WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 401 - 15 de Fevereiro de 2015

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 
 
 

Lições de mais uma crise

 

Num gesto de sincera e rara franqueza, as autoridades brasileiras admitiram publicamente a precária condição hídrica do país e a iminência da aplicação de racionamentos de água e fornecimento de energia elétrica, especialmente na região sudeste. Os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo estão completamente vulneráveis e já se considera – pelo menos em São Paulo – como certa a adoção de medidas extremas (cogita-se a adoção de um regime 5/2 no qual a população ficaria sem fornecimento de água durante cinco longos dias e abastecida do precioso líquido apenas por dois).

Seja como for, o certo é que os cidadãos serão submetidos a penosas experiências, algumas perfeitamente evitáveis tivesse havido maior responsabilidade e senso de prevenção por parte dos gestores públicos. Se em países como os Estados Unidos, Israel e Qatar – só para citar alguns exemplos – várias soluções viáveis e pragmáticas foram encontradas, então por que não aconteceu o mesmo aqui no Brasil? Porque vivemos sob circunstâncias peculiares nas quais o enfrentamento concreto dos problemas e a divulgação da verdade não fazem parte do repertório comportamental dos nossos políticos até o ponto que não se pode mais omitir os fatos.

Ademais, somos uma nação – que me desculpem os ufanistas – completamente despreparada para lidar com as suas crises. Para ilustrar o raciocínio lembremos:

·                    a vergonhosa situação carcerária ainda vigente no país; a violência desmedida e insuportável cometida pelos menores de idade com absoluta complacência da lei;

·                    os desatinos de gestão perpetrados por certos prefeitos e governadores;

·                    as centenas de obras públicas abandonadas em processo de construção em flagrante prejuízo dos cidadãos;

·                    e a cultura de desperdício existente só para ficar em alguns exemplos cotidianos.

Em síntese, parece que ainda não adquirimos a capacidade da previdência e do bom senso, mesmo quando os sinais das crises se fazem claramente perceber. O quadro que se configura, salvo uma pouco provável reviravolta da nossa tão espezinhada natureza, é de prevalência da penúria e sofrimentos coletivos adicionais. Mas como tudo na vida encerra algum quinhão de ensinamento, então – olhando pelo lado otimista – o mesmo deverá aí acontecer.

Posto isto, uma nação não pode e não deve confiar em apenas uma fonte de energia. Um plano estratégico minimamente bem feito tem de contemplar situações anômalas e contingenciais. Desse modo, vamos ter de buscar desenvolver outras fontes, diminuir nossa dependência de energia hidroelétrica, de contar menos com a, até então, dadivosa natureza para conosco e explorar alternativas urgentemente (talvez até mesmo a energia nuclear). Tais soluções deveriam ter sido postas em prática há muito tempo, mas porque foram negligenciadas pagaremos uma conta de luz desconcertantemente alta com impactos danosos nos orçamentos domésticos e na economia em geral.

O drama da água, por sua vez, advém não apenas de escassez das abençoadas chuvas, mas de descuidos sucessivos quanto ao seu uso racional, eliminação de desperdícios, intensificação do seu reaproveitamento e talvez até mesmo pela falta da utilização da água do mar por meio de processos de dessalinização, embora custosos.

No geral, provavelmente haveremos de enfrentar dias – quiçá anos – muito difíceis pela frente em razão da grave crise hídrica. Relembrando os ensinamentos do Espírito Emmanuel, ele observou que “Todos os seres e coisas se preparam, considerando as crises que virão. É a crise que decide o futuro”. Nesse sentido, não há como negar que uma boa parte dos brasileiros deverá passar por momentos extremamente difíceis e complicados, salvo algum outro acontecimento extraordinário ou profundamente aliviador. 

Mas temos também a oportunidade de aprender a “ciência do bom senso e da economia” no uso e trato dos recursos vitais. Afinal de contas, as nossas autoridades já têm importantes lições de previdência, necessidade de proatividade, criatividade, planejamento e visão aí embutidas. O povo, a seu turno, tem elementos estimuladores para diminuir hábitos perdulários e irresponsáveis. É notório que, em se confirmando as previsões iniciais, haveremos de ter de lidar com considerável paciência os enormes inconvenientes daí derivados. Mas como afirma Emmanuel, “O cristão conhecerá testemunhos sucessivos”.

No entanto, como ele adverte igualmente, “Quando, pois, te encontrares em luta imensa, recorda que o Senhor te conduziu a semelhante posição de sacrifício, considerando a probabilidade de tua exaltação, e não te esqueças de que toda crise é fonte sublime de espírito renovador para os que sabem ter esperança”. Estamos vivendo nesse mundo, e particularmente nesse país tão mal gerido, em razão de sérios compromissos cármicos estabelecidos com a espiritualidade maior que nos têm exigido e exigirão paciência e confiança diante das sucessivas crises que fazem parte da era moderna.



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita