Fatos Espíritas
William Crookes
(Parte 4)
Continuamos
o estudo
metódico e sequencial do
clássico Fatos
Espíritas, de
William Crookes,
obra publicada em 1874,
cujo
título no original
inglês é
Researches in the
phenomena of the
spiritualism.
Questões preliminares
A. Os fenômenos de
movimentação e elevação
de objetos só ocorrem
com mesas e cadeiras?
Segundo William Crookes,
essa pergunta lhe era
feita com frequência.
Ele disse, porém, ter
numerosas provas de que
essa propriedade não é
particular somente aos
móveis. O que ocorre é
que, para certas
demonstrações
experimentais, a
inteligência ou a força
que produz esses
fenômenos só pode
servir-se dos objetos
que acham apropriados ao
fim, como se dá
naturalmente com mesas e
cadeiras.
(Fatos Espíritas – Mesas
e cadeiras elevadas do
chão sem ninguém lhes
tocar.)
B. Crookes forneceu
exemplos de movimentação
de objetos que não
fossem apenas mesas e
cadeiras?
Sim. Certa vez, ele
testemunhou uma cadeira,
na qual uma senhora se
achava sentada,
elevar-se a várias
polegadas do solo. Uma
outra vez ainda, dois
meninos, em duas
ocasiões diferentes,
elevaram-se do chão com
as suas cadeiras, em
pleno dia e sob as mais
satisfatórias condições,
pois Crookes estava de
joelhos e não perdia de
vista os pés da cadeira,
observando que ninguém
podia tocá-los. Mas os
casos mais notáveis de
elevação de que foi
testemunha realizaram-se
com o Sr. Home. Em três
ocasiões diferentes, ele
o viu elevar-se
completamente acima do
soalho da sala. A
primeira vez, estava ele
sentado em um canapé; a
segunda, de joelhos
sobre uma cadeira, e a
terceira, de pé.
(Obra citada – Elevação
de corpos humanos.)
C. Nos fenômenos
ocorridos com o Sr. Home
havia outras
testemunhas?
Sim. Há pelo menos cem
casos bem verificados de
elevação do Sr. Home,
produzidos em presença
de muitas pessoas
diferentes. Crookes
ouviu da boca de três
testemunhas – o conde de
Dunraven, lord Lindsay e
o capitão C. Wynne – a
narração dos casos mais
notáveis desses gêneros,
acompanhados dos menores
incidentes. O número de
testemunhas que
confirmam as elevações
do Sr. Home é, segundo
Crookes, enorme.
(Obra citada – Elevação
de corpos humanos.)
Texto para leitura
58. Movimentos de
objetos pesados
colocados a certa
distância do médium
– Os exemplos em que os
corpos pesados, tais
como mesas, cadeiras,
canapés, se põem todos
em movimento, sem o
contato do médium, são
muito numerosos.
59. Certa vez, minha
própria cadeira
descreveu em parte um
círculo, não estando os
meus pés repousados no
soalho. Sob as vistas de
todos os assistentes,
uma cadeira veio
lentamente de um canto,
distante da sala, o que
todas as pessoas
presentes confirmaram.
Em outra ocasião, uma
poltrona chegou até ao
lugar em que nos
achávamos sentados e, a
meu pedido, retrocedeu
lentamente, à distância
de cerca de três pés.
60. Durante três sessões
consecutivas, uma
pequena mesa moveu-se
lentamente pelo meio da
sala, nas condições que
eu tinha expressamente
preparado, a fim de
responder a qualquer
objeção que se pudesse
levantar contra esses
fatos.
61. Obtive, várias
vezes, a repetição de
uma experiência, que a
comissão da Sociedade
Dialética considerou
como concludente, a
saber: o movimento de
uma pesada mesa em plena
luz, quando as costas
das cadeiras estavam
voltadas para a mesa e
as pessoas ajoelhadas em
suas cadeiras, com as
mãos apoiadas nas
costas, e sem tocar a
mesa. Uma vez, esses
fatos produziram-se
durante o tempo em que
eu ia e voltava,
procurando ver como cada
um estava colocado.
62. Mesas e cadeiras
elevadas do chão sem
ninguém lhes tocar –
Quando manifestações
desses gêneros são
expostas, faz-se
geralmente esta
consideração: “Por que
são somente as mesas e
as cadeiras que produzem
tais efeitos?” “Por que
essa propriedade é
particular aos móveis?”
Posso responder que só
faço observar e narrar
os fatos e que não entro
nos porquês – mas é
claro que, se em uma
sala de jantar comum, um
corpo pesado, inanimado,
deve elevar-se acima do
soalho, não pode ser
outro senão uma mesa ou
uma cadeira.
63. Tenho numerosas
provas de que essa
propriedade não é
particular somente aos
móveis; mas, como para
as outras demonstrações
experimentais, a
inteligência ou a força,
qualquer que seja, que
produz esses fenômenos,
só pode servir-se dos
objetos que acham
apropriados ao fim.
64. Em cinco ocasiões
diferentes, uma pesada
mesa de sala de jantar
elevou-se de algumas
polegadas a um pé e meio
acima do soalho, e em
condições especiais que
tornavam a fraude
impossível. Em outra
ocasião, uma pesada mesa
elevou-se acima do
soalho, em plena luz,
enquanto eu segurava os
pés e as mãos do médium.
65. Ainda outra vez, a
mesa elevou-se do solo,
não somente sem que lhe
tocassem, mas ainda nas
condições que eu tinha
previamente preparado,
de maneira a pôr fora de
dúvida a prova desses
fatos.
66. Elevação de
corpos humanos –
Estes fatos
produziram-se quatro
vezes em minha presença,
na escuridão. A
fiscalização sob a qual
se realizaram foi
inteiramente
satisfatória, ao menos
tanto quanto se pode
julgar; mas a
demonstração pela vista,
de um fato igual, é tão
necessária para
destruírem as nossas
ideias preconcebidas
sobre o que é
naturalmente possível ou
não, que só mencionarei
aqui os casos em que as
deduções da razão foram
confirmadas pelo sentido
da visão.
67. Certa vez, vi uma
cadeira, na qual uma
senhora se achava
sentada, elevar-se a
várias polegadas do
solo. Uma outra vez,
para afastar toda
suposição de que essa
elevação era produzida
pela própria senhora,
ela ajoelhou-se sobre a
cadeira, de tal modo que
os quatro pés desta eram
visíveis para nós, e a
cadeira elevou-se cerca
de três polegadas, ficou
suspensa durante dez
segundos, mais ou menos,
e em seguida desceu
lentamente. 68. Uma
outra vez ainda, dois
meninos, em duas
ocasiões diferentes,
elevaram-se do chão com
as suas cadeiras, em
pleno dia e sob as mais
satisfatórias condições,
pois eu estava de
joelhos e não perdia de
vista os pés da cadeira,
observando que ninguém
podia tocá-los.
69. Os casos mais
notáveis de elevação de
que fui testemunha
realizaram-se com o Sr.
Home. Em três ocasiões
diferentes, vi-o
elevar-se completamente
acima do soalho da sala.
A primeira vez, estava
ele sentado em um
canapé; a segunda, de
joelhos sobre uma
cadeira, e a terceira,
de pé. De cada vez, tive
toda a liberdade
possível para observar o
fato, no momento em que
ele se produzia.
70. Há pelo menos cem
casos bem verificados de
elevação do Sr. Home,
produzidos em presença
de muitas pessoas
diferentes; e ouvi mesmo
da boca de três
testemunhas – o conde de
Dunraven, lord Lindsay e
o capitão C. Wynne – a
narração dos casos mais
notáveis desses gêneros,
acompanhados dos menores
incidentes.
71. Rejeitar a evidência
dessas manifestações
equivale a rejeitar todo
o testemunho humano,
qualquer que seja, pois
que não há fato, na
história sagrada ou na
profana, que se apoie
sobre provas mais
decisivas. O número de
testemunhas que
confirmam as elevações
do Sr. Home é enorme.
72. Seria muito para
louvar que alguém, cujo
testemunho fosse
reconhecido como
concludente pelo mundo
científico (se é que
existe alguém cujo
testemunho em favor de
semelhantes fenômenos
possa ser admitido),
quisesse, séria e
pacientemente, estudar
esse gênero de fatos.
