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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 373 - 27 de Julho de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 20)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. Por que se diz que a reencarnação fortalece os laços de família?

Segundo Dr. Bezerra de Menezes, a reencarnação fortalece os laços de família porque elimina as paixões da personalidade que elege formas específicas de amor, propiciando, na alteração dos laços consanguíneos, a generalidade desse sentimento que deve libertar, quando muitos buscam escravizar-se aos impositivos transitórios das particularidades nas quais se manifesta no lar. “Os pais de hoje – afirmou o Benfeitor – foram ou serão os filhos de amanhã. Nubentes e irmãos, parentes e outros mudam de lugar no clã, permanecendo os vínculos que se alargam e se santificam, como experiência formosa para o amor universal. Quando este se estabelecer entre as criaturas, a felicidade se estenderá por toda parte.” (Loucura e Obsessão, cap. 13 e 14, pp. 169 e 170.)

B. Não há prece sincera que fique sem resposta?

Sim. Não há apelo honesto dirigido a Deus, através da oração, que fique sem conveniente resposta, diz Manoel Philomeno de Miranda, que nos lembra que, se nos detivéssemos na oração em nossos momentos de testemunho, a dores maiores nos furtaríamos. “É certo – afirma Miranda – que todos gostaríamos de obter ajuda, conforme pensamos ser o melhor, embora tal não ocorra. A resposta nos chega de maneira própria para a necessidade, ensejando-nos coragem e fé até o momento de libertação. A oração, de forma alguma, evita o sofrimento ou anula as dívidas. Se o fizesse, desorganizaria o equilíbrio das leis. Não obstante, propicia os meios para que se possa suportar a conjuntura, tornando-a menos penosa, em face do robustecimento do ânimo e das resistências morais.” (Loucura e Obsessão, cap. 14, pp. 171 e 172.)

C. Por que é tão difícil a luta contra os vícios?

A luta contra qualquer vício é difícil, em razão dos prazeres que se lhe atribuem, dando acesso à sua repetição, embora o desejo, não muito forte, de libertar-se. É por isso que muitos tentam e fracassam, porque o vício é, às vezes, mais forte do que a vontade de vencê-lo. Foi o que estava ocorrendo com Lício, a quem os benfeitores, atendendo a uma prece dele mesmo, foram ajudar. (Loucura e Obsessão, cap. 14, pp. 172 a 175.)

Texto para leitura

77. Algoz e vítima se reconciliam e pedem perdão a Deus – Após permitir que os surpresos sofredores exteriorizassem as fortes emoções que lhes irromperam, subitamente, o sábio Instrutor falou à mãezinha de face transformada pela alegria: “Vês, minha filha, como se manifestam os desígnios de Deus? Teu filhinho encontrou uma outra mulher que o adotou por amor e o encaminhou à felicidade. Reconhecido, quando ele voltou à Pátria espiritual, buscou-te muito... Tu estavas em outras faixas e ele não te pôde resgatar. Amando-te e àquele que tanto mal praticara, mas algum bem igualmente realizara, rogou e conseguiu reencarnar-se para ser-lhe o pai. A mulher que havia intercedido para tê-lo nos braços e no lar seguiu logo depois para tornar-se sua esposa e receber o ex-marido na condição de filho, de tal forma que todos, a partir de hoje, te tivessem na situação de irmã que sempre foste, mas que agora te conscientizarás e passarás a senti-lo dessa forma”. A ex-escrava não podia dizer coisa alguma; apenas fitava o antigo filhinho com profundo enternecimento. Emerenciana ergueu Carlos e disse-lhe, bondosamente: “A vez, agora, é tua”. O jovem, trêmulo, refletindo no rosto os conflitos que o maceravam, aproximou-se da antiga vítima, e, prosternando-se, gaguejou: “Per...do...a-me... Eu esta...va e prossi...go lou...co. Lou...co!” A palavra, enunciada com grande sinceridade, fê-lo desequilibrar-se. E ia, agitado, sair, quando Dr. Bezerra se dirigiu à interlocutora: “Então? Ele te pede perdão. Deus te restituiu o filho de ontem, que hoje lhe é pai. Como desejavas a felicidade para o teu filho transitoriamente, este pai igualmente, estando nos teus braços, espera a felicidade para o transitório filho dele. Que dizes?” Ao ouvir tais palavras, a Entidade devolveu o filhinho à mãe adotiva e levantou-se, dominada por igual emoção. Em seguida, ergueu o adversário que lhe rogava perdão, acrescentando: “Que Deus nos perdoe a ambos, os infelizes que o amor visita pela primeira vez nestes longos anos!” “Zâmbi! Zâmbi da Justiça, piedade para todos nós!” O Mentor abraçou-os, aos dois, e orou, igualmente comovido, encerrando a reunião. Carlos foi restituído a seu lar e Empédocles retomou a forma atual, acompanhando sua antiga mãezinha, que foi conduzida a outro recinto na casa, para refazimento espiritual, enquanto os médiuns foram também reconduzidos a seus lares. (Loucura e Obsessão, cap. 13, pp. 167 e 168.)

