Matar: até quando?
“O amor instaura a paz e
irradia a confiança,
promove a não violência
e estabelece a
fraternidade que une e
solidariza os homens uns
com os outros, anulando
as distâncias e as
suspeitas.” – Joanna de
Ângelis
Infelizmente,
transcorridos tantos
milênios, estamos tão
distantes dessa atitude.
E para demonstrar essa
realidade, damos notícia
da reportagem trazida
pela revista VEJA,
edição 2401 de 26 de
novembro de 2014, página
40: “Filactérios, a
palavra de origem grega
para tefilins,
são tiras de couro que
judeus religiosos usam
enroladas nos braços e
na cabeça para segurar
caixinhas que contêm
trechos do Antigo
Testamento em que o
exigente Deus de Israel
demanda obediência. Ver
os filactérios
ensanguentados de um dos
quatro rabinos
assassinados numa
sinagoga de Jerusalém
foi uma das mais
chocantes imagens do
atentado da semana
passada, pelo simbolismo
que carrega. Os
religiosos
ultraortodoxos foram
atacados a facadas,
machadadas e tiros por
dois primos
palestinos...”
Até quando o ódio será
substituído pelo amor no
relacionamento com os
semelhantes? Até quando
o ser humano acreditará
que matar é a melhor
solução?
Quando o povo judeu
chegou à Terra prometida
cerca de mil anos antes
dos romanos, executou
todo ser vivo que
encontrou, inclusive os
animais. Nada escapou.
Homens, mulheres,
crianças, cada boi,
cabra ovelha, tudo. Essa
ordem consta em
Deuteronômio, 20:17-18:
“Quanto às cidades
dessas pessoas que o
Senhor vosso Deus vos
está dando como herança,
vós não deveis deixar
nada que respire
permaneça vivo. Vós
aniquilareis todos eles
– os hititas e os
amorritas, os cananeus e
os perizeus, os hivitas
e os jebuseus; assim
como o Senhor vosso Deus
ordenou”.
Portanto, já naquela
época distante, matar
era a melhor solução
segundo acreditavam.
Se recordarmos o que
ordenou Moisés quando
encontrou o povo
adorando um bezerro de
ouro assim que desceu do
Monte Sinai onde fora
receber as tábuas dos
dez mandamentos, a ordem
foi também a de matar.
Quase três mil pessoas
foram passadas a fio de
espada! E isso quando um
dos mandamentos dizia
claramente: não matarás!
Durante os primeiros
séculos de cristianismo,
a solução foi a mesma:
capturar e matar todos
os cristãos.
Nas lamentáveis Cruzadas
cujo pretexto era tomar
os lugares denominados
de Santos na posse dos
considerados infiéis,
matou-se à vontade.
Nas fogueiras da
Inquisição, a mesma
orientação era mantida:
matar o semelhante que
era torturado das mais
diversas e cruéis
maneiras e enviados para
as fogueiras de então.
Ordem dada pelos
representantes do Cristo
que ensinou a amar o
semelhante como amamos a
Deus. Mas, como não
amamos o Criador como se
deveria, mata-se. É mais
fácil segundo o
julgamento dos que assim
procederam e continuam a
agir.
Nos tempos atuais, o
mesmo ritual de ódio
prossegue. Matar é tão
fácil como desembrulhar
um presente. O difícil,
senão o impossível para
determinadas pessoas, é
amar. E quando surge
alguém com a capacidade
de vivenciar esse amor
incondicional pelo
semelhante, corre sério
risco de vida. Não foi
assim com Mahatma
Gandhi? Com Martin
Luther King?
Não mataram Jesus? Pois
então! O que custa matar
um outro qualquer?
Isso sem entrarmos no
mérito daqueles que
assassinam as esperanças
alheias à semelhança dos
antigos sicários que
passavam a lâmina oculta
no pescoço de suas
vítimas, e voltavam para
a multidão gritando por
socorro para aquele em
quem acabara de desferir
o golpe mortal.
Ensina Joanna de Ângelis
que o amor é a grande
lei da vida. É o amor
que estabelece o
critério de