Mecanismos da
Mediunidade
André Luiz
(Parte
40)
Damos prosseguimento ao
estudo sequencial do
livro Mecanismos da
Mediunidade, obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e publicada em 1960 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. No fenômeno da
psicometria o médium
pode agir sozinho?
Não. Como em qualquer
atividade coletiva entre
os homens, no plano
complexo da psicometria,
médium algum pode agir a
sós. É que o sensitivo
está aí como peça
interdependente no
mecanismo da ação e, por
conseguinte, depende dos
companheiros encarnados
e desencarnados da
operação a ser
realizada.
(Mecanismos da
Mediunidade, cap. XX,
pp. 133 e 134.)
B. A falta de
harmonização entre os
companheiros da operação
pode inviabilizar o
êxito do trabalho?
Sim. Nesse caso, a onda
mental do instrumento
mediúnico somente em
circunstâncias muito
especiais não se deixará
influenciar pelos
elementos discordantes,
invalidando-se, desse
modo, qualquer
possibilidade de êxito
nos tentames
empreendidos.
(Obra citada, cap. XX,
pp. 133 e 134.)
C. O êxito obtido no
fenômeno da psicometria
depende de outros
fatores invisíveis aos
nossos olhos?
Sim. Um desses fatores é
a participação direta
dos Espíritos.
Geralmente as pessoas só
veem o sensitivo que
entrou em função, e se
esquecem das
Inteligências
desencarnadas que se
incorporam à sua onda
mental, fornecendo-lhe
todos os avisos e
instruções atinentes ao
feito, como, por
exemplo, a localização
de alguém que morreu, a
partir de um objeto de
uso pessoal do falecido.
(Obra
citada, cap. XX, pág.
134 e 135.)
Texto para leitura
124.
Interdependência do
médium – Como em
qualquer atividade
coletiva entre os
homens, é forçoso convir
que médium algum pode
agir a sós, no plano
complexo da psicometria.
Igualmente aí, o
sensitivo está como peça
interdependente no
mecanismo da ação. E
como é fartamente
compreensível, se os
companheiros
desencarnados ou
encarnados da operação a
realizar não guardam
entre si os ascendentes
da harmonização
necessária, claro está
que a onda mental do
instrumento mediúnico
somente em
circunstâncias muito
especiais não se deixará
influenciar pelos
elementos discordantes,
invalidando-se, desse
modo, qualquer
possibilidade de êxito
nos tentames
empreendidos. Nesse
campo, as
formas-pensamentos
adquirem fundamental
importância, porque todo
objeto deliberadamente
psicometrado já foi alvo
de particularizada
atenção. Quem apresenta
ao psicômetra um
pertence de
antepassados, na maioria
das vezes já lhe invocou
a memória e, com isso,
quando não tenha atraído
para o objeto o
interesse afetivo, no
Plano Espiritual, terá
desenhado mentalmente os
seus traços ou quadros
alusivos às
reminiscências de que
disponha, estabelecendo,
assim, recursos de
indução para que as
percepções
ultrassensoriais do
médium se lhe coloquem
no campo vibratório
correspondente. (Cap.
XX, pp. 133 e 134.)
125. Caso de
desaparecimento
– Noutro aspecto,
imaginemos que
determinado objeto seja
conduzido ao sensitivo
para ser psicometrado,
com vistas a certos
objetivos. Para clarear
a asserção, suponhamos
que uma pessoa acaba de
desaparecer, sem deixar
vestígio. Depois de
buscas minuciosas sem
resultado, alguém
lembra-se de tomar-lhe
um dos pertences de uso
pessoal. Um lenço, por
exemplo. A recordação é
submetida a exame de um
médium que reside a
longa distância, sem que
informação alguma lhe
seja prestada. O médium
recolhe-se e, a breve
tempo, voltando da
introspecção a que se
entregou, descreve com
minúcias a fisionomia e
o caráter do
proprietário, reporta-se
ao desaparecimento dele,
explana sobre pequeninos
incidentes em torno do
caso, esclarece que o
dono desencarnou e
informa o local em que o
cadáver permanece.
Verificada a exatidão de
todas as notas,
comumente atribui-se ao
psicômetra a autoria da
descoberta; contudo,
analisado o episódio do
Plano Espiritual, outras
facetas ele revela à
visão do observador.
Desencarnado o amigo em
causa, afeições que ele
possua na esfera
espiritual interessam-se
em ajudá-lo, auxílio
esse que se estende,
naturalmente, à família.
