MARCUS
VINICIUS DE AZEVEDO
BRAGA
acervobraga@gmail.com
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
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Benefícios do
sacrifício
O Evangelho
segundo o
Espiritismo,
no seu capítulo
V, fala-nos,
entre outros
assuntos, do
verdadeiro
sacrifício aos
olhos de Deus.
Capítulo
interessante e
atual, dado que
a vida nos exige
sacrifícios e
por vezes
buscamos estes,
sem saber bem o
porquê.
Em um primeiro
momento,
apresenta-se a
questão de se é
possível reduzir
o rigor das
provas, dado que
estas são
instrumentos de
nossa evolução.
A conclusão é
simples, dados
que a Lei é de
amor e, sim,
podemos e
devemos abreviar
a dor de nosso
próximo,
abreviar as suas
provas
voluntariamente,
pois esse amor
nos impulsiona a
ser melhores e a
evolução se faz
em conjunto,
nesse nosso
planetinha azul.
Ao contrário da
visão do Carma
adotada em
algumas
religiões, não
devemos deixar
nossos irmãos
sofrerem para
“pagar”, pois a
divindade quer
que nós
aprendamos a
amar e não que
soframos
indistintamente,
como um Deus
sádico, a
exemplo do
Olimpo
greco-romano.
A dor deve nos
empurrar para o
amor, e o amor
pode sim
colaborar para
reduzir a dor,
na busca da luz,
em um contexto
de
interdependência,
de Espíritos
encarnados em um
planeta de
provas e
expiações, na
luta da
evolução.
De forma
simétrica,
apresenta-se a
questão: é
possível então
aumentar as suas
provas
voluntariamente?
Ou seja, posso
aumentar a minha
dor e assim
evoluir mais
rápido?
O evangelho é
claro nesse
ponto... e o bom
senso também!
Produzir dor por
produzir pouco
contribui com a
instauração do
reino dos céus
em nossos
corações. Em
muitas facetas
se apresenta
esse sacrifício
voluntário, em
roupagens
modernas que
escondem
sentimentos
adversos.
As práticas de
se prometer
coisas para a
divindade em
troca de
bênçãos, como
nos sacrifícios
muito famosos em
festas
religiosas, nas
famosas
promessas,
ilustram bem
esse sentimento
de imolação,
como passagem
para a
felicidade. São
os terroristas
que esperam o
reino de
cachoeiras de
mel... Uma forma
de sacrifício
egoísta e de
barganha!
Têm-se ainda, de
forma
reprovável,
práticas nesse
sentido,
adotadas por
vezes por
celebridades, no
campo da
automutilação.
Com cortes e
marcas, as dores
corporais buscam
substituir
sofrimentos
emocionais, em
uma punição de
si mesmo, prima
da comiseração,
em uma mescla de
carência, culpa
e remorso. Uma
forma de
sacrifício
focado em si, na
troca de suas
dores
sentimentais por
dores corporais.
Esses exemplos
atuais nos
mostram que o
nosso sacrifício
ainda está
atrelado a uma
ideia de
egoísmo. O
disposto n’O
Evangelho
segundo o
Espiritismo
indica que o
aumento da dor
sem reverter
para o benefício
coletivo é sim
egoísmo, e que
as provações
voluntárias
somente têm
valor quando
agregarem bem ao
próximo.
O sacrifício, o
acréscimo de
sofrimento por
escolha, só têm
valor aos olhos
de Deus quando
significam
doação para o
bem geral. E,
para isso, na
maioria das
vezes,
necessitamos de
dores muito
menores do que
imaginamos!
Devemos ficar
atentos às
motivações que
se escondem por
detrás dos
grandes
espetáculos de
dor e
sofrimento,
enxergando o
valor do pequeno
esforço
cotidiano que
produz o bem,
sem pompa e
cerimônia, sem
heróis de papel.
Deus nos criou
para aprendermos
a amar... Para
rompermos as
nossas
imperfeições,
por vezes somos
impulsionados
pelo aguilhão da
dor, para a
senda da
evolução. Mas o
grande
sacrifício se
impõe na conduta
reta no
cotidiano, por
vezes longe de
holofotes e
luzes...
O fim da
evolução é o
amor, força
divina por
excelência, que
nos faz mais
próximos do
homem que
queremos ser,
nos faz melhores
nas batalhas de
cada dia e, para
isso, precisamos
entender a
função da dor no
contexto da
justiça divina e
do
aperfeiçoamento
do Espírito.
Sacrifícios só
trazem
benefícios se
forem
direcionados ao
nosso próximo...
A doutrina dos
Espíritos é
clara em nos
explicar esse
mecanismo, do
primado do amor!
Não busquemos
evolução onde
pode morar a
estagnação!