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Estudando a série André Luiz
Ano 8 - N° 383 - 5 de Outubro de 2014
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

Mecanismos da Mediunidade

André Luiz

(Parte 40)

Damos prosseguimento ao estudo sequencial do livro Mecanismos da Mediunidade, obra de autoria de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1960 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. No fenômeno da psicometria o médium pode agir sozinho?

Não. Como em qualquer atividade coletiva entre os homens, no plano complexo da psicometria, médium algum pode agir a sós. É que o sensitivo está aí como peça interdependente no mecanismo da ação e, por conseguinte, depende dos companheiros encarnados e desencarnados da operação a ser realizada. (Mecanismos da Mediunidade, cap. XX, pp. 133 e 134.)

B. A falta de harmonização entre os companheiros da operação pode inviabilizar o êxito do trabalho?

Sim. Nesse caso, a onda mental do instrumento mediúnico somente em circunstâncias muito especiais não se deixará influenciar pelos elementos discordantes, invalidando-se, desse modo, qualquer possibilidade de êxito nos tentames empreendidos. (Obra citada, cap. XX, pp. 133 e 134.)

C. O êxito obtido no fenômeno da psicometria depende de outros fatores invisíveis aos nossos olhos?

Sim. Um desses fatores é a participação direta dos Espíritos. Geralmente as pessoas só veem o sensitivo que entrou em função, e se esquecem das Inteligências desencarnadas que se incorporam à sua onda mental, fornecendo-lhe todos os avisos e instruções atinentes ao feito, como, por exemplo, a localização de alguém que morreu, a partir de um objeto de uso pessoal do falecido.  (Obra citada, cap. XX, pág. 134 e 135.)

Texto para leitura

124. Interdependência do médium – Como em qualquer atividade coletiva entre os homens, é forçoso convir que médium algum pode agir a sós, no plano complexo da psicometria. Igualmente aí, o sensitivo está como peça interdependente no mecanismo da ação. E como é fartamente compreensível, se os companheiros desencarnados ou encarnados da operação a realizar não guardam entre si os ascendentes da harmonização necessária, claro está que a onda mental do instrumento mediúnico somente em circunstâncias muito especiais não se deixará influenciar pelos elementos discordantes, invalidando-se, desse modo, qualquer possibilidade de êxito nos tentames empreendidos. Nesse campo, as formas-pensamentos adquirem fundamental importância, porque todo objeto deliberadamente psicometrado já foi alvo de particularizada atenção. Quem apresenta ao psicômetra um pertence de antepassados, na maioria das vezes já lhe invocou a memória e, com isso, quando não tenha atraído para o objeto o interesse afetivo, no Plano Espiritual, terá desenhado mentalmente os seus traços ou quadros alusivos às reminiscências de que disponha, estabelecendo, assim, recursos de indução para que as percepções ultrassensoriais do médium se lhe coloquem no campo vibratório correspondente. (Cap. XX, pp. 133 e 134.)

125. Caso de desaparecimento – Noutro aspecto, imaginemos que determinado objeto seja conduzido ao sensitivo para ser psicometrado, com vistas a certos objetivos. Para clarear a asserção, suponhamos que uma pessoa acaba de desaparecer, sem deixar vestígio. Depois de buscas minuciosas sem resultado, alguém lembra-se de tomar-lhe um dos pertences de uso pessoal. Um lenço, por exemplo. A recordação é submetida a exame de um médium que reside a longa distância, sem que informação alguma lhe seja prestada. O médium recolhe-se e, a breve tempo, voltando da introspecção a que se entregou, descreve com minúcias a fisionomia e o caráter do proprietário, reporta-se ao desaparecimento dele, explana sobre pequeninos incidentes em torno do caso, esclarece que o dono desencarnou e informa o local em que o cadáver permanece. Verificada a exatidão de todas as notas, comumente atribui-se ao psicômetra a autoria da descoberta; contudo, analisado o episódio do Plano Espiritual, outras facetas ele revela à visão do observador. Desencarnado o amigo em causa, afeições que ele possua na esfera espiritual interessam-se em ajudá-lo, auxílio esse que se estende, naturalmente, à família. Pensamentos agoniados daqueles que ficaram e pensamentos ansiosos dos que residem na vanguarda do Espírito entrecruzam-se na procura movimentada. Alguém sugere a remessa do lenço para investigações psicométricas e a solução é coroada de êxito. Os encarnados veem apenas o sensitivo que entrou em função, mas se esquecem das Inteligências desencarnadas que se incorporam à sua onda mental, fornecendo-lhe todos os avisos e instruções atinentes ao feito. (Cap. XX, pp. 134 e 135.)