Pensamentos agoniados
daqueles que ficaram e
pensamentos ansiosos dos
que residem na vanguarda
do Espírito
entrecruzam-se na
procura movimentada.
Alguém sugere a remessa
do lenço para
investigações
psicométricas e a
solução é coroada de
êxito. Os encarnados
veem apenas o sensitivo
que entrou em função,
mas se esquecem das
Inteligências
desencarnadas que se
incorporam à sua onda
mental, fornecendo-lhe
todos os avisos e
instruções atinentes ao
feito. (Cap. XX, pp.
134 e 135.)
126. Agentes
induzidos –
Todos os objetos e
ambientes psicometrados
são, quase sempre,
francos mediadores entre
a esfera física e a
esfera extrafísica, à
maneira de agentes
fortemente induzidos,
estabelecendo fatores de
telementação entre os
dois planos. Nada
difícil, portanto,
entender que, ainda aí,
prevalece o problema do
merecimento e da
companhia. Se o
consulente e o
experimentador não se
revestem de qualidades
morais respeitáveis para
o encontro do melhor a
obter, podem carrear à
presença do sensitivo
elementos desencarnados
menos afins com a tarefa
superior a que se
propõem, e, se o
intermediário humano não
está espiritualmente
seguro, a consulta ou a
experiência resulta em
fracasso perfeitamente
compreensível. Nossas
anotações, demonstrando
o extenso campo da
influenciação dos
desencarnados, em todas
as ocorrências da
psicometria, não
excluem, como é natural,
o reconhecimento de que
a matéria assinala
sistemas de vibrações,
criados pelos contactos
com os homens e com os
seres inferiores da
Natureza, possibilitando
as observações
inabituais das pessoas
dotadas de poderes
sensoriais mais
profundos, como por
exemplo na visão através
de corpos opacos, na
clarividência e na
clariaudiência
telementadas, na
apreensão críptica da
sensibilidade e nos
diversos recursos
radiestésicos que se
filiam notadamente aos
chamados fenômenos de
telestesia. (Cap. XX,
pp. 135 e 136.)
Glossário
Clariaudiência
– Faculdade mediúnica de
ouvir Espíritos
desencarnados.
Clarividência
– Para a Doutrina
Espírita, é propriedade
inerente à alma e que dá
a certas pessoas a
faculdade de ver sem o
auxílio dos órgãos da
visão. Visão mais
perfeita, mais clara.
Faculdade de ver sem o
auxílio dos órgãos da
visão. É uma faculdade
inerente à própria
natureza da alma ou do
Espírito, e que reside
em todo o seu ser; eis
porque em todos os casos
em que há emancipação da
alma, o homem tem
percepções independentes
dos sentidos. No estado
corporal normal, a
faculdade de ver é
limitada pelos órgãos
materiais: desprendida
desse obstáculo, ela não
é mais circunscrita,
estende-se por toda a
parte onde a alma exerce
sua ação: tal é a causa
da visão à distância de
que gozam certos
sonâmbulos. Eles se veem
no próprio local que
observam e descrevem
ainda que este se situe
mil léguas à distância,
visto que, se o corpo
não se acha acolá, a
alma, em realidade, ali
se encontra. Pode-se,
pois, dizer que o
sonâmbulo vê pelos olhos
da alma.
Críptica
– Feminino de críptico.
Críptico
– Relativo ao que se
localiza ou processa na
parte mais profunda ou
oculta.
Ideoplastia
– No Espiritismo,
faculdade de o
pensamento exercer ação
sobre a matéria. Em
hipnotismo, qualidade
passiva do paciente
hipnotizado em relação
às ordens emanadas
mentalmente do agente
hipnotizador.
Psicometria
[do grego psyché
+ métron (do
latim metru)
+ -ia] – Em
Psicologia, é o registro
e medida dos fenômenos
psíquicos por meio de
métodos experimentais
padronizados. Em
Espiritismo, designa a
faculdade mediúnica de
ler impressões e
recordações ao contato
com objetos comuns.
Radiestesia
– Sensibilidade
às radiações. O mesmo
que radioestesia.
Reflexão
– Processo
mental em que o
pensamento se volta
sobre si mesmo e toma
seus próprios atos como
objeto de conhecimento.
Reflexo condicionado
–
Psicol. Resposta
condicionada. Ação
independente da vontade
que se segue, de
imediato, a uma
excitação externa.
Telementação
– Exercício ou operação
mental a distância.
Telestesia
– Percepção a distância.