Apresentamos aqui um diálogo
entre Ranieri e o Professor
Mesquita, na cidade de Belo
Horizonte, no ano de 1976,
no qual professor narra uma
história vivida com Chico
Xavier. Esta narrativa está
registrada no livro “O
Prisioneiro do Cristo”
(Editora LAKE).
Disse o professor:
– Olha, quero contar-lhe uma
história com o Chico
Xavier...
Eu vivia muito ocupado,
fazia parte de diversas
organizações e não tinha
tempo para nada.
Atendia a diversas entidades
espíritas. O Abrigo Jesus...
Assim não me lembrava muito
de ir ver o Chico nem me
entusiasmava com isso porque
acreditava que tinha muito
que fazer em favor da
Doutrina e, depois, que não
devia tomar o tempo do
Chico, que recebia centenas
de pessoas diariamente.
Graças a Deus, eu não
precisava de nada, tinha
saúde, tudo ia bem.
Mas dona Neném Alluotto
convidou-me para ir ao
Chico.
A princípio me recusei, mas
depois, com a insistência
dela, resolvi ir. Tivera um
sonho justamente na noite
anterior e o sonho era o
seguinte: sonhara que estava
na avenida Afonso Pena e via
as folhas que caíam dos
galhos dos “fícus italianos”
plantados em toda a avenida.
Da terra saíam Espíritos que
ficavam com metade do corpo
para fora e que movimentando
os braços iam com as mãos
recolhendo as folhas para
junto de si.
Era uma imensidade.
Contemplei-os estarrecido.
Logo depois, essa cena
desapareceu.
Ficara naquele dia pensando
muito no sonho,
impressionado.
À noite, sexta-feira, fomos
a Pedro Leopoldo. Não
conhecia o Chico, nunca o
vira em minha vida. Como
seria ele?
Chegamos a Pedro Leopoldo,
mas não tive vontade ou
coragem de entrar no Centro.
Lá dentro pude ver que
estava cheio de gente.
Estaria o Chico lá?
Encostei-me num poste de
madeira ou coisa semelhante
que havia ali na rua em
frente ao Centro e fiquei.
Chico também nunca me vira
na vida.
De repente, alguém que
passava por trás bateu-me
nas costas e disse:
- Professor, há ainda muitos
Espíritos que não podem sair
debaixo da terra para ver a
luz do dia!
Disse e passou.
Olhei e vi que a pessoa que
me batera e falara estava
vestida de brim cáqui. Vi de
perfil, mas não pude ver a
outra face. Não o conhecia.
Mais tarde, quando a maioria
se acomodara dentro do
Centro, aproximei-me da
porta, entrei e vi que o
homem que estava sentado à
mesa, de brim cáqui, com a
mão no rosto, era o mesmo
que me batera nas costas lá
fora; era o mesmo e era
Chico Xavier. Nós ambos não
nos conhecíamos. Apesar
disso, fui embora sem lhe
falar.
Vê-se por aí como o Chico
Xavier toma conhecimento
espiritual de certos fatos
que não conhece, tais como o
sonho do professor...
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