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O Espiritismo responde
Ano 8 - N° 385 - 19 de Outubro de 2014
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
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ESPIRITISMO SÉCULO XXI
 


 
Em carta publicada nesta edição, a leitora Inês Betancourt, de Braga, Portugal, pergunta-nos: “Até que ponto é bom uma pessoa fazer a prática diária de doação do ectoplasma, contribuindo de forma a ajudar os outros? Até que ponto isto é recomendado pelos Espíritos, e se de alguma forma é bom ou prejudicial ou até perigoso?”

Segundo o grande físico Oliver Lodge, ectoplasma é o nome dado a uma espécie de matéria celular organizada, que se diz emanada, temporariamente, e com propriedades extraordinárias e inexplicáveis, de certas pessoas. Essa substância se molda, toma forma de rostos e de mãos, como se fosse guiada por uma inteligência subconsciente.

Outros estudiosos entendem que é o ectoplasma atributo do organismo, com propriedades similares às substâncias gasosas e de composição desconhecida.

Schrenk-Notzing, que, empregando métodos químicos, fez análises do ectoplasma expelido por médiuns de materialização, afirma, com base nos resultados dessas análises, que se trata de substância albuminoide unida a um corpo gorduroso e com células análogas às que se encontram no corpo humano.

Dentre os autores desencarnados, podemos citar as informações constantes do cap. 28, págs. 271 e 272 do livro Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, na qual está dito que o ectoplasma está situado entre a matéria densa e a matéria perispirítica, assim como um produto de emanações da alma pelo filtro do corpo, e é recurso peculiar não somente ao homem, mas a todas as formas vivas da Natureza.

Trata-se, segundo Aulus, de um elemento amorfo, mas de grande potência e vitalidade, e pode ser comparado a genuína massa protoplásmica, sendo extremamente sensível, animado de princípios criativos que funcionam como condutores de eletricidade e magnetismo, mas que se subordinam, invariavelmente, ao pensamento e à vontade do médium que os exterioriza ou dos Espíritos, desencarnados ou não, que sintonizam com a mente mediúnica.

O ectoplasma não é utilizado apenas nas chamadas sessões de materialização, mas também nas curas e no serviço do passe, como afirma o professor J. Raul Teixeira em resposta à questão 72 do livro Diretrizes de Segurança, em que diz que certos elementos constitutivos do ectoplasma costumam ser, no serviço do passe, liberados pelos médiuns “em quantidades as mais diversas”.  

Entendemos que está na ministração do passe magnético a utilização mais frequente dos elementos ectoplásmicos.

Em tais casos, é possível afirmar, com base em autores diversos, que sua aplicação feita com critério e cuidado não apresenta perigo nenhum para o doador.

Em sua obra intitulada Conduta Espírita, André Luiz recomenda-nos: “Quando da aplicação de passes, fugir à indagação sobre resultados e jamais temer a exaustão das forças magnéticas. O bem ajuda sem perguntar”. (Obra citada, cap. 28.)

Na questão 80 do livro Diretrizes de Segurança, J. Raul Teixeira explica: “Quando aplicamos passes, antes de atirarmos as energias sobre o paciente, nos movimentos ritmados das mãos, ficamos envolvidos por essas energias, por essas vibrações que nos chegam dos Amigos Espirituais envolvidos nessa atividade, o que indica que, antes de atendermos aos outros, somos nós, a princípio, beneficiados e auxiliados para que possamos auxiliar, por nossa vez.”

Ele se referia, com essas palavras, ao chamado passe magnético de caráter misto, em que o médium aplicador das energias atua conjuntamente com um Espírito, tal como nos é explicado no cap. XIV, item 176, d´O Livro dos Médiuns: “(...) a força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxilio. Se magnetizas com o propósito de curar, por exemplo, e invocas um bom Espírito que se interessa por ti e pelo teu doente, ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias".

O passe, ensina Divaldo Franco, produz um desgaste. Mas não existe exaustão das forças magnéticas, porque as energias transmitidas ao paciente são renovadas pela ação dos Benfeitores Espirituais.

Quanto aos cuidados específicos que o médium deve tomar, é bom lembrar a questão do local e das condições em que ele se dê.

Perguntaram a Divaldo Franco: “Quando é admissível fazerem-se passes fora do Centro Espírita, isto é, fazerem-se passes a domicílio? Quais as consequências dessa prática para o médium?”

Divaldo respondeu: “Somente se devem aplicar passes a domicílio quando o paciente, de maneira nenhuma, pode ir aos locais reservados para o mister, que são o hospital espírita, a escola espírita ou o próprio Centro Espírita. As consequências de um médium andar daqui para ali aplicando passes são muito graves, porque ele não pode pretender estar armado de defesas para se acautelar das influências que o aguardam em lugares onde a palavra superior não é ventilada, onde as regras de moral não são preservadas, e onde o bom comportamento não é mantido. Devemos, sim, atender a uma solicitação, vez que outra. Mas, se um paciente tem um problema orgânico muito grave, chama o médico e este faz o exame local, encaminhando-o ao hospital para os exames complementares, tais como as radiografias, os eletrocardiogramas, eletroencefalogramas e outros, o paciente vai, e por quê? Porque acredita no médico. Se, porém, não vai ao Centro Espírita é porque não acredita, por desprezo ou preconceito. Crê mais na falsa pudicícia do que na necessidade legítima.” (Diretrizes de Segurança, questão 81.)

Quanto à correta maneira de aplicarmos o passe, é sempre bom recordar o que Allan Kardec escreveu em setembro de 1865 na "Revista Espírita" (Edicel, ano 1865, pág. 254): "Se a mediunidade curadora pura é privilégio das almas de escol, a possibilidade de suavizar cer­tos sofrimentos, mesmo de curar, ainda que não instantaneamente, umas tantas moléstias, a todos é dada, sem que haja necessidade de ser magnetizador. O conhecimento dos processos magnéticos é útil em casos complicados, mas não indispensável. Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre a dor para a acalmar; é o que pode fazer qualquer um, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus. É de notar que a maior parte dos médiuns curadores inconscientes, os que não se dão conta de sua faculdade, e que por vezes são encontrados nas mais hu­mildes posições e em gente privada de qualquer instrução, recomendam a prece e se entreajudam orando. Apenas sua ignorância lhes faz crer na influência desta ou daquela fórmula".

Sobre o ectoplasma e sua utilização, sugerimos ainda à leitora que leia os textos abaixo publicados nesta revista:

Diferença entre ectoplasmia e materialização de Espíritos, de Davilson Silva  http://www.oconsolador.com.br/ano6/264/davilson_silva.html

O que há por trás das assombrações, de Davilson Silva http://www.oconsolador.com.br/ano6/291/davilson_silva.html

Mediunidade de cura é fenômeno físico, de Davilson Silva http://www.oconsolador.com.br/ano6/270/davilson_silva.html

Hipóteses sobre a ação orgânica e psicológica do ectoplasma, de Jáder Sampaio  http://www.oconsolador.com.br/ano2/88/especial.html


 


 
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