Desobsessão
André Luiz
(Parte
1)
Iniciamos nesta edição o
estudo sequencial do
livro Desobsessão,
obra de
autoria de André Luiz,
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
em 1964 e publicada pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Como, em seu
prefácio nesta obra,
Emmanuel define
desobsessão?
Desobsessão, diz
Emmanuel, não é caça a
fenômeno, mas trabalho
paciente do amor
conjugado ao
conhecimento e do
raciocínio associado à
fé. Seja no caso de mera
influenciação ou nas
ocorrências da possessão
profunda, a mente
medianímica permanece
jugulada por pensamentos
estranhos a ela mesma,
em processos de hipnose
de que apenas
gradativamente se
livrará. Daí ressalta o
imperativo da
assistência sistemática
aos desencarnados
prisioneiros da
insatisfação ou da
angústia, por intermédio
das equipes de
companheiros consagrados
aos serviços dessa
ordem, os quais, aliás,
demandam paciência e
compreensão análogas às
que caracterizam os
enfermeiros dedicados ao
socorro dos irmãos
segregados nos meandros
da psicose, portas
adentro dos
estabelecimentos de cura
mental.
(Desobsessão, Prefácio
de Emmanuel.)
B. Quem são e que
esperam de nós os
obsidiados e os
obsessores?
Segundo André Luiz,
obsidiados e obsessores
são irmãos nossos que
nos pedem arrimo,
companheiros que nos
integram a família
terrestre. Ora, o amparo
à família não é
ministério que devamos
relegar para a esfera
dos anjos e sim
obrigação intransferível
que nos compete abraçar
por serviço nosso.
Vemo-los instalados em
todas as classes, desde
aquelas em que se situam
as pessoas providas de
elevados recursos da
inteligência àquelas
outras onde respiram
companheiros carecentes
das primeiras noções do
alfabeto, desbordando,
muita vez, na tragédia
passional que ocupa a
atenção da imprensa ou
na insânia conduzida ao
hospício. Socorrê-los é,
pois, simplesmente, um
mero dever.
(Desobsessão, Introdução
de André Luiz.)
C. Que atitude os
integrantes da equipe
mediúnica devem observar
no dia da reunião
prática?
No dia marcado para as
tarefas de desobsessão,
os integrantes da equipe
precisam, a rigor,
cultivar atitude mental
digna, desde cedo. Ao
despertar pela manhã, o
dirigente, os assessores
da orientação, os
médiuns incorporadores,
os companheiros da
sustentação ou mesmo
aqueles que serão
visitas ocasionais no
grupo, devem elevar o
nível do pensamento,
seja orando ou acolhendo
ideias de natureza
superior. Trata-se de
preparação adequada a
assunto grave: a
assistência a
desencarnados menos
felizes, com a
supervisão de
instrutores da Vida
Espiritual.
(Desobsessão, cap. 1.)
Texto para leitura
1. Lemos no cap. 30,
versículo 8, das
anotações de Lucas: “E
perguntou-lhe Jesus,
dizendo: Qual é o teu
nome? E ele disse:
Legião, porque tinham
entrado nele muitos
demônios”. Atendendo ao
trabalho da desobsessão
nos arredores de Gadara,
vemos Jesus a conversar
fraternalmente com o
obsesso que lhe era
apresentado, ao mesmo
tempo que se fazia
ouvido pelos
desencarnados infelizes.
Ante a interrogação do
Mestre, a perguntar-lhe
o nome, o médium,
consciente da pressão
que sofria por parte das
Inteligências
conturbadas e errantes,
informa chamar-se
“Legião”, e o
evangelista acrescenta
que o obsidiado assim
procedia “porque tinham
entrado nele muitos
demônios”.
(Desobsessão, prefácio
de Emmanuel.)
2. Sabemos hoje com
Allan Kardec, conforme
palavras textuais do
codificador da Doutrina
Espírita, que “esses
demônios mais não são do
que as almas dos homens
perversos, que ainda se
não despojaram dos
instintos materiais”.
(Prefácio de Emmanuel.)
3. No episódio relatado,
Cristo se entende, ao
mesmo tempo, com o
médium e com as
entidades comunicantes,
na benemérita empresa do
esclarecimento coletivo,
ensinando-nos que a
desobsessão não é caça a
fenômeno, mas trabalho
paciente do amor
conjugado ao
conhecimento e do
raciocínio associado à
fé.
(Prefácio de Emmanuel.)
4. Seja no caso de mera
influenciação ou nas
ocorrências da possessão
profunda, a mente
medianímica permanece
jugulada por pensamentos
estranhos a ela mesma,
em processos de hipnose
de que apenas
gradativamente se
livrará. Daí ressalta o
imperativo de se
vulgarizar a assistência
sistemática aos
desencarnados
prisioneiros da
insatisfação ou da
angústia, por intermédio
das equipes de
companheiros consagrados
aos serviços dessa
ordem, os quais, aliás,
demandam paciência e
compreensão análogas às
que caracterizam os
enfermeiros dedicados ao
socorro dos irmãos
segregados nos meandros
da psicose, portas
adentro dos
estabelecimentos de cura
mental.
(Prefácio de Emmanuel.)
5. Sentindo de perto
semelhante necessidade,
André Luiz organizou
este livro, diferente de
quantos lhe constituem a
coleção de estudioso dos
temas da alma, no
intuito de arregimentar
novos grupos de
seareiros do bem que se
proponham reajustar os
que se veem arredados da
realidade fora do campo
físico. Nada mais
oportuno e mais justo,
uma vez que, se a
ignorância reclama o
devotamento de
professores na escola e
a psicopatologia espera
pela abnegação dos
médicos que usam a
palavra equilibrante nos
gabinetes de análise
psicológica, a alienação
mental dos Espíritos
desencarnados exige o
concurso fraterno de
corações amigos, com
bastante entendimento e
bastante amor para
auxiliar nos templos
espíritas, atualmente
dedicados à recuperação
do Cristianismo, em sua
feição clara e simples.
(Prefácio de Emmanuel.)
6. Salientando, pois,
neste volume, precioso
esforço de síntese no
alívio aos obsessos,
através dos
colaboradores de todas
as condições, rogamos ao
Senhor nos sustente a
todos — tarefeiros
encarnados e
desencarnados — na obra
a realizar, porquanto
obsidiados e obsessores,
consciente ou
inconscientemente
arrojados à
desorientação, no mundo
ou além do mundo, são
irmãos que nos pedem
arrimo, companheiros que
nos integram a família
terrestre. E o amparo à
família não é ministério
que devamos relegar para
a esfera dos anjos e sim
obrigação intransferível
que nos compete abraçar
por serviço nosso.
(Prefácio de Emmanuel.)
7. Terapêuticas diversas
merecem estudos para a
supressão dos males que
flagelam a Humanidade.
Antibióticos atacam
processos de infecção,
institutos
especializados examinam
a patologia do câncer, a
cirurgia atinge o
coração para sanar o
defeito cardíaco e a
vacina constitui defesa
para milhões. Ao lado,
porém, das enfermidades
que supliciam o corpo,
encontramos, aqui e
além, as calamidades da
obsessão que
desequilibram a mente.
(Introdução de André
Luiz.)
8. Para lá das teias
fisiológicas que
entretecem o carro
orgânico de que se vale
o Espírito para o
estágio educativo no
mundo, é possível
identificar os quadros
obscuros de semelhantes
desastres, nos quais as
forças magnéticas
desajustadas pelo
pensamento em desgoverno
assimilam forças
magnéticas do mesmo
teor, estabelecendo a
alienação mental, que
vai do tique à loucura,
escalando por fobias e
moléstias fantasmas.
Vemo-los instalados em
todas as classes, desde
aquelas em que se situam
as pessoas providas de
elevados recursos da
inteligência àquelas
outras onde respiram
companheiros carecentes
das primeiras noções do
alfabeto, desbordando,
muita vez, na tragédia
passional que ocupa a
atenção da imprensa ou
na insânia conduzida ao
hospício. Isso tudo, sem
relacionarmos os
problemas da depressão,
os desvarios sexuais, as
síndromes de angústias e
as desarmonias
domésticas.
(Introdução de André
Luiz.)
9. Espíritos
desencarnados e
encarnados de condição
enfermiça sintonizam-se
uns com os outros,
criando prejuízos e
perturbações naqueles
que lhes sofrem a
influência
vampirizadora, lembrando
vegetais nobres que
parasitos arrasam,
depois de solapar-lhes
todas as resistências.
(Introdução de André
Luiz.)
10. Refletindo nisso e
diligenciando cooperar
na medicação a esses
males de sintomatologia
imprecisa, imaginamos a
organização deste livro,
dedicado a todos os
companheiros que se
interessam pelo socorro
aos obsidiados — livro
que se caracteriza por
absoluta simplicidade na
exposição dos assuntos
indispensáveis à
constituição e
sustentação dos grupos
espíritas devotados à
obra libertadora e
curativa da desobsessão.
Livro que possa servir
aos recintos consagrados
a esse mister, estejam
eles nos derradeiros
recantos das zonas
rurais ou nos edifícios
das grandes cidades.
Cartilha de trabalho em
que as imagens auxiliem
o entendimento da
explicação escrita, a
fim de que os obreiros
da Doutrina Espírita
atendam à desobsessão,
consoante os princípios
concatenados por Allan
Kardec.
(Introdução de André
Luiz.)
11. Nenhuma instituição
de Espiritismo pode, a
rigor, desinteressar-se
desse trabalho
imprescindível à
higiene, harmonia,
amparo ou restauração da
mente humana, traçando
esclarecimento justo,
seja aos desencarnados
sofredores, seja aos
encarnados desprovidos
de educação íntima que
lhes sofram a atuação
deprimente, conquanto,
às vezes, involuntária.
(Introdução de André
Luiz.)
12. Cada templo espírita
deve e precisa possuir a
sua equipe de servidores
da desobsessão, quando
não seja destinada a
socorrer as vítimas da
desorientação espiritual
que lhe rondam as
portas, para defesa e
conservação de si mesma.
(Introdução de André
Luiz.)
13. Com esse objetivo é
que foram escritas estas
páginas despretensiosas,
destinadas aos que
sintam suficiente amor
pelos que jazem
transviados nas trevas
das ilusões e paixões em
que se consomem,
circunscritos aos marcos
estreitos da ignorância,
na Terra e além da
Terra, nos tormentos e
desvarios do “eu”. E
entregando-as aos amigos
que nos possam acolher o
desejo de acertar e
avaliar conosco a
extensão e a gravidade
do problema, recordemos,
reconhecidamente, que o
Espiritismo é o
Cristianismo Restaurado
e que o pioneiro número
um da desobsessão,
esclarecendo Espíritos
infelizes e curando
obsidiados de todas as
condições, foi
exatamente Jesus.
(Introdução de André
Luiz.)
14. No dia marcado para
as tarefas de
desobsessão, os
integrantes da equipe
precisam, a rigor,
cultivar atitude mental
digna, desde cedo. Ao
despertar pela manhã, o
dirigente, os assessores
da orientação, os
médiuns incorporadores,
os companheiros da
sustentação ou mesmo
aqueles que serão
visitas ocasionais no
grupo, devem elevar o
nível do pensamento,
seja orando ou acolhendo
ideias de natureza
superior.
(Desobsessão, cap. 1.)
15. É importante nesse
dia cultivar intenções e
palavras puras, atitudes
e ações limpas, e evitar
deliberadamente rusgas e
discussões, sustentando
paciência e serenidade,
acima de quaisquer
transtornos que
sobrevenham durante o
dia. Trata-se de
preparação adequada a
assunto grave: a
assistência a
desencarnados menos
felizes, com a
supervisão de
instrutores da Vida
Espiritual.
(Desobsessão, cap. 1.)
16. Imaginem-se os
companheiros no lugar
dos Espíritos
necessitados de socorro
e compreenderão a
responsabilidade que
assumem. Cada componente
do conjunto é peça
importante no mecanismo
do serviço. Todo o grupo
é instrumentação.
(Desobsessão, cap. 1.)
(Continua na próxima
semana.)