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Elucidações de Emmanuel

Ano 8 - N° 371 - 13 de Julho de 2014

 
 

 

Uniões de prova 

"Não separe o homem o que Deus ajuntou." Jesus (Mateus, 19:6.)
 

Quando Jesus disse: "Não separe o homem o que Deus ajuntou", essas palavras se devem entender com referência à união, segundo a lei imutável de Deus e não segundo a lei mutável dos homens”. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXII, item 3.)

Aspiras à convivência dos Espíritos de eleição com os quais te harmonizas agora, no entanto, trazes ainda na vida social e doméstica o vínculo das uniões menos agradáveis que te compelem a frenar impulsos e a sufocar os mais belos sonhos.

Não violentes, contudo, a Lei que te preceitua semelhantes deveres.

Arrastamos, do passado ao presente, os débitos que as circunstâncias de hoje nos constrangem a revisar.

O esposo arbitrário e rude que te pede heroísmo constante é o mesmo homem de outras existências, de cuja lealdade escarneceste, acentuando-lhe a feição agressiva e cruel.

Os filhinhos doentes que te desfalecem nos braços, cancerosos ou insanos, idiotizados ou paralíticos, são as almas confiantes e ingênuas de anteriores experiências terrestres, que impeliste friamente às pavorosas quedas morais.

A companheira intransigente e obsidiada, a envolver-te em farpas magnéticas de ciúme, não é outra senão a jovem que outrora embaíste com falsos juramentos de amor, enredando-lhe os pés em degradação e loucura.

Os pais e chefes tirânicos, sempre dispostos a te ferirem o coração, revelam a presença daqueles que te foram filhos em outras épocas, nos quais plantaste o espinheiral do despotismo e do orgulho, hoje contigo, para que lhes renoves o sentimento, ao preço da bondade e perdão sem limites.

Espíritos enfermos, passamos pelo educandário da reencarnação, qual se o mundo, transfigurado em sábio anestesista, nos retivesse no lar para que o tempo, à feição de professor devotado, de prova em prova, efetue a cirurgia das lesões psíquicas de egoísmo e vaidade, viciação e intolerância que nos comprometem a alma.

À frente, pois, das uniões menos simpáticas, saibamos suportá-las, de ânimo firme.

Divórcio, retirada, rejeição e demissão, às vezes, constituem medidas justificáveis nas convenções humanas, mas quase sempre não passam de moratórias para resgate em condições mais difíceis, com juros de escorchar.

Ouçamos o íntimo de nós mesmos.

Enquanto a consciência se nos aflige, na expectativa de afastar-nos da obrigação, perante alguém, vibra em nós o sinal de que a dívida permanece.
 

Do Livro da Esperança, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier. 


 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita