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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 391 - 30 de Novembro de 2014

ARTHUR BERNARDES DE OLIVEIRA
tucabernardes@gmail.com
Guarani, MG (Brasil)

 
 

A mensagem de João


Daniel, interpretando o estranho sonho de Nabucodonosor, profetizara que o Deus do céu, no tempo certo, suscitaria um reino que jamais seria destruído; que, a partir daí, o poder sobre o povo de Israel não passaria de novo a outro povo; que Deus esmiuçaria e consumiria todos os outros reinos, mas o de Israel subsistiria para sempre.

Os judeus sempre tinham vivido sob o jugo de outros povos. Foram escravos dos persas, dos fenícios, dos babilônios, dos egípcios. Em sua história jamais haviam conhecido independência e soberania por mais de vinte anos seguidos. E sonhavam intensamente com a vinda de um salvador, um enviado, um Messias que lhes assegurasse esses bens para sempre.

Isaías, prosseguindo na trilha aberta por Daniel, prevenindo sua gente, deixa-lhes um sinal: antes do restaurador do reino, do Messias prometido, há de voltar Elias, o profeta maior, que, vindo do deserto, preparará os caminhos do Senhor.

Eis senão quando aparece João pregando no deserto.

João era filho de um sacerdote, Zacarias, e seu nascimento lhe fora anunciado por um Espírito quando Zacarias se preparava para, dentro do santuário, fazer a queima do incenso. Zacarias, lá dentro, e o povo todo cá fora, orando, aguardando que ele voltasse do santuário para os ofícios do dia. Sua mulher, Isabel, era estéril e avançada em idade, sem, pois, qualquer possibilidade de engravidar.               

Quando o Espírito lhe aparece, em pé, à direita do altar, Zacarias enche-se de medo. Afinal nunca houvera passado antes por um fenômeno daquela natureza.

Disse-lhe, então, o Espírito: “Zacarias, não temas. Tua oração foi ouvida e Isabel te dará um filho a quem chamarás João. Em teu lar haverá muita alegria. Muitos se regozijarão com o nascimento de teu filho. Ele será grande diante do Senhor. Não tomará vinho nem qualquer bebida forte e virá cheio do Espírito desde o ventre materno. Converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor Deus. Traz o espírito e poder de Elias, para converter os desobedientes e levá-los à prudência dos justos, habilitando-os para o Senhor”.

Zacarias duvidou do que acabara de ouvir. Como acreditar naquilo se já era velho e a mulher também avançada em idade? O Espírito insistiu: – Eu sou Gabriel, e cumpro a vontade de Deus. Fui indicado para trazer-te a notícia. Todavia, como não acreditaste nas minhas palavras que, a seu tempo, se cumprirão, ficarás mudo e nada poderás falar até o dia em que estas coisas se realizem.

Cumprido o tempo, sai João a pregar pelas tortuosas estradas da Palestina.

Corria o décimo quinto ano do reinado de Tibério, sendo Pôncio Pilatos o governador da Judeia.

Dizia João às pessoas que saíam para ouvi-lo e por ele serem batizadas: “Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, já, frutos dignos de arrependimento e não venhais dizer que tendes por pai a Abraão, porque eu vos afirmo que Deus, destas pedras, pode suscitar filhos a Abraão. Sabei que o machado está posto à raiz das árvores. E que toda árvore que não der fruto será cortada e lançada ao fogo”.

Assustada, a multidão perguntava: – Que devemos fazer, então?

João orientava: – Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem nenhuma. Não vale você estar aquecido quando o seu irmão está morrendo de frio. E quem tiver comida sobrando na despensa de sua casa dê parte dela a quem está passando fome.

Os publicanos, responsáveis pela cobrança de impostos, de cuja atividade construíam ilicitamente enorme prosperidade, preocupados, também perguntavam: – E nós, João, o que devemos fazer?

João respondia-lhes: – Não cobreis mais do que o que está estipulado na lei. Excesso de exação é crime, bem sabeis.

E aos soldados que também queriam orientar-se sobre como agir, era clara a mensagem de João:

– A ninguém maltrateis. Tratai todos, pobres e ricos, da mesma maneira, não dando nem aceitando denúncias falsas contra ninguém e, sobretudo, contentai-vos com o salário que a sociedade vos paga.

Mas a todos João fazia questão de lembrar: – Eu vos estou batizando com água; virá, porém, depois de mim, alguém muito maior que eu e de quem não sou digno nem de amarrar-lhe as sandálias. Esse vos batizará com o fogo do esclarecimento e da verdade.

Como se recorda, a mensagem de João dava ênfase ao arrependimento. Mas não ao arrependimento comum, simples, descompromissado. Era o arrependimento comprovado pelas obras; seguido de exemplos.  Arrependimento que vale. Arrependimento definitivo, que significa mudança de mentalidade, de atitude, de comportamento. Começo de vida nova; de um novo proceder, de hábitos e comportamentos novos.

Alguns companheiros filiados a outras escolas religiosas, com influência cristã, fizeram do arrependimento uma tábua de salvação. Para eles, basta arrepender-se para se salvar. Às vezes, no último momento. Na hora de morrer, se o cidadão se arrepender e crer no Cristo será salvo. É isto mesmo?  Será?

Dizem os Espíritos que não. O arrependimento é o primeiro e importante passo na direção nova. É o começo da jornada pela renovação. Arrepender-se é tomar conhecimento de que o que se está fazendo contraria as leis da vida gravadas na nossa consciência por ordenamento de Deus. É mudar o rumo das coisas. É romper com hábitos antigos, renovando atitudes. É produzir reforma profunda na nossa maneira de agir.

Arrependimento é o primeiro passo. Depois, reconstruir; resgatar compromissos, consertar o que se estragou. Resgatar...

Resgate ou expiação, o segundo passo. O arrependimento sozinho não acumula crédito. É apenas a abertura de conta. Resgate ou expiação não se faz sem sofrimento.  E muita gente pensa que o sofrimento leva a pessoa para o céu. Que a dor é o passaporte para o Paraíso. Ledo engano. A dor é pressuposto, porque só podemos pensar em subir quando estivermos curados. E a dor é forma de tratamento. É cirurgia na alma. Refazimento de tecidos que destruímos; limpeza das manchas que sujaram a nossa vestimenta espiritual. A dor educa porque nos mostra quão pequenos nós somos; desafia nosso orgulho, nosso personalismo, nossa mania de grandeza. Lembra-nos que somos iguais aos outros, quando não, piores, muitas vezes. 

O terceiro passo é a reparação. Reparação é o nosso reencontro com as pessoas que prejudicamos; com os companheiros a quem ferimos; com aqueles que esbulhamos, humilhamos e fizemos sofrer. Limpar do coração deles, com o afeto de agora, a mágoa que nossos erros fizeram nascer antes, com tanta revolta e sofrimento. Dar hoje o que lhe negamos outrora. Recuperando pessoas e reconstruindo amizades que destruímos tão estouvadamente. Enfim, reparar. Reparação é moeda acumulada no caminho da conquista final. Essa é a moeda que conta e que nos acompanha à eternidade.

É inevitável ocorrerem os três passos para a nossa ascese definitiva.  Arrependimento, resgate, reparação: três fases indispensáveis no processo de crescimento espiritual.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita