências. As causas
passadas das
desencarnações e dos
resgates coletivos,
somente os Espíritos
Superiores têm tal
conhecimento.
No capítulo 7 do livro O
Céu e o Inferno, Allan
Kardec esclarece que “o
Espírito é sempre o
arbítrio da própria
sorte, podendo prolongar
os sofrimentos pela
permanência do mal, ou
suavizá-lo e anulá-lo
pela prática do bem”.
Diz o Codificador que as
condições para apagar os
resultados de nossas
faltas resumem-se no
arrependimento, expiação
e reparação.
“O arrependimento
suaviza os travos da
expiação, abrindo pela
esperança o caminho da
reabilitação; só a
reparação, contudo, pode
anular o efeito
destruindo-lhe a causa.”
O notável
código penal da vida
futura, inserido no
capítulo VII (As penas
futuras segundo o
Espiritismo) do livro O
Céu e o Inferno, apresenta
no último dos 33 itens,
um resumo, em três
princípios:
“1) O sofrimento é
inerente à imperfeição;
2) Toda imperfeição,
assim como toda falta
dela promanada, traz
consigo o próprio
castigo nas
consequências naturais e
inevitáveis; assim, a
moléstia pune os
excessos da ociosidade e
da ociosidade nasce o
tédio, sem que haja
mister de uma condenação
especial para cada falta
ou indivíduo;
3) Podendo todo homem
libertar-se das
imperfeições por efeito
da vontade, pode
igualmente anular os
males consecutivos e
assegurar a felicidade
futura.
A cada um segundo as
suas obras, no Céu como
na Terra – tal é a lei
da Justiça Divina”.