JANE MARTINS
VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil)
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Necessário o perdão,
tanto quanto a
misericórdia
“... Pelo perdão vos
aproximais da Divindade,
porque a clemência
é
irmã do poder.” (Adolpho,
bispo de Alger - O
Evangelho segundo
o
Espiritismo, cap.
XII, item 11.)
Joanna de Ângelis,
Espírito, através da
psicografia de Divaldo
Pereira Franco, no livro
“Celeiro de Bênçãos”,
comenta que guardando
mágoas, e na Terra são
muitas as dificuldades
que surgem, produzindo
mal-estar, padeceremos
sob imundície e
conduziremos fluidos
deletérios, ao passo
que, se perdoarmos,
prosseguiremos em clima
de renovação superior e
em labor otimista. O
perdão, diz ela, sempre
é mais útil a quem o
concede. Se perdoarmos,
esquecendo a ofensa e
ajudando o malfeitor,
conseguiremos a comunhão
com o Mestre inexcedível
que, embora
incompreendido, traído,
abandonado, martirizado
e pregado em duas
traves, que eram
símbolos da infâmia
justiçada, perdoou os
que o esqueceram e
prossegue até hoje
amando-os, qual faz
conosco.
O perdão ainda é uma das
grandes necessidades do
Espírito. Feliz aquele
que pode dizer que nunca
precisou perdoar, por
não se sentir ofendido.
O orgulho ainda é
causador de mágoas,
ressentimentos. Joanna
de Ângelis, com
sabedoria, diz que
carregar mágoa é
carregar lixo mental.
Numa reunião mediúnica,
quando os Espíritos se
comunicam com os homens,
através dos chamados
médiuns, um Espírito
comovido, em se
referindo à necessidade
do perdão, contou-nos
uma história que
transcreveremos ao
leitor. Disse ele:
“Quando desencarnei, fui
parar num lugar de
profunda escuridão. Não
via nada. Escuridão
completa. Ali fiquei,
desesperado, por um
tempo que não sei
precisar, até que um
dia, não suportando
mais, clamei a Deus por
misericórdia, orei com
toda a minha emoção
pedindo a Ele que me
enviasse uma luz, ao
menos um pequeno fio de
luz que me ajudasse a
sair daquela escuridão.
Quando terminei a prece,
encantado, vi, no meio
daquela escuridão total,
um fio de luz se
desenhando no chão.
Comecei a acompanhar
aquele fio, esperançoso.
Andei, andei. O fio se
movia, andei por não sei
quanto tempo. Um dia,
cheguei diante de um
portal. O fio passava
por baixo dele e ele
estava um pouco
entreaberto. Pude ver do
outro lado uma intensa
claridade e seres
luminosos a acenar.
Enchi-me de alegria e,
quando ia passar, o
portal se fechou. Tudo
ficou escuro de novo.
Desesperado, bati,
chutei, querendo
abri-lo, e nada. Bati e
gritei até não ter mais
forças. Chorando,
angustiado, gritei,
perguntando como fazer
para aquela porta se
abrir, e pedi novamente
socorro a Deus. Quando
terminei, letras
luminosas se formaram
sobre a porta e eu pude
ler: perdoe. ‘Mas
perdoar o quê?’, eu me
perguntei. Pesquisei na
profundidade de meu ser,
busquei nos refolhos de
minha memória, voltei ao
passado, investiguei em
mim, na ânsia de sair do
escuro. Como perdoar?
Somente quando
compreendi que aqueles
que me magoaram um dia
também caminharam na
escuridão, como eu me
encontrava, provocada
pela ignorância do amor
ao próximo, conseguindo
me apiedar e
desculpá-los, senti
minha angústia
desaparecer. Naquele
momento a porta se abriu
e eu consegui passar,
sair da escuridão para a
claridade. O perdão,
meus amigos, é sempre
necessário, por isso eu
lhes peço que sempre
procurem perdoar, não
guardem mágoas”. Dito
isso, despediu-se o
Espírito, emocionado.
Muitas criaturas estão
em dor por carregarem em
seus sentimentos o peso
da lembrança. Perdoar é
lembrar sem mágoas. Uma
boa memória não esquece
o fato, não é preciso
esquecer o fato,
necessário é esquecer a
ofensa, ou seja, lembrar
sem sofrer, compreender
a atitude do outro, como
uma atitude de desespero
provocada por um
sofrimento não curado.
Quem provoca dor está em
dor, não sabe elevar-se
no amor, esquece a
divina comunhão com Deus
através da prece.
Um senhor de 83 anos,
vendo pela televisão a
violência simultânea em
tantos lugares do
planeta, agressões de
todo tipo, explosões de
cólera, guerras
fratricidas em tantos
lugares, voltou-se para
nós, aflito, e comentou:
“A Terra enlouqueceu!”
São momentos difíceis,
sim, aflitivos esses.
Necessário nos
colocarmos em fortaleza
mental e nos guiarmos
pelo amado Mestre Jesus,
que nos pedia que
amássemos uns aos
outros. Não nos deixemos
perturbar, continuemos
nossa trajetória de paz
nesta encarnação,
perdoando
constantemente, cheios
de misericórdia para com
as dores alheias,
compreendendo que o mal
é transitório e que a
nossa destinação como
Espíritos é rumo à
felicidade, na medida em
que aprendermos a
verdadeiramente amar.
Guardemos conosco
algumas orientações de
Jesus referentes ao
perdão:
“Bem-aventurados aqueles
que são misericordiosos,
porque eles próprios
obterão
misericórdia...”;
“Se perdoardes aos
homens as faltas que
eles fazem contra vós,
vosso pai celestial vos
perdoará também vossos
pecados...”;
“Se vosso irmão pecou
contra vós, ide lhe
exibir sua falta em
particular, entre vós e
ele; se ele vos escuta,
tereis ganhado o vosso
irmão...”;
“Amai-vos uns aos outros
como eu vos amei...”.