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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 8 - N° 375 - 10 de Agosto de 2014
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 


Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 22)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. O benfeitor espiritual respeita sempre o livre-arbítrio das pessoas a quem deseja ajudar?

Sim. Foi o que ocorreu no caso de Lício, no momento em que o assédio de seu tio Nicomedes, açulado por um obsessor, tornou-se incontrolável. Amarfanhado por sentimentos díspares, Lício começou a pedir, orando, a ajuda da irmã Emerenciana. Era a condição que dr. Bezerra de Menezes esperava para interferir com decisão. O socorro espiritual foi então prestado ao rapaz, com a ajuda de Felinto e de diversos Espíritos africanos que, valendo-se de meios especiais, deslindaram Nicomedes do obsessor. (Loucura e Obsessão, cap. 15, pp. 186 a 188.)

B. Os fatos mencionados na questão precedente tiveram quais consequências?

Por sugestão do Dr. Bezerra, as medidas socorristas, a benefício de Lício, foram antecipadas. Realizou-se então, naquela mesma noite, uma sessão especial em que os três personagens da história – Nicomedes, Lício e o obsessor – se apresentaram e narraram os episódios que deram origem aos problemas enfrentados na atualidade por Lício e o tio. (Loucura e Obsessão, cap. 15, pp. 186 a 188.)

C. Ao fazer a regressão de memória, Lício apresentou-se de que forma?

Ele assumiu a personalidade de Annette, uma jovem pouco mais que adolescente, no apogeu da beleza juvenil. O fenômeno passou-se assim: Lício ali fora trazido, desdobrado espiritualmente, enquanto seu corpo físico dormia. Emerenciana aproximou-se, então, do rapaz e, aplicando-lhe energias no centro cerebral, pediu com rigorosa inflexão de voz: “Annette, volte à sua realidade. Recorde-se. Reviva o matrimônio, seu momento culminante, a festa anelada..., a tarde-noite de sonho, que se converteria em desar. Lembre-se do seu consórcio com Filipe. Evoque tudo...” Lício cerrou os olhos, debateu-se um pouco, mergulhou no passado e, com isso, sua forma alterou-se, cedendo lugar à de uma jovem. O mesmo procedimento a Benfeitora teve com Nicomedes, que assumiu a personalidade de um homem com aproximadamente quarenta anos, trajando-se com elegância, à moda do fim do século 18, em França. Teve início então uma conversação tensa em que as tramas do passado foram esclarecidas. (Loucura e Obsessão, cap. 15, pp. 189 a 191.) 

Texto para leitura 

85. Lício confessa ao tio ter medo de ser levado de novo à paixão avassaladora – Estacionando o veículo próximo a uma enseada, Nicomedes disse que lhe era difícil compreender a ambiguidade afetiva dos seus sentimentos. “Tudo fiz – revelou ele – para apagar as lembranças da nossa ditosa convivência e não consegui. Tempos houve que me esmaeceram na mente; periodicamente, no entanto, assaltavam-me, confrangendo-me a alma. E você?” Lício respondeu-lhe que também lutara com bravura até amortecer as recordações... “Impossibilitado de revê-lo e estar ao seu lado, no começo eu pensei que ia enlouquecer”, explicou o rapaz. “O tempo misericordioso diminuiu-me a angústia.” Na sequência, Lício confirmou que tivera outros casos, mas que agora tinha medo de ser levado novamente às brenhas da paixão devoradora, prejudicando a si e a todos da família. Contou até que dias atrás havia buscado recurso espiritual para a sua conduta. O tio recebeu essa notícia com desdém, porque para ele a vida era apenas o corpo. “Morrer é consumir-se”, afirmou Nicomedes. “Não se envolva com essas superstições, do contrário a sua lucidez mental estará com os dias contados.” Lício nada respondeu. Nicomedes então convidou-o para irem a um lugar discreto onde poderiam ficar a sós por alguns minutos; mas Lício não aceitou a proposta, dizendo estar no momento sem condições para isso. Febricitado em excesso, em face dos estímulos que a negativa produzia, Nicomedes segurou abruptamente o jovem atônito, que se encontrava ligado psiquicamente ao dr. Bezerra, enquanto o obsessor dominava completamente o outro. Sem medir a gravidade do que fazia, Nicomedes agrediu-o sensualmente com volúpia doentia. O moço debateu-se, embora as suas resistências estivessem a breve passo do desmoronamento. O sedento, em aflição, sorve, alucinado, qualquer água que se lhe ofereça, mesmo que ela esteja contaminada, envenenada. Era o que acontecia ali, fato que atraiu Entidades ociosas do mundo espiritual que, movidas pela cena singular, aproximaram-se, com doestos e galhofa ensurdecedora. (Loucura e Obsessão, cap. 15, pp. 184 e 185.) 

86. Os companheiros de Felinto afastam o obsessor de Nicomedes, o qual sai irado – Felinto saiu do automóvel e concentrou-se fortemente. De imediato chegaram vários indígenas e africanos da Casa onde trabalhavam, que lhe vieram atender ao chamado. Surpreendidos pela presença dos trabalhadores do bem, os outros correram em disparada, fazendo-lhes, no entanto, provocações sórdidas. Com tal providência seria possível controlar os desmandos no interior do automóvel, onde Lício – amarfanhado pelos sentimentos díspares – começou a pedir, orando, a ajuda da irmã Emerenciana. Era a condição que dr. Bezerra requeria, para interferir com decisão. O Mentor pediu a Felinto que fizesse entrar os Espíritos africanos que vieram atender-lhe ao apelo, e estes, utilizando-se de meios especiais, deslindaram Nicomedes do obsessor, que os quis enfrentar, mas desistiu, partindo a blasfemar, com ira incontida. Liberando-se da opressão obsessiva, o agressor parou por um momento. Dr. Bezerra então segurou-o e impôs-lhe: “Volte para casa. Basta, por hoje”, enquanto aplicava-lhe energias relaxantes que lhe diminuíram a tensão. Assim controlado, Nicomedes justificou-se ao sobrinho: “Retornemos. Não o quero à força. Terei tempo de o reconquistar. Tudo bem?” O torpor quase não lhe permitiu dirigir o carro com segurança, de modo que, chegando ao lar, alegou insofreável cansaço e se foi deitar. Lício fez o mesmo, mas permanecia agitado, porque, embora seus sentimentos aceitassem o convívio com o tio, a lembrança da consulta, a esperança de paz e a inspiração do dr. Bezerra auxiliavam-no a resistir. Desse modo, recebendo energias refazentes, adormeceu com os nervos descontrolados, enquanto o Mentor e seus companheiros se dirigiram aos trabalhos de irmã Emerenciana. Um pouco antes da meia-noite os trabalhos foram encerrados e, assim, a Benfeitora pôde conversar com o Mentor, que lhe sugeriu, em razão dos acontecimentos verificados naquela noite, que fossem antecipadas algumas medidas, a benefício de Lício. Emerenciana concordou plenamente com a sugestão. (Loucura e Obsessão, cap. 15, pp. 186 a 188.) 

87. O obsessor é, contra a sua vontade, levado à reunião – Felinto e alguns cooperadores foram incumbidos de buscar Lício e Nicomedes, enquanto outros trariam à Casa dois médiuns dentre os mais adestrados para a tarefa. Iria realizar-se uma reunião especial, uma providência de emergência, para fazer face à planificação do obsessor, porquanto se sabe que nos processos obsessivos é comum os adversários investirem com toda a força, para desanimar seus desafetos. Assim, quando há mérito de parte das vítimas, são tomadas medidas pelos protetores espirituais, mostrando que as soluções do Bem são igualmente rápidas, desde que propiciadas as condições necessárias por parte dos interessados. Emerenciana recomendou a Felinto que permanecesse imperceptível ao obsessor de Lício, trazendo o rapaz mediante indução hipnótica, a fim de o mesmo ser acompanhado pelo perseguidor, que ficaria retido na Casa. Os demais companheiros se encarregariam do tio, para quem não se faziam necessários mais amplos cuidados. Eram duas horas da madrugada quando todos ali se reuniram. Os dois pacientes permaneciam adormecidos, mas o infeliz perturbador agitava-se e esmurrava o ar, por perceber que havia caído em hábil plano elaborado para o reter. Feita a prece inicial, dr. Bezerra assumiu a direção do trabalho. Induzindo o Espírito vingador à comunicação, este explodiu numa catilinária violenta, revelando ser Fagundes Ribas, a vítima de Lício e Nicomedes. “Sofri-lhes a peçonha – afirmou o Espírito – em repetidas reencarnações, até que a sorte me permitiu estar aqui, enquanto eles se encontram na Terra, facultando-me o desforço.” “Tenho sofrido como ninguém pode imaginar”, disse Ribas. E advertiu: “Tenho-os sob controle neste momento e ninguém os tomará de mim, porque isto viola os códigos da Justiça que estabelece: quem deve, paga”. Dr. Bezerra, após ouvi-lo, tratou-o com brandura, mas também com energia: “É estranho ouvir-te falar de Justiça quando fomentas o crime e conduzes à lascívia, induzindo almas doentes a aberrações e loucuras. Não ignoramos as tuas dores, o teu longo calvário, cada dia mais severo em razão da tua odienta atitude de revolta, acreditando-te com o poder de estabelecer leis e princípios de cobrança, sem dar-te conta de que, a teu turno, estás incurso no mesmo código que exibes contra os outros”. “Ouçamos, também, aqueles que participam do teu drama.” (Loucura e Obsessão, cap. 15, pp. 188 e 189.) 

88. Lício assume a personalidade de Annette e relata o seu caso Despertando Lício e o tio, Emerenciana pediu-lhes atenção e serenidade. Nicomedes surpreendeu-se de encontrar o sobrinho ali, junto de pessoas que não conhecia. “Desejais entender a trama dos vossos destinos – ponderou dr. Bezerra –, e aqui nos encontramos para tanto. Tende tento e observai, aproveitando-vos deste magno momento que vos definirá o futuro.”  Emerenciana aproximou-se, então, do rapaz e, aplicando-lhe energias no centro cerebral, pediu com rigorosa inflexão de voz: “Annette, volte à sua realidade. Recorde-se. Reviva o matrimônio, seu momento culminante, a festa anelada..., a tarde-noite de sonho, que se converteria em desar. Lembre-se do seu consórcio com Filipe. Evoque tudo...” Lício cerrou os olhos, debateu-se um pouco, mergulhou no passado e, com isso, sua forma alterou-se, cedendo lugar à de uma jovem, pouco mais que adolescente, no apogeu da beleza juvenil. Ao vê-la, o perseguidor gritou: “Eis aí a criminosa! Qual o sortilégio que usou para retornar ao tempo da minha desgraça?! Em nada mudou”.  O mesmo procedimento a Benfeitora teve com Nicomedes: “Agora é sua vez, Henri. Você lá se encontrava. Retorne ao passado, a fim de dar novo curso à sua atual existência”. Pelo mesmo processo, o tio assumiu a personalidade referida. Tratava-se de um homem com aproximadamente quarenta anos, trajando-se com elegância, à moda do fim do século 18, em França. Sem poder conter-se, o obsessor acusou: “Defronto o infelicitador do meu lar, que se uniu à desnaturada para destruir-me”. Ouvindo-o, dr. Bezerra observou: “Até agora somente acusaste. Ouçamos os outros, que têm algo a dizer”. A pedido do Mentor, Annette relatou então a sua desdita, informando ter sido constrangida por seu pai a casar-se com Filipe, quando contava apenas quatorze anos.  “Não o amava, mas comprometi-me a ser uma esposa devotada – explicou a jovem –, já que me não podia rebelar ao impositivo que me obrigava.” Ela disse, então, que sua família vivia em Compiègne, cidade onde Joana d’Arc esteve prisioneira e onde se realizaram grandes eventos históricos. “Mimada pelos presentes que ele me ofereceu, casamo-nos e transferimo-nos para a sua propriedade, muito antiga, às margens do rio Oise”, revelou Annette, esclarecendo que nascera então um certo interesse pelo esposo, que no entanto não era amor, embora suficiente para uma vida calma no lar. “Na noite nupcial, depois que todos se foram – prosseguiu Annette –, ele me confessou que esperava de mim uma convivência fraternal, porque era incapaz para a comunhão conjugal. De certo modo, senti-me aliviada e prometi-lhe discrição e fidelidade, apesar da frustração que me assaltou, sabendo que, por todo o restante da minha vida, teria que submeter-me a uma renúncia total.” (Loucura e Obsessão, cap. 15, pp. 189 a 191.) (Continua no próximo número.)


 


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