PEDRO FAGUNDES
AZEVEDO
tvp-sul-az@uol.com.br
Porto Alegre, RS
(Brasil)
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Robin Williams
enforcou-se,
mas… da vida
ninguém escapa
Nos últimos
minutos
de segunda-feira,
11 de agosto,
sozinho em seu
quarto, o
famoso ator Robin
Williams
faz cortes
no seu pulso
esquerdo com a
lâmina de um
canivete. A
seguir, enquanto
ainda tem
forças, ele
enrola um cinto
no pescoço. A
outra ponta
prende entre a
porta
entreaberta de
um armário e o
batente. Empurra
essa porta com
força,
certificando-se
de que o cinto
não vai
escapar. Tenta sentar-se
numa cadeira,
que colocara bem
ao seu alcance.
O cinto,
porém, é curto.
E ele se
enforca,
ficando suspenso
a poucos
centímetros do
assento.
O que
acontece com o
ator, após essa
atitude
desesperada? Provavelmente,
com muito
sofrimento
e falta de ar,
ao desligar-se
do corpo físico
pelo fenômeno
chamado morte,
ele fique
terrivelmente
surpreso,
triste e
arrependido ao
constatar que a
vida continua no
plano
espiritual. E, o
que é pior,
seus problemas
não só
continuam, mas
agravam-se. Nas
vascas de sua
agonia, todos os
esgares,
aflições e
sufocamentos
criaram estigmas
deformativos
no seu corpo
etéreo,
provocando
grande
desconforto, e
que irão
repercutir
na sua próxima
reencarnação,
quando poderá
vir a sofrer de
sérios problemas
respiratórios.
Não é que Deus
castigue, convém
salientar, nós é
que
deliberadamente
infringimos a
lei de causa e
efeito e
automaticamente
sofremos as
consequências.
Entretanto, como
revela o
apóstolo
Pedro, “o amor
aos nossos
semelhantes
cobre a multidão
dos nossos
pecados” (I
Pedro, 4:8). E
Robin foi um ser
que muito amou
e muito ajudou
a todos os que
dele se
aproximaram,
inclusive várias
instituições de
caridade. Em
razão disso, ao
adentrar no
plano
espiritual, tudo
indica que foi
muito bem
amparado e
protegido pelos
Espíritos de
luz, conseguindo
livrar-se das
tenebrosas
regiões do
umbral, onde,
segundo a
Bíblia, “há
choro e ranger
de dentes”, como
no
doloroso “Vale
dos Suicidas”.
Nas
semanas que
antecederam o
suicídio ele
enfrentava, em
silêncio, com
grande
esforço, a ansiedade,
a depressão
grave, os problemas
cardíacos, mais
a dependência
alcoólica – cuja
única cura é a
abstinência
total – e já os
primeiros
sintomas do Mal
de Parkinson. Antes,
costumava dizer
nas
diversas campanhas
comunitárias
de que
participava, em
comerciais que
ainda podem ser
vistos na
internet, que “o
suicídio é uma
solução
definitiva para
um problema de
caráter
temporário”.
Em razão
de tudo
isso, talvez, ao
compreender que
o Mal de
Parkinson, sua
nova doença,
incurável, não
era um problema
temporário, acabou
optando pelo
suicídio.
Esqueceu-se dos
vários papéis
espiritualistas que
interpretou,
como no filme
cujo título já
confirmava
a imortalidade
do ser: “Amor,
Além da
Vida”. Agora,
vivendo
novamente no
plano
espiritual,
ele terá a
certeza, para
sempre, de
que
podemos escapar
da morte várias
vezes, mas
jamais
escaparemos da
vida – que é
eterna.
Pedro Fagundes
Azevedo foi
presidente da
Legião Espírita
de Porto Alegre