GEBALDO JOSÉ DE
SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás
(Brasil)
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Literatura
espírita: arte a
serviço do
Evangelho
(...) Para
Cândido de
Oliveira, a
literatura –
arte e ciência –
é um
‘instrumento de
indagações e
análises’, papel
sem dúvida
desempenhado a
contento pela
literatura
espírita,
mediúnica ou
não. Para
Marques da Cruz,
literatura é a
alma de uma
Nação em prosa e
verso.”
BARBOSA, Pedro
Franco.
Espiritismo
Básico. 5.
ed. Rio de
Janeiro: FEB,
2002. p. 180.
Não por acaso, a
primeira obra
recebida por
Francisco
Cândido Xavier,
Parnaso de
Além-Túmulo,
compõe-se de
poesias de
vários autores,
com lições
evangélicas, à
luz do
Espiritismo.
O médium
admirável
recebeu inúmeras
outras mensagens
na forma de
poesias,
editadas em
outros livros,
entre os quais
se destaca a
obra
Antologia dos
Imortais.
Lições do
Evangelho nos
chegaram por
suas mãos
abençoadas
também em prosa:
romances – Há
2000 Anos;
50 Anos
Depois;
Renúncia;
Ave! Cristo.
Paulo e
Estêvão,
todos eles de
Emmanuel, seu
mentor
espiritual –;
contos (Boa
Nova; Jesus no
Lar; Alvorada
Cristã),
vazados em
linguagem
cristalina,
poética!
Aliás,
desconhecemos
qualquer
mensagem
enfadonha, ou
prolixa, desse
humílimo
servidor do
Cristo. Síntese
e beleza, sempre
presentes nos
trabalhos que
recebeu do Alto.
Virtudes que nos
estimulam a
prosseguir na
leitura, e a
meditar nas
lições que
contêm.
Simplicidade e
clareza a
facilitar o
entendimento até
de questões
complexas. O
próprio
Codificador do
Espiritismo,
Allan Kardec,
adotou essa
forma de
escrever.
Examinou temas
profundos, em
sínteses
admiráveis e
sóbrias, com
linguagem
acessível ao
entendimento de
pessoas de
variados níveis
culturais.
Outros médiuns
conceituados
agiram e agem da
mesma forma.
O Evangelho é o
mais belo dos
poemas. Jesus,
em Sua
sabedoria,
contava
histórias e
serviu-se de
belas imagens,
de parábolas,
para eternizar
Sua mensagem de
paz e
libertação. Além
da beleza
poética,
cultivou também
a síntese em Seu
poema imortal.
Aliás, essa é
característica
de Espíritos
sábios: a de
expressarem
ideias com o
mínimo de
palavras, em
linguagem bela,
agradável.
É-nos lícito,
pois, contar
histórias e
escrever com
simplicidade e
beleza, para
fixar ensinos do
Evangelho, à luz
da Doutrina
Espírita –
ideias que
educam o ser
humano – ainda
que não nos
movam quaisquer
pruridos
literários.
Já dizia Buffon
que “O estilo é
o homem”.
Na Revista
Espírita
(editada por
Allan Kardec),
de setembro de
1861, há
mensagens onde
Buffon e
Lamennais
polemizam sobre
questões de
estilo; e, ao
final da
‘disputa’
intelectual, o
Espírito Erasto
manifesta
satisfação pelo
debate de ideias
entre os dois
autores
franceses.
Quem as ler,
muito se
edificará – seja
ao apreciar a
diversidade de
estilos; seja
quanto ao
respeito que
todos eles
merecem de
mentes arejadas;
seja, ainda,
pela tolerância
e humildade
exemplificadas,
eis que a
arrogância não
contribui para
divulgar a
Verdade,
especialmente de
ensinos dos
Espíritos
Superiores; além
de conhecer, ou
rever, a tão
ignorada
publicação de
Allan Kardec.
Os mentores
espirituais
analisam as
lições de Jesus,
à luz da
Doutrina
Espírita,
servindo-se da
arte literária.
Comprovam, à
exaustão, que se
pode e que se
deve tratar
desse
aprendizado com
beleza, até para
nos estimular ao
estudo e ao
aprendizado.
A Literatura
Espírita é,
pois, Arte que
nos agrada não
só
esteticamente,
pelo deleite
intelectual;
mas, sobretudo,
nos educa
moralmente,
desenvolvendo em
nós o sentimento
e o exercício da
fraternidade,
ensinado e
exemplificado
pelo Divino
Amigo.