JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
MG
(Brasil)
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Viva o Evangelho de
Jesus, e abaixo seu
assassinato na cruz
“A nata da mensagem do
excelso Mestre é a
imortalidade do
Espírito,
jamais a do
corpo, que é matéria,
veio do pó e a ele
retornará.”
(Eclesiastes, 12: 7; e
Gêneses, 3: 19.)
Mas o Cristianismo
ortodoxo enveredou-se
pela valorização da
matéria, criando também
a ressurreição dela,
quando a Bíblia ensina
apenas a do espírito. E
é o Mestre dos mestres
quem disse: A carne para
nada aproveita, o que
importa é o espírito que
dá a vida. (João, 6: 63)
Temos dois corpos, um
material e outro
espiritual,
ressuscitando o
espiritual, diz são
Paulo (1 Coríntios, 15:
44). Ademais, a
ressurreição é na hora
da morte, ao se
desprender o espírito do
corpo. A do corpo é
dogmática, que eu
respeito, mas ela não
tem fundamento bíblico.
Aliás, foi por isso que
ela virou dogma. E ai de
quem negasse um dogma na
Idade Média! E, além de
a ressurreição do
espírito ser bíblica e
na hora da morte, ela é
defendida, hoje, pelo
professor espanhol de
teologia Andrés Torres
Queiruga, da
Universidade de San
Tiago de Compostela
(Espanha), em seu livro
“Repensar a
Ressurreição”, Ed.
Paulinas. Ele é
considerado atualmente o
maior teólogo católico
do mundo. E ele acentua
que, inclusive, a
Ressurreição de Jesus
foi também do seu
Espírito e na hora da
morte. “Pai, em vossas
mãos entrego o meu
Espírito.” (Lucas 23:
46).
Quanto à afirmativa
bíblica de que a
Ressurreição de Jesus
foi, no terceiro dia,
após sua morte, na
verdade se trata do
início das suas
aparições ou
ressurgimentos depois de
sua morte. Aliás, Ele
teve várias
Ressurreições que são
todas as suas próprias
aparições, desde a
primeira a Maria
Madalena, no domingo
após sua morte. E, como
Lucas mostra (Atos, 1:
3), Jesus ficou ainda
quarenta dias na Terra,
aparecendo ou
ressuscitando dos mortos
aos seus apóstolos e
discípulos durante
quarenta dias, ou seja,
até à Ascensão. E como
explica muito bem a
Doutrina Espírita, Ele
aparecia em Espírito,
materializando-se
através de seu
perispírito, denominado
por são Paulo de corpo
espiritual. E todas as
suas aparições aos
apóstolos, entre elas, a
do episódio envolvendo
são Tomé, foram
realmente aparições
materializadas com o seu
perispírito, e não com
aquele corpo que morreu
na cruz como, por
ignorância, pensavam as
pessoas daquela época, o
que, também hoje, ainda
acontece com muitas
pessoas.
Outra coisa estranha no
Cristianismo tradicional
é a exaltação da morte
de Jesus na cruz, que
foi só do seu corpo, ao
invés de exaltar as suas
ressurreições, que, como
já dissemos, foram de
seu Espírito imortal,
comprovando a
imortalidade do
espírito. É verdade que
a Igreja ensina que a
festa cristã mais
importante é a da
Ressurreição de Jesus,
mas, na prática, é a
morte Dele que mais se
comemora. Não existe um
feriado religioso ou um
domingo mais respeitado
do que o da Sexta-Feira
da Paixão.
E é por esse sentimento
emocional, como uma
espécie de empatia ou
compaixão pela morte de
Jesus na cruz, que os
cristãos se prenderam
muito a esse martírio, a
tal ponto de eles
pensarem que Jesus veio
ao mundo,
principalmente, para
morrer na cruz. E o pior
é que, para muitos
cristãos, é esse seu
sofrimento e morte pela
crucificação que
resgatam os nossos
pecados. E uns até
enfeitam esse martírio
dizendo que o sangue de
Jesus pagou os nossos
pecados!
Perguntamos: pagou os
nossos pecados a quem?
Espírito atrasado é que
gosta de sangue
derramado. Em que o
sangue de Jesus vai ser
útil para Deus, e o que
será que Ele faz com
esse sangue derramado
nos céus onde
nem existe lugar para a
matéria? Lembremo-nos de
que o Deus cristão não é
mitológico!
Recomendo
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