78. A reencarnação fortalece os laços de família e dignifica a vida – Antes de despedir-se dos dois amigos, Emerenciana avisou: “Prosseguiremos, posteriormente, com o atendimento aos demais adversários do nosso pupilo Carlos. Deus seja louvado!” No retorno aos seus afazeres, Miranda não pôde sopitar comentários, dizendo: “A reencarnação dignifica a Vida. Sem ela não teria sentido a existência humana. É a luz que aclara a noite dos destinos e bênção que suaviza todas as dores”. Dr. Bezerra completou o pensamento do amigo, acrescentando: “Fortalece os laços de família, porque elimina as paixões da personalidade que elege formas específicas de amor, propiciando, na alteração dos laços consanguíneos, a generalidade desse sentimento que deve libertar, quando muitos buscam escravizar-se aos impositivos transitórios das particularidades nas quais se manifesta no lar”. “Os pais de hoje – afirmou o Benfeitor – foram ou serão os filhos de amanhã. Nubentes e irmãos, parentes e outros mudam de lugar no clã, permanecendo os vínculos que se alargam e se santificam, como experiência formosa para o amor universal. Quando este se estabelecer entre as criaturas, a felicidade se estenderá por toda parte.” Algum tempo depois – Miranda não diz quando foi –, estando ele em suas tarefas habituais, apareceu Felinto, em nome de Emerenciana. Lício se encontrava, então, em grande desespero e endereçara a ela angustiada rogativa de socorro. Por esse motivo, Emerenciana rogava a cooperação do Dr. Bezerra, informando o momento em que pretendia visitar o rapaz. Após anotar o endereço de Lício e dizer a Felinto que à hora convencionada estaria presente, Dr. Bezerra disse a Miranda: “Não tenho dúvida que se trata de hábil cilada dos adversários do jovem, interessados em mantê-lo enredado na problemática atormentadora que o constringe. Em casos de gravidade como este, os Espíritos envolvidos na vindita, quando se percebem em perigo, pressentindo a interrupção ou mesmo a impossibilidade de levarem adiante o programa infeliz, tomam decisão desesperada, criando situação difícil, ante a qual a vítima, pressionada, entrega-se-lhes em totalidade, permitindo-lhes prosseguir na exploração vampirizadora e até mesmo induzi-lo à fuga alucinada pelo suicídio”. “Desde já – rogou o Benfeitor – pensemos no caro Lício com simpatia, transmitindo-lhe irradiações de coragem e bom ânimo.” (Loucura e Obsessão, cap. 13 e 14, pp. 169 e 170.)

79. Não existe prece sincera que fique sem resposta – A partir desse momento, Miranda e Dr. Bezerra ligaram-se em pensamento ao dilema de Lício, infundindo-lhe resistência e valor moral. Miranda lembra-nos que, se nos detivéssemos na oração em nossos momentos de testemunho, a dores maiores nos furtaríamos. “Não há apelo honesto dirigido a Deus, através da oração, que fique sem conveniente resposta”, assevera o autor espiritual. “É certo – diz Miranda – que todos gostaríamos de obter ajuda, conforme pensamos ser o melhor, embora tal não ocorra. A resposta nos chega de maneira própria para a necessidade, ensejando-nos coragem e fé até o momento de libertação. A oração, de forma alguma, evita o sofrimento ou anula as dívidas. Se o fizesse, desorganizaria o equilíbrio das leis. Não obstante, propicia os meios para que se possa suportar a conjuntura, tornando-a menos penosa, em face do robustecimento do ânimo e das resistências morais. Ocorre, no entanto, quase sempre, o inverso. O desespero, a revolta, o pessimismo, a amargura se associam e agitam ou bloqueiam as áreas do raciocínio, e o ser tomba na urdidura do acontecimento.” Dr. Bezerra e Miranda chegaram à casa de Lício às dezoito horas. No lar, todos – menos o rapaz – estavam em festa, porque haviam chegado à residência, para uma visita, o Dr. Nicomedes, irmão da genitora de Lício, mulher e filhos. A viagem do tio de Lício fora decidida à última hora. “Subitamente – informou ele – fomos vitimados pela saudade e fui tomado pelo desejo de descansar alguns dias, proporcionando à esposa e filhos as alegrias da Capital.” “Todos se contentaram com a ideia e, assim, preferimos surpreendê-los. Esperamos que não desagrademos ou venhamos a criar qualquer dificuldade. Afinal, os velhos amores são os que devem prevalecer.” Grifando as palavras, o tio falava olhando para Lício, que ruborizou, enquanto os conflitos lhe assomavam ao íntimo. Qual a razão de tanto tormento? – indagava-se Lício, prestes a explodir em quase incontido desespero. Ele detestava aquele homem que o enredara em cipoais de desequilíbrio, quando o corrompera na adolescência – e, no entanto, o amava entranhadamente, percebendo que a estranha flama do passado continuava ardendo nas emoções do tio, sem dúvida, atormentado também. Lício, que evocara a Benfeitora espiritual, logo que soube da viagem dos familiares, exsudava de emoção e padecia a disritmia cardíaca decorrente da ansiedade, enquanto Emerenciana, Dr. Bezerra, Felinto e Miranda acompanhavam a conversação ainda por mais algum tempo. (Loucura e Obsessão, cap. 14, pp. 171 e 172.)

80. A luta contra qualquer  vício é sempre difícil – O tio, respondendo a uma pergunta da irmã, disse pretender fazer algumas visitas profissionais na cidade, e confiava que Lício, como antigamente, o pudesse acompanhar. “Será possível, sobrinho?”, indagou sorrindo com prazer. O jovem gaguejou um pouco e buscou uma desculpa. Emerenciana, porém, acudiu-o com uma intuição e passou a ajudá-lo no raciocínio: “Antigamente – explicou Lício – eu era muito ignorante e um tanto irresponsável, dispondo de tempo em demasia... Não sei se os meus atuais compromissos me permitirão...” O tio replicou com alguma mordacidade: “Está diferente. Cresceu bastante, sim, no entanto, eu creio que permanece o mesmo, com os seus valores e necessidades. Para ser honesto, devo acrescentar que o meu caro Lício constitui fator decisório para a viagem. Afinal, as grande afeições não morrem com o tempo...” “É verdade!”, respondeu o rapaz, telementalizado pela Benfeitora. “Alteram-se os valores, crescem as aspirações e a criatura, preservando suas conquistas, transfere-se para outros anseios. Respeito e estimo o tio, como é do seu conhecimento, e terei prazer, dentro das circunstâncias possíveis, de ser-lhe útil durante a sua estada e da querida família, que também respeito, em nossa casa.” “Confio nisso e espero que o demonstre”, concluiu Nicomedes, com um sorriso sardônico e visivelmente inspirado pelo verdugo espiritual de Lício, o qual se utilizava da sua fraqueza moral, a fim de criar uma situação insustentável. Lúbrico e vulgar, ele inspirava desejos sórdidos no homem inescrupuloso, que voltava aos dias idos de insensatez com quase descontrole emocional. Vendo-se repelido, seus desejos obscenos mais se acentuaram, por pouco não o desequilibrando. “Eu te pegarei – pensou Nicomedes – nem que me arrisque a um grave dano. Não me escaparás. Quero-te, e te terei. Não sou de desistir da luta, quando o meu interesse está em jogo. Ainda mais agora, quando te reencontro.” E aduziu às torpes reflexões: “Deve ser alguém que lhe tomou o meu lugar. Lutaremos!” O obsessor dominava-o, quase completamente, acoplando-se-lhe aos centros de forças com toda a pujança do desejo irrefreável. Já Lício estava aturdido, embora a influência salutar que lhe propiciava a nobre Mentora. A fraqueza moral e o hábito irregular, que lhe impunham falsa necessidade emocional, atormentavam-no. Temia ficar a sós com o tio e não sabia o que fazer. Em vez de buscar a inspiração pela prece, como o fizera antes, desarmado de uma formação religiosa equilibrada, correu ao quarto e entregou-se às recordações. A presença do homem perturbador arrancava do seu arquivo de lembranças os acontecimentos que lhe pareciam venturosos e que agora temia se repetissem, não obstante os desejasse. A luta contra qualquer vício é difícil, em razão dos prazeres que se lhe atribuem, dando acesso à sua repetição, embora o desejo, não muito forte, de libertar-se. Vendo que Lício abria brecha aos pensamentos negativos, a Instrutora se lhe acercou e falou, enérgica: “Reaja, meu filho. O que não é correto tem que ser evitado. Preencha o espaço mental com outras ideias. Você pediu auxílio e aqui estamos...” (Loucura e Obsessão, cap. 14, pp. 172 a 175.) (Continua no próximo número.)


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita