WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Salvador, BA (Brasil)
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Mortos, estamos
nós...
O dia de finados
chega e ficamos
a chorar os que
partiram.
Questionamos,
indagamos e
tentamos saber
as razões pelas
quais nossos
afetos vão
embora, muitas
vezes de forma
repentina.
A inconformação
ganha espaço em
nossos
raciocínios
porque em nossa
visão quem deve
ir primeiro são
os mais velhos.
Consideramos que
o pai deve
partir antes do
filho.
Irmão mais velho
antes do mais
novo.
Quem tem 99 deve
ir antes, muito
antes do que
aquele que tem
45. Entretanto,
embora queiramos
que seja assim,
sabemos que não
funciona assim.
É que são
insondáveis os
desígnios de
Deus, e
ignoramos as
necessidades
evolutivas dos
seres que estão
encarnados,
entonces...
Entonces, muita
gente se perde
em pensamentos,
questionamentos
e reflexões
deste quilate:
- Por que se
foram?
- Coitado, tão
jovem, tinha
tanta vida pela
frente!
- Tanta gente
malvada, e
justamente ele
vai embora! Que
injustiça!
Frases assim
demonstram o
desconhecimento
do público em
geral sobre as
leis que regem a
vida, sobre a
reencarnação.
Reencarnamos com
o bilhete de
passagem de
volta comprado,
só não está
datado,
porquanto em
muitos casos a
data do
desencarne
dependerá de
nossa postura
aqui na Terra.
Pessoas
negligentes com
a saúde tendem a
entrar no ônibus
de retorno mais
cedo.
Indivíduos que
levam uma vida
desregrada,
arriscada,
começam a tingir
com as cores da
imprudência o
seu retorno ao
plano dos
Espíritos.
Exatamente,
morrem antes do
tempo previsto!
O inverso também
é real.
Pessoas que se
cuidam, guardam
qualidade de
vida, obedecem a
regras, tendem a
viver mais tempo
no corpo.
Porém, em
verdade, ninguém
morre.
Aqui ou no Além
estamos vivos.
Aliás, aqui,
encarnados,
estamos mais
mortos do que
aqueles que
julgamos serem
os mortos da
história.
Em suma, mortos
estamos nós,
eles vivem.
Os que se foram
não estão
mortos, mas
vivos. Mortos,
estamos nós,
encarnados que,
limitados pelo
corpo físico,
não conseguimos
experimentar em
plenitude todas
as capacidades
do Espírito.
Eles, os que se
foram, estão
vivos, podendo
gozar a vida sem
tantas
necessidades
grosseiras que
nos são impostas
pela máquina
orgânica.
Um dia, porém,
nasceremos, ao
nos despojarmos
do corpo, e
enquanto um
cortejo chora a
nossa partida,
afirmando que
morremos, nós
constataremos
felizes a
certeza de que a
vida continua e
de que mortos
estão os que
ficaram, não os
que partiram.
Todavia, que
saiamos daqui no
tempo exato, no
prazo previsto
para nosso
desencarne, e
para isso é
preciso
aproveitar com
comedimento a
vida, ou melhor,
a experiência de
estar encarnado.
Podemos ser os
próximos
passageiros a
entrar no ônibus
que atravessa a
fronteira para o
Além... E que
nosso nascimento
seja tão feliz
quanto foi a
nossa morte por
aqui, enquanto
encarnados.
Porque eles
vivem. E nós?
Nós estamos
“mortos”...