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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 383 - 5 de Outubro de 2014

JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte, MG (Brasil)

 
 

Viva o Evangelho de Jesus, e abaixo seu assassinato na cruz

“A nata da mensagem do excelso Mestre é a imortalidade do Espírito,
jamais a do corpo, que é matéria, veio do pó e a ele retornará.”
(Eclesiastes, 12: 7; e Gêneses, 3: 19.)


Mas o Cristianismo ortodoxo enveredou-se pela valorização da matéria, criando também a ressurreição dela, quando a Bíblia ensina apenas a do espírito.  E é o Mestre dos mestres quem disse: A carne para nada aproveita, o que importa é o espírito que dá a vida. (João, 6: 63)

Temos dois corpos, um material e outro espiritual, ressuscitando o espiritual, diz são Paulo (1 Coríntios, 15: 44). Ademais, a ressurreição é na hora da morte, ao se desprender o espírito do corpo. A do corpo é dogmática, que eu respeito, mas ela não tem fundamento bíblico. Aliás, foi por isso que ela virou dogma. E ai de quem negasse um dogma na Idade Média!  E, além de a ressurreição do espírito ser bíblica e na hora da morte, ela é defendida, hoje, pelo professor espanhol de teologia Andrés Torres Queiruga, da Universidade de San Tiago de Compostela (Espanha), em seu livro “Repensar a Ressurreição”, Ed. Paulinas. Ele é considerado atualmente o maior teólogo católico do mundo. E ele acentua que, inclusive, a Ressurreição de Jesus foi também do seu Espírito e na hora da morte. “Pai, em vossas mãos entrego o meu Espírito.” (Lucas 23: 46).

Quanto à afirmativa bíblica de que a Ressurreição de Jesus foi, no terceiro dia, após sua morte, na verdade se trata do início das suas aparições ou ressurgimentos depois de sua morte. Aliás, Ele teve várias Ressurreições que são todas as suas próprias aparições, desde a primeira a Maria Madalena, no domingo após sua morte. E, como Lucas mostra (Atos, 1: 3), Jesus ficou ainda quarenta dias na Terra, aparecendo ou ressuscitando dos mortos aos seus apóstolos e discípulos durante quarenta dias, ou seja, até à Ascensão. E como explica muito bem a Doutrina Espírita, Ele aparecia em Espírito, materializando-se através de seu perispírito, denominado por são Paulo de corpo espiritual. E todas as suas aparições aos apóstolos, entre elas, a do episódio envolvendo são Tomé, foram realmente aparições materializadas com o seu perispírito, e não com aquele corpo que morreu na cruz como, por ignorância, pensavam as pessoas daquela época, o que, também hoje, ainda acontece com muitas pessoas.

Outra coisa estranha no Cristianismo tradicional é a exaltação da morte de Jesus na cruz, que foi só do seu corpo, ao invés de exaltar as suas ressurreições, que, como já dissemos, foram de seu Espírito imortal, comprovando a imortalidade do espírito. É verdade que a Igreja ensina que a festa cristã mais importante é a da Ressurreição de Jesus, mas, na prática, é a morte Dele que mais se comemora. Não existe um feriado religioso ou um domingo mais respeitado do que o da Sexta-Feira da Paixão.

E é por esse sentimento emocional, como uma espécie de empatia ou compaixão pela morte de Jesus na cruz, que os cristãos se prenderam muito a esse martírio, a tal ponto de eles pensarem que Jesus veio ao mundo, principalmente, para morrer na cruz. E o pior é que, para muitos cristãos, é esse seu sofrimento e morte pela crucificação que resgatam os nossos pecados. E uns até enfeitam esse martírio dizendo que o sangue de Jesus pagou os nossos pecados!

Perguntamos: pagou os nossos pecados a quem? Espírito atrasado é que gosta de sangue derramado. Em que o sangue de Jesus vai ser útil para Deus, e o que será que Ele faz com esse sangue derramado nos céus onde nem existe lugar para a matéria? Lembremo-nos de que o Deus cristão não é mitológico!

Recomendo http://ismaelgobbo.blogspot.com.br/.




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita