JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
MG
(Brasil)
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Sim à liberdade e à
igualdade, mas,
principalmente,
à
fraternidade
É muito conhecido o
slogan do ideal da
Revolução Francesa:
Liberdade, Igualdade,
Fraternidade, que se
expandiu por todo o
mundo. E ao direito dos
cidadãos de uma nação
verdadeiramente
democrática, elas não
podem faltar.
Para Kardec (“Obras
Póstumas”, Primeira
Parte, capítulo V), a
fraternidade é a mais
importante das três
partes desse slogan.
Realmente, diz-se muito
que a fraternidade é
filha do amor. Afirma-se
também que ela é a
prática do amor. E é
muito conhecida a frase
latina: “Deus caritas
est”, ou seja, “Deus é
amor.” Como se vê, essa
palavra caridade pode
até mesmo ser
considerada como
sinônima de amor. E esse
Amor é com a letra
inicial maiúscula e não
amor com minúscula, que
pode ter vários outros
sentidos. O Amor que se
inicia com a
maiúsculo é o
fraterno, cristão, que é
incondicional e
universal, se estendendo
a toda a Humanidade.
Esse Amor considera como
irmãos, de fato, todos
os seres humanos. E só
assim, nos considerando
todos como irmãos, é que
somos dignos de chamar
Deus de Pai de todos
nós. O chamado amor de
mãe para com seus filhos
é o que mais se aproxima
desse Amor
verdadeiramente
fraterno, cristão,
universal. É que esse
amor materno é até
instintual, existindo em
todas as espécies.
De fato, esse Amor, meio
sinônimo de
fraternidade, engloba
tolerância, indulgência,
benevolência,
complacência, afeto e
outras virtudes. Aliás,
não pode haver liberdade
e igualdade sem uma
fraternidade verdadeira.
E essa fraternidade ou
Amor incondicional é até
uma das máximas
evangélicas que nos
ensinam que devemos
tratar nossos
semelhantes como nós
queremos que eles nos
tratem. A fraternidade
é também, pois, o oposto
do egoísmo.
No nível atual de
evolução do nosso mundo,
predomina na maioria das
pessoas o amor em seu
sentido comum. Um
exemplo dele é o amor
apenas carnal e
interesseiro, visando ao
prazer e ao bem somente
de si próprio. Esse amor
se caracteriza também
por ser egoístico. E, às
vezes, ele pode ser até
de uma mãe, que ama de
modo possessivo os seus
filhos, prejudicando-os
por toda a vida, embora
ela não tenha essa
intenção.
O ensino de Kardec, que
coloca a fraternidade ou
o Amor cristão,
universal, como sendo
necessário para que haja
liberdade e igualdade,
está de pleno acordo com
o que ensina Paulo (1
Coríntios 13: 4 a 8): “O
amor é paciente, é
benigno, o amor não arde
em ciúmes, não se ufana,
não se ensoberbece, não
se conduz
inconvenientemente, não
procura os seus
interesses, não se
exaspera, não se
ressente do mal, não se
altera com a injustiça,
mas regozija-se com a
verdade; tudo sofre,
tudo crê, tudo espera,
tudo suporta. O amor
jamais acaba; mas
havendo profecias,
desaparecerão, havendo
línguas, cessarão,
havendo ciência,
passará”.
Realmente, onde reinam a
liberdade e a igualdade
é porque elas têm como
base, sustentando-as, a
fraternidade!