MARIA ANGELA
MIRANDA
mangela@sucessolondrina.com.br
Londrina, PR
(Brasil)
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Desempenhando um
personagem
“A vaidade é
a consciência
(certa ou
errada) da
evidência
do
nosso próprio
mérito para os
outros.”
Machado de
Assis, em Elogio
da Vaidade,
afirma que “o
orgulho é a
consciência
(certa ou
errada) do nosso
próprio mérito;
a vaidade, a
consciência
(certa ou
errada) da
evidência do
nosso próprio
mérito para os
outros”. A
grande
dificuldade está
em termos
consciência
desta evidência,
perceber sua
repercussão no
outro e
estabelecermos o
quanto estamos
dispostos a
fazer para
manter esta
evidência.
O perigo reside
nos excessos e
no
desconhecimento
das fronteiras
entre os
impulsos de
idealismo, por
amor a uma causa
nobre, e os
ímpetos de
destaque
pessoal,
característicos
da vaidade. Na
maioria das
vezes, vivemos o
exterior, a
noção de causa e
efeito necessita
de uma vida
interior, é
preciso conhecer
as causas de
nossas ações
para não sermos
controlados pela
imagem que o
outro faz de
nós. Esta é
a vaidade em
ação.
A vaidade se
apresenta de
diversas formas.
Podemos destacar
algumas:
1.
Apresentação
pessoal
exuberante – na
utilização
exagerada de
adornos, roupas,
gestos
estudados,
retórica ao
falar, sem nos
darmos conta do
entorno;
2.
Evidência
de qualidades
intelectuais.
Quando não
poupamos
referências à
nossa pessoa ou
às nossas
realizações;
3.
Esforço
em revelar
participações
culturais,
sociais ou dotes
físicos
provocando
antipatia nos
demais;
4.
Observações
desrespeitosas
àqueles cuja
condição social
ou intelectual é
mais humilde;
5.
Buscar,
através de
cargos ou
posições de
destaque,
referências
respeitosas ou
elogiosas;
6.
Não
reconhecer
nossa culpa nas
situações de
descontentamento
e infortúnios
pelas quais
passamos;
7.
Obstruir
a capacidade
mental de nos
autoanalisar,
não aceitando
nossas possíveis
falhas ou erros,
culpando
vagamente a
sorte, a
infelicidade
imerecida, o
azar.
A vaidade se
manifesta
sutilmente em
nosso íntimo
sendo draconiano
o esforço que
devemos
desenvolver na
vigilância, para
não sermos
vítimas dessas
influências que
encontram apoio
nesse nosso
defeito. Os
Espíritos
inferiores se
servem de nossa
vaidade para
abrir caminhos
às perturbações
entre nossos
amigos e
familiares.
O vaidoso,
muitas vezes,
sem perceber,
vive
desempenhando um
personagem que
escolheu. No seu
íntimo é sempre
bem diferente
daquele que
aparenta e, de
alguma forma,
essa dualidade
lhe causa
conflitos, pois
sofre com tudo
isso, sente
necessidade de
encontrar-se a
si mesmo, embora
às vezes não
saiba como. O
mais prejudicial
nisso tudo é que
as fixações
mentais nos
personagens
selecionados
podem
estabelecer e
conduzir a
enormes
bloqueios do
sentimento, nos
levando a
assumir um
caráter
endurecido,
insensível, de
atitudes frias e
grosseiras.
O Aprendiz do
Evangelho tem aí
um
extraordinário
campo de
reflexão, de
análise
tranquila, para
aprofundar-se
até as raízes
que geraram
estas
deformações. Ao
mesmo tempo em
que precisamos
identificar
nossas
características
autênticas, o
nosso verdadeiro
modo de ser,
para então nos
despirmos da
roupagem teatral
que utilizamos e
nos colocarmos
amadurecidos,
assumindo todo o
nosso íntimo,
com disposição
de melhorarmos
sempre.
“O homem, pois,
em grande número
de casos, é o
causador de seus
próprios
infortúnios;
mas, em vez de
reconhecê-lo,
acha mais
simples, menos
humilhante para
a sua vaidade,
acusar a sorte,
a Providência, a
má fortuna, a má
estrela, ao
passo que a má
estrela é apenas
a sua incúria.”
(Allan Kardec.
O Evangelho
segundo o
Espiritismo.
Capítulo V.
Bem-aventurados
os Aflitos.
Causas Atuais
das Aflições.)