Em carta publicada nesta
edição, a leitora Inês
Betancourt, de Braga,
Portugal, pergunta-nos: “Até
que ponto é bom uma pessoa
fazer a prática diária de
doação do ectoplasma,
contribuindo de forma a
ajudar os outros? Até que
ponto isto é recomendado
pelos Espíritos, e se de
alguma forma é bom ou
prejudicial ou até
perigoso?”
Segundo o grande físico
Oliver Lodge, ectoplasma é o
nome dado a uma espécie de
matéria celular organizada,
que se diz emanada,
temporariamente, e com
propriedades extraordinárias
e inexplicáveis, de certas
pessoas. Essa substância se
molda, toma forma de rostos
e de mãos, como se fosse
guiada por uma inteligência
subconsciente.
Outros estudiosos entendem
que é o ectoplasma atributo
do organismo, com
propriedades similares às
substâncias gasosas e de
composição desconhecida.
Schrenk-Notzing, que,
empregando métodos químicos,
fez análises do ectoplasma
expelido por médiuns de
materialização, afirma, com
base nos resultados dessas
análises, que se trata de
substância albuminoide unida
a um corpo gorduroso e com
células análogas às que se
encontram no corpo humano.
Dentre os autores
desencarnados, podemos citar
as informações constantes do
cap. 28, págs. 271 e 272 do
livro Nos Domínios da
Mediunidade, de André
Luiz, obra psicografada pelo
médium Francisco Cândido
Xavier, na qual está dito
que o ectoplasma está
situado entre a matéria
densa e a matéria
perispirítica, assim como um
produto de emanações da alma
pelo filtro do corpo, e é
recurso peculiar não somente
ao homem, mas a todas as
formas vivas da Natureza.
Trata-se, segundo Aulus, de
um elemento amorfo, mas de
grande potência e
vitalidade, e pode ser
comparado a genuína massa
protoplásmica, sendo
extremamente sensível,
animado de princípios
criativos que funcionam como
condutores de eletricidade e
magnetismo, mas que se
subordinam, invariavelmente,
ao pensamento e à vontade do
médium que os exterioriza ou
dos Espíritos, desencarnados
ou não, que sintonizam com a
mente mediúnica.
O ectoplasma não é utilizado
apenas nas chamadas sessões
de materialização, mas
também nas curas e no
serviço do passe, como
afirma o professor J. Raul
Teixeira em resposta à
questão 72 do livro
Diretrizes de Segurança,
em que diz que certos
elementos constitutivos do
ectoplasma costumam ser, no
serviço do passe, liberados
pelos médiuns “em
quantidades as mais
diversas”.
Entendemos que está na
ministração do passe
magnético a utilização mais
frequente dos elementos
ectoplásmicos.
Em tais casos, é possível
afirmar, com base em autores
diversos, que sua aplicação
feita com critério e cuidado
não apresenta perigo nenhum
para o doador.
Em sua obra intitulada Conduta Espírita,
André Luiz recomenda-nos:
“Quando da aplicação de
passes, fugir à indagação
sobre resultados e jamais
temer a exaustão das forças
magnéticas. O bem ajuda sem
perguntar”. (Obra citada,
cap. 28.)
Na questão 80 do livro Diretrizes de
Segurança, J. Raul
Teixeira explica: “Quando
aplicamos passes, antes de
atirarmos as energias sobre
o paciente, nos movimentos
ritmados das mãos, ficamos
envolvidos por essas
energias, por essas
vibrações que nos chegam dos
Amigos Espirituais
envolvidos nessa atividade,
o que indica que, antes de
atendermos aos outros, somos
nós, a princípio,
beneficiados e auxiliados
para que possamos auxiliar,
por nossa vez.”
Ele se referia, com essas
palavras, ao chamado passe
magnético de caráter misto,
em que o médium aplicador
das energias atua
conjuntamente com um
Espírito, tal como nos é
explicado no cap. XIV, item
176, d´O Livro dos
Médiuns: “(...) a força
magnética reside, sem
dúvida, no homem, mas é
aumentada pela ação dos
Espíritos que ele chama em
seu auxilio. Se magnetizas
com o propósito de curar,
por exemplo, e invocas um
bom Espírito que se
interessa por ti e pelo teu
doente, ele aumenta a tua
força e a tua vontade,
dirige o teu fluido e lhe dá
as qualidades necessárias".
O passe, ensina Divaldo
Franco, produz um desgaste.
Mas não existe exaustão das
forças magnéticas, porque as
energias transmitidas ao
paciente são renovadas pela
ação dos Benfeitores
Espirituais.
Quanto aos cuidados
específicos que o médium
deve tomar, é bom lembrar a
questão do local e das
condições em que ele se dê.
Perguntaram a Divaldo
Franco: “Quando é admissível
fazerem-se passes fora do
Centro Espírita, isto é,
fazerem-se passes a
domicílio? Quais as
consequências dessa prática
para o médium?”
Divaldo respondeu: “Somente
se devem aplicar passes a
domicílio quando o paciente,
de maneira nenhuma, pode ir
aos locais reservados para o
mister, que são o hospital
espírita, a escola espírita
ou o próprio Centro
Espírita. As consequências
de um médium andar daqui
para ali aplicando passes
são muito graves, porque ele
não pode pretender estar
armado de defesas para se
acautelar das influências
que o aguardam em lugares
onde a palavra superior não
é ventilada, onde as regras
de moral não são
preservadas, e onde o bom
comportamento não é mantido.
Devemos, sim, atender a uma
solicitação, vez que outra.
Mas, se um paciente tem um
problema orgânico muito
grave, chama o médico e este
faz o exame local,
encaminhando-o ao hospital
para os exames
complementares, tais como as
radiografias, os
eletrocardiogramas,
eletroencefalogramas e
outros, o paciente vai, e
por quê? Porque acredita no
médico. Se, porém, não vai
ao Centro Espírita é porque
não acredita, por desprezo
ou preconceito. Crê mais na
falsa pudicícia do que na
necessidade legítima.”
(Diretrizes de Segurança,
questão 81.)
Quanto à correta maneira de aplicarmos o passe,
é sempre bom recordar o que
Allan Kardec escreveu em
setembro de 1865 na "Revista
Espírita" (Edicel, ano 1865,
pág. 254): "Se a mediunidade
curadora pura é privilégio
das almas de escol, a
possibilidade de suavizar
certos sofrimentos, mesmo
de curar, ainda que não
instantaneamente, umas
tantas moléstias, a todos é
dada, sem que haja
necessidade de ser
magnetizador. O conhecimento
dos processos magnéticos é
útil em casos complicados,
mas não indispensável.
Como a todos é dado apelar
aos bons Espíritos, orar e
querer o bem, muitas vezes
basta impor as mãos
sobre a dor para a acalmar;
é o que pode fazer qualquer
um, se trouxer a fé, o
fervor, a vontade e a
confiança em Deus. É de
notar que a maior parte dos
médiuns curadores
inconscientes, os que não se
dão conta de sua faculdade,
e que por vezes são
encontrados nas mais
humildes posições e em
gente privada de qualquer
instrução, recomendam a
prece e se entreajudam
orando. Apenas sua
ignorância lhes faz
crer na
influência desta ou
daquela fórmula".
Sobre o ectoplasma e sua
utilização, sugerimos ainda
à leitora que leia os textos
abaixo publicados nesta
revista:
Diferença entre ectoplasmia
e materialização de
Espíritos, de Davilson Silva
http://www.oconsolador.com.br/ano6/264/davilson_silva.html
O que há por trás das
assombrações, de Davilson
Silva
http://www.oconsolador.com.br/ano6/291/davilson_silva.html
Mediunidade de cura é
fenômeno físico, de Davilson
Silva
http://www.oconsolador.com.br/ano6/270/davilson_silva.html
Hipóteses sobre a ação
orgânica e psicológica do
ectoplasma, de Jáder Sampaio
http://www.oconsolador.com.br/ano2/88/especial.html
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