126. Agentes induzidos – Todos os objetos e ambientes psicometrados são, quase sempre, francos mediadores entre a esfera física e a esfera extrafísica, à maneira de agentes fortemente induzidos, estabelecendo fatores de telementação entre os dois planos. Nada difícil, portanto, entender que, ainda aí, prevalece o problema do merecimento e da companhia. Se o consulente e o experimentador não se revestem de qualidades morais respeitáveis para o encontro do melhor a obter, podem carrear à presença do sensitivo elementos desencarnados menos afins com a tarefa superior a que se propõem, e, se o intermediário humano não está espiritualmente seguro, a consulta ou a experiência resulta em fracasso perfeitamente compreensível. Nossas anotações, demonstrando o extenso campo da influenciação dos desencarnados, em todas as ocorrências da psicometria, não excluem, como é natural, o reconhecimento de que a matéria assinala sistemas de vibrações, criados pelos contactos com os homens e com os seres inferiores da Natureza, possibilitando as observações inabituais das pessoas dotadas de poderes sensoriais mais profundos, como por exemplo na visão através de corpos opacos, na clarividência e na clariaudiência telementadas, na apreensão críptica da sensibilidade e nos diversos recursos radiestésicos que se filiam notadamente aos chamados fenômenos de telestesia. (Cap. XX, pp. 135 e 136.)

Glossário

Clariaudiência – Faculdade mediúnica de ouvir Espíritos desencarnados.

Clarividência – Para a Doutrina Espírita, é propriedade inerente à alma e que dá a certas pessoas a faculdade de ver sem o auxílio dos órgãos da visão. Visão mais perfeita, mais clara. Faculdade de ver sem o auxílio dos órgãos da visão. É uma faculdade inerente à própria natureza da alma ou do Espírito, e que reside em todo o seu ser; eis porque em todos os casos em que há emancipação da alma, o homem tem percepções independentes dos sentidos. No estado corporal normal, a faculdade de ver é limitada pelos órgãos materiais: desprendida desse obstáculo, ela não é mais circunscrita, estende-se por toda a parte onde a alma exerce sua ação: tal é a causa da visão à distância de que gozam certos sonâmbulos. Eles se veem no próprio local que observam e descrevem ainda que este se situe mil léguas à distância, visto que, se o corpo não se acha acolá, a alma, em realidade, ali se encontra. Pode-se, pois, dizer que o sonâmbulo vê pelos olhos da alma.

Críptica – Feminino de críptico.

Críptico – Relativo ao que se localiza ou processa na parte mais profunda ou oculta.

Ideoplastia – No Espiritismo, faculdade de o pensamento exercer ação sobre a matéria. Em hipnotismo, qualidade passiva do paciente hipnotizado em relação às ordens emanadas mentalmente do agente hipnotizador.

Psicometria [do grego psyché + métron (do latim metru) + -ia] – Em Psicologia, é o registro e medida dos fenômenos psíquicos por meio de métodos experimentais padronizados. Em Espiritismo, designa a faculdade mediúnica de ler impressões e recordações ao contato com objetos comuns.

Radiestesia Sensibilidade às radiações. O mesmo que radioestesia.

Reflexão – Processo mental em que o pensamento se volta sobre si mesmo e toma seus próprios atos como objeto de conhecimento.

Reflexo condicionado Psicol.  Resposta condicionada. Ação independente da vontade que se segue, de imediato, a uma excitação externa.

Telementação – Exercício ou operação mental a distância.

Telestesia – Percepção a distância.




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita