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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 375 - 10 de Agosto de 2014

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)

 
 

O reino do Cristo


"(...) Respondeu-lhe Jesus: Meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera combatido para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas o meu reino ainda não é daqui." (João, 18:36.)

Costumamos denominar rei as pessoas que se destacam extraordinariamente em alguma coisa. Assim é que há o rei Roberto Carlos, o rei Pelé, o rei do gado, e assim por diante. Há também, até hoje, os nobres por natureza: a rainha da Inglaterra, o rei da Espanha... Enfim, há milênios foi instalado o reinado na Terra como representante da Divindade entre os diversos povos.

Na época em que Jesus esteve entre nós era esperado o Messias, que viria como um rei para dominar todos os demais reis do Mundo, no conceito de quase todos os judeus. Talvez por isso eles não tenham aceitado aquele "rei" diferente, nascido numa tosca estrebaria, filho de modesto carpinteiro. O quê? Então o Messias, o Salvador, teria nascido pobre e, ao crescer, pregava a humildade e o desprendimento dos bens da Terra? Não dava para acreditar, pois o imaginavam descendo do céu num "carro de fogo", poderoso, rico e se impondo pela força sobre todas as nações.

Esse conceito de realeza terrestre Jesus demonstrou com seus exemplos e palavras que não se lhe aplicavam. Seu reinado era outro, conforme vemos no item 4, cap. II, de O Evangelho segundo o Espiritismo: o reinado moral. Por ele, o Cristo mantém seu poder além desta vida.

Antes da famosa entrevista com Pilatos, havia dito Jesus: Deixo-vos a paz. Minha paz vos dou. Não vo-la dou como o Mundo a dá (João, 14:27). Aquele que não crê na vida futura, ou dela duvida, pensa e age somente em função das paixões materiais, mas não desfruta de uma paz real. A sua é a "paz" do reino do Mundo, cheia de inquietações, de tormentos, de incertezas. Mas a paz do Cristo, que não se aplica aos que duvidam ou descreem de suas palavras, é a dos que adquiriram a certeza na vida futura e, pois, apenas relativa importância dão aos bens terrenos.

Aqui, talvez o leitor pergunte: Mas se o reino do Cristo não é deste Mundo, por que Ele afirmou, no Sermão do Monte: Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a Terra? (Mateus, 5:5). É verdade, mas antes Ele diz: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. (Id., 5:3). Por pobres de espírito devemos entender as pessoas simples, sensíveis, devotadas ao próximo. Espíritos moralmente superiores. Por mansos, classificamos as pessoas que se esforçam em viver harmoniosamente, em praticar o bem. A Terra futuramente lhes pertencerá, quando o homem compreender que somente combatendo o egoísmo e a brutal desigualdade social dos dias atuais poderá conviver pacificamente com seu semelhante. Poderá, enfim, herdar um Mundo renovado e mais feliz.

As afirmações de Jesus não são contraditórias. Ele afirma, em outra ocasião, que seu reino "ainda" não é deste Mundo (João, 18:36), entretanto não diz que “esse reino” não pode estar e nunca estará aqui. Quando aprendermos a ser, como Ele, mansos e humildes de coração, viveremos felizes no seu reino de amor, tanto na Terra como nos Planos elevados do Mundo Espiritual.

Para vivermos no reinado do Cristo, precisamos, desde logo, praticar a abnegação, o desinteresse, o amor ao próximo, a humildade. Quando ingressarmos no Além, não nos será perguntado quem fomos, que posição social ocupamos, quanto possuíamos em bens terrenos, mas o que fizemos, quantas lágrimas secamos, quanto progredimos moralmente. Só então ingressaremos na "Humanidade Real", conforme afirma o Espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, na obra Fonte Viva, cap. 127, Ed. FEB.

O reino do Cristo, portanto, ainda não é deste Mundo, ou seja, não se assemelha às glórias efêmeras dos conquistadores terrestres, nem às suas riquezas materiais, mas pertence aos que comungam dos seus preceitos morais e se esforçam por seguir seus exemplos luminosos.

No soneto abaixo, que nos foi inspirado há alguns anos, encontramos algumas normas para nos candidatarmos a, um dia, ingressar no reino do Cristo. Para tal, não se pede muito de nós. Basta querermos e agir; o merecimento virá com nossas obras.

Com Cristo

Aquele que deseje unir-se ao Cristo
Com todo o resplendor de sua glória
Precisa refletir bastante nisto:
A vida neste mundo é transitória.

Previna-se de todo o imprevisto
Ao longo de tão árdua trajetória
Porque quem assumir tal compromisso
Terá de merecer sua vitória.

Terá de se calar ante a maldade
Dos que não lhe compreendem o ideal
Certo de que Jesus é a verdade.

E o Cristão novo, nessa nova lida,
Triunfará da senda atroz do mal
Para viver com Cristo nova vida.  

Nada melhor para concluirmos nossas considerações sobre o reino de Jesus do que as palavras de Emmanuel (op. cit. cap. 127). Em mensagem, ele mostra-nos vivamente a realeza espiritual do Cristo quando afirma:

"Apresentando o Cristo à multidão, Pilatos não designava um triunfador terrestre... (...) Traído, não se rebelara. Preso, exercera a paciência. Humilhado, não se entregou a revides. Esquecido, não se confiou à revolta. Escarnecido, desculpara. Açoitado, olvidou a ofensa. Injustiçado, não se defendeu. Sentenciado ao martírio, soube perdoar. Crucificado, voltaria à convivência dos mesmos discípulos e beneficiários que o haviam abandonado, para soerguer-lhes a esperança. (...)".

Deu-nos Jesus-Cristo o mais elevado exemplo de dignidade humana. Conclui Emmanuel, nessa bela página, "(...) que somente nas linhas morais do Cristo é que atingiremos a Humanidade Real".

Aí está o roteiro. Nele encontramos o reinado da moral elevada acima de todas as iniquidades que ainda regem grande parte das ações humanas.

Quando nos cansarmos das "glórias" mundanas e, arrependidos dos nossos equívocos, buscarmos nos esforçar para dominar nossas más inclinações e nos transformarmos moralmente, conforme nos aconselha Allan Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo, FEB, cap. XVII), estaremos na posse do reino do Cristo aqui ou alhures.


Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com

 
 


 


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