Muitas testemunhas
oculares dessas
elevações vivem ainda e
não recusariam,
certamente, atestá-las.
73. Movimento de
diversos objetos sem
contato – Sob esse
título proponho-me
descrever alguns
fenômenos especiais de
que fui testemunha. Só
posso indicar aqui
alguns fatos dos mais
salientes, produzidos em
condições tais que
qualquer artifício se
tornava impossível.
Atribuir esse resultados
à fraude é absurdo, pois
lembrarei ainda aos meus
leitores que o que
refiro não foi executado
em casa do médium, mas
em minha própria casa,
onde era inteiramente
impossível preparar-se
antecipadamente qualquer
truque.
74. Um médium,
circulando em minha sala
de jantar, não podia,
estando eu sentado em
outra parte da sala, com
várias pessoas que o
observávamos
atentamente, fazer
tocar, por fraude, uma
harmônica, que eu
segurava em minha mão,
com as teclas para
baixo, ou fazer flutuar
essa mesma harmônica
aqui e ali na sala,
enquanto ela tocava
durante todo o tempo.
75. Também não poderia
trazer consigo um
aparelho para agitar as
cortinas das janelas, ou
elevar as venezianas até
oito pés de altura; dar
nó em um lenço e
colocá-lo em um canto
distante da sala; vibrar
notas, a distância, em
um piano; projetar um
porta-cartas através do
aposento; levantar uma
garrafa e um cálice
acima da mesa; fazer
erguer-se um colar de
coral numa das
extremidades; fazer
mover um leque e abanar
os assistentes, ou ainda
pôr em movimento um
pêndulo encerrado em uma
vitrina, solidamente
presa à parede.
76. Aparições
luminosas – Essas
manifestações, sendo um
tanto fracas, exigem, em
geral, que o aposento
não esteja iluminado.
Tenho apenas necessidade
de lembrar aos meus
leitores que, em iguais
condições, tomei todas
as precauções
convenientes para evitar
que lançassem mão de
óleo fosforado ou outros
meios. Ademais, muitas
dessas luzes eram de
natureza tal, que não
pude chegar a imitá-las
por meios artificiais.
77. Sob as mais
rigorosas condições de
exame, vi uns corpos
sólidos, luminosos por
si mesmo, pouco mais ou
menos do volume e da
forma de um ovo de
perua, flutuar, sem
ruído, pelo meio do
aposento, elevar-se, por
momentos, mais alto do
que poderia fazer
qualquer dos assistentes
que se apoiasse sobre a
ponta dos pés, e depois
descer, vagarosamente,
para o soalho.
78. Esse objeto foi
visível durante mais de
dez minutos e, antes de
desaparecer, bateu três
vezes na mesa, com ruído
semelhante ao de um
corpo duro e sólido.
Durante esse tempo o
médium estava prostrado
em um canapé e parecia
inteiramente insensível.
79. Vi pontos luminosos
saltarem de um e outro
lado e repousarem sobre
a cabeça de diferentes
pessoas. E tive resposta
a questões que havia
formulado, por meio de
clarões de luz
brilhante, que se
produziram diante do meu
rosto, em certo número
de vezes por mim
prefixado.
80. Vi centelhas
arremessarem-se da mesa
ao teto e em seguida
recaírem sobre a mesa
com ruído muito
distinguível. Obtive uma
comunicação alfabética
por meio de clarões
luminosos que se
produziam no ar, diante
de mim, e no meio dos
quais eu passava a mão.
81. Vi uma nuvem
luminosa flutuar em cima
de um quadro. Sempre sob
as mais rigorosas
condições de exame,
aconteceu-me mais de uma
vez que um corpo sólido,
fosforescente,
cristalino, fosse posto
em minha mão por outra
mão que não pertencia a
nenhuma das pessoas
presentes.
82. Em plena luz, vi uma
nuvem luminosa pairar
sobre um heliotrópio
colocado em cima de uma
mesa, ao nosso lado,
quebrar-lhe um galho e
trazê-lo a uma senhora;
em algumas ocasiões,
percebi uma nuvem
semelhante condensar-se
sob nossos olhos,
tomando uma forma de mão
e transportar pequenos
objetos.
(Continua no próximo
número.)