Fatos
Espíritas
William
Crookes
(Parte
22 e
final)
Concluímos
nesta
edição o
estudo
metódico
e
sequencial
do
clássico
Fatos
Espíritas,
de
William
Crookes,
obra
publicada
em 1874,
cujo
título
no
original
inglês é
Researches
in the
phenomena
of the
spiritualism.(1)
Questões
preliminares
A. Por
que o
médium
Daniel
D. Home,
mesmo
retido a
um leito
por
estar
enfermo,
foi a
Hartford?
Ele o
fez
porque
um
Espírito
lhe
pediu
que
fosse,
afirmando-lhe
que se
tratava
de um
negócio
importante
para o
progresso
da
causa.
Embora o
Espírito
não
houvesse
explicado
exatamente
a
natureza
do
negócio
e o
objetivo
da
viagem,
Home
viajou a
Hartford.
(Fatos
Espíritas
– Uma
manifestação
interessante.)
B.
Recebido
pelo Sr.
Ward
Cheney,
que fato
ocorreu
assim
que Home
entrou
na sua
residência?
Logo que
entrou
no
vestíbulo,
sua
atenção
foi
atraída
por um
ruído
semelhante
ao
farfalhar
de um
pesado
vestido
de seda.
Ele
olhou
para os
lados e
não viu
ninguém.
Pouco
depois,
viu no
vestíbulo
uma
velha,
com
pesado
vestido
de seda
escura,
a qual
parecia
muito
preocupada.
Aí
estava a
explicação
do
mistério:
ele
tinha
ouvido,
sem ver,
aquela
pessoa
que ia e
vinha
pela
casa.
Tratava-se
de uma
aparição
e tão
perfeita
que Home
não
duvidava
que
fosse
uma
criatura
em carne
e osso.
(Obra
citada –
Uma
manifestação
interessante.)
C. O
Espírito
que lhe
apareceu
relatou-lhe
um fato.
Esse
fato,
que
todos
ignoravam
naquela
casa,
acabou
sendo
confirmado?
Sim. O
Espírito
dizia
que
tinham
colocado
um
caixão
sobre o
seu
próprio
caixão,
fato que
o Sr.
Cheney
ignorava
e, por
isso,
negava.
Eles
foram
então
até o
jazigo
da
família.
Logo que
chegaram
ao
cemitério,
foram
procurar
o
coveiro,
que
guardava
a chave
do
jazigo.
Na
ocasião
em que
ele ia
abrir a
porta, o
rapaz,
que se
mostrava
um tanto
embaraçado,
disse ao
Sr.
Cheney:
“Devo
participar
a V. Sa.
que,
como
restava
justamente
um
pequeno
espaço
em cima
do
caixão
da Sra.
X,
coloquei
ali o
caixãozinho
do filho
de L...
Penso
que isso
não tem
importância,
mas
talvez
fora
melhor
que eu
vos
tivesse
prevenido
disso.
Ele está
lá desde
ontem
apenas”.
Era,
portanto,
verdade
o que o
Espírito
insistentemente
havia
dito a
Daniel
Home.
(Obra
citada –
Uma
manifestação
interessante.)
Texto
para
leitura
360.
Uma
manifestação
interessante
– O
extraordinário
médium
Daniel
D. Home
narra o
seguinte
caso, na
sua obra
Life
and
Mission:
“Quando
eu
residia
em
Springfield,
tive uma
grave
moléstia
que me
reteve
ao leito
durante
algum
tempo.
Um dia,
na
ocasião
em que o
médico
se
retirava,
um
Espírito
me deu
esta
comunicação:
‘Tomai o
trem da
tarde
para
Hartford,
pois se
trata de
um
negócio
importante
para o
progresso
da
causa;
não
repliqueis,
fazei
simplesmente
o que
vos
dizemos’.
Dei
conhecimento
à minha
família
dessa
extraordinária
ordem e,
apesar
do meu
estado
de
fraqueza,
tomei o
trem,
ignorando
completamente
o que eu
ia fazer
e o
objetivo
de tal
viagem.
Ao
chegar a
Hartford,
veio ao
meu
encontro
um
estrangeiro,
que me
disse:
‘Só tive
ocasião
de vos
ver uma
única
vez, mas
creio
que falo
com o
Sr. Home’.
Respondi-lhe
afirmativamente,
acrescentando
que eu
chegava
a
Hartford
sem
nenhuma
ideia do
que se
queria
da minha
pessoa.
‘É
engraçado!
–
replicou
o meu
interlocutor
–, eu
vinha
exatamente
tomar o
trem
para vos
ir
procurar
em
Springfield’.
Explicou-me
ele,
então,
que uma
família
influente,
bem
conhecida,
me pedia
para eu
fazer-lhe
uma
visita e
prestar
o meu
concurso
às
investigações
que ela
desejava
fazer
sobre o
Espiritismo.
O fim da
viagem
começava,
pois, a
desenhar-se,
mas o
mistério
permanecia
ainda
velado.”
361. Na
sequência,
relata o
médium
Home:
“Agradável
trajeto
em
carruagem
conduziu-nos
logo ao
nosso
destino.
O dono
da casa,
o Sr.
Ward
Cheney,
que veio
receber-me
à porta,
saudou-me,
dizendo
que não
esperava
que eu
chegasse
senão no
dia
seguinte
pela
manhã.
Logo que
entrei
no
vestíbulo,
a minha
atenção
foi
atraída
por um
ruído
semelhante
ao
farfalhar
de um
pesado
vestido
de seda.
Olhei ao
redor de
mim e
fiquei
surpreendido
de não
ver
ninguém;
passamos,
então, a
uma das
salas e
não me
preocupei
mais com
esses
incidente.
Pouco
depois,
vi no
vestíbulo
uma
velha
baixa,
com
pesado
vestido
de seda
escura,
a qual
parecia
muito
preocupada.
Aí
estava a
explicação
desses
mistérios;
eu tinha
ouvido,
sem ver,
essa
pessoa
que ia e
vinha
pela
casa.
Repetindo-se
o
farfalhar
do
vestido,
o Sr.
Cheney,
que o
tinha
ouvido
ao mesmo
tempo em
que eu,
perguntou-me
de onde
vinha
esse
ruído.
‘Ora
esta! –
respondi
–, é do
vestido
de seda
escura
dessa
velha
que vejo
no
vestíbulo’.
Quem
seria
essa
pessoa?
A
aparição
era,
efetivamente,
tão
perfeita
que eu
não
duvidava
que
fosse
uma
criatura
em carne
e osso.
Como o
resto da
família
chegasse
naquele
instante,
as
apresentações
impediram
o Sr.
Cheney
de me
responder
e,
naquele
momento,
eu não
tive
mais
ocasião
de obter
informações.”
362.
Prossegue
o
curioso
relato
de Home:
“Tendo
sido
servido
o
jantar,
fiquei
admirado
de não
ver à
mesa a
senhora
do
vestido
de seda;
esses
fatos
despertaram
a minha
curiosidade
e essa
senhora
tornou-se
logo
para mim
um
objeto
de
preocupação.
Quando
todos
deixaram
a sala
de
jantar,
ouvi de
novo o
farfalhar
do
vestido
de seda
e,
também,
uma voz
disse:
‘Eu
estou
aborrecida
porque
colocaram
um
caixão
sobre o
meu; não
quero
que ele
fique
ali’.
Tendo eu
dado
parte
dessa
comunicação
ao dono
da casa
e à sua
mulher,
eles se
olharam
com
admiração
e, em
seguida,
o Sr.
Cheney,
rompendo
o
silêncio,
me disse
que
reconhecia
perfeitamente
esse
vestido,
a sua
cor e
mesmo
seu
gênero
de seda
espessa,
mas que
o fato
do
caixão
colocado
sobre o
dela era
um
absurdo.
Essa
resposta
me
tornou
perplexo;
eu não
sabia
mais o
que
dizer.
Uma hora
depois,
ouvi de
repente
a mesma
voz
pronunciar
exatamente
idênticas
palavras,
porém
acrescentando
o
seguinte:
‘Além
disso,
Seth não
tinha o
direito
de
cortar
essa
árvore’.
Tendo
narrado
ao dono
da casa
essa
nova
comunicação,
ele
ficou
muito
inquieto.
‘Há, em
tudo
isso,
disse-me
ele,
alguma
coisa
bem
extraordinária.
Meu
irmão
Seth
cortou
uma
árvore
que
embaraçava
a vista,
e
dissemos-lhe
que, se
a pessoa
que ora
pretende
falar-vos
fosse
viva,
não
consentiria
no corte
dessa
árvore.
Quanto
ao resto
da
comunicação,
afirmo
que não
tem nada
de
racional’.
A mesma
comunicação
me foi
dada à
noite
pela
terceira
vez, e
me expus
de novo
a um
desmentido
formal.
Eu
estava
sob o
golpe de
uma
impressão
muito
penosa,
quando
me
recolhi
ao
quarto,
pois
nunca
tinha
recebido
comunicação
mentirosa,
e mesmo
admitindo
o bom
senso do
seu
agravo,
semelhante
insistência,
da parte
de um
Espírito
desencarnado
de não
querer
que um
outro
caixão
fosse
colocado
sobre o
seu, me
parecia
absolutamente
ridícula.”
363. O
médium
estava
realmente
decepcionado,
mas uma
surpresa
lhe
estava
reservada
para o
dia
seguinte.
Diz Home:
“Pela
manhã,
manifestei
ao dono
da casa
o meu
profundo
desapontamento,
respondendo-me
que
também
estava
muito
sentido,
mas ia
provar-me
que esse
Espírito
– se
realmente
era
aquele
que
dizia
ser –
estava
perfeitamente
enganado.
‘Vamos
até ao
jazigo
de minha
família
–
acrescentou
–, e
vereis
que,
embora
tivéssemos
querido,
não fora
possível
colocar
um outro
caixão
em cima
do
dela’.
Logo que
chegamos
ao
cemitério,
fomos
procurar
o
coveiro,
que
guardava
a chave
do
jazigo.
Na
ocasião
em que
ele ia
abrir a
porta,
pareceu
refletir
e disse
com um
ar um
tanto
embaraçado,
voltando-se
para o
Sr.
Cheney:
‘Devo
participar
a V. Sa.
que,
como
restava
justamente
um
pequeno
espaço
em cima
do
caixão
da Sra.
X,
coloquei
ali o
caixãozinho
do filho
de L...
Penso
que isso
não tem
importância,
mas
talvez
fora
melhor
que eu
vos
tivesse
prevenido
disso.
Ele está
lá desde
ontem
apenas’.
Nunca me
hei de
esquecer
do olhar
que me
lançou o
Sr.
Cheney,
quando
me
disse,
voltando-se
para
mim: Meu
Deus, é
pois uma
verdade!”
364.
Concluindo
seu
relato,
Home
informou:
“À
noite, o
Espírito
manifestou-se
de novo
e
disse-nos:
‘Não
acrediteis
que eu
ligue a
menor
importância
ao
caixão
colocado
sobre o
meu;
pode ser
colocada
até uma
pilha de
caixões,
com isso
não me
incomodo.
O meu
único
fim era
dar, de
uma vez
para
sempre,
prova da
minha
identidade,
de vos
levar à
convicção
absoluta
de que
sou
sempre
um ser
vivo e
racional,
a mesma
E... que
sempre
fui.”
Fim
(1)
A obra
que
acabamos
de
estudar
não é,
propriamente
falando,
uma
tradução
de "Researches
in the
Phenomena
of
Spiritualism",
pois
contém
textos
colhidos
em
outras
fontes,
embora
igualmente
de
autoria
de
William
Crookes.
O livro
em exame
apresenta
também
comentários
de
diferentes
pesquisadores
e
obedece
a um
plano
original
feito
por seu
tradutor,
Oscar
D´Argonnel,
que é,
pois,
além de
tradutor,
o
organizador
da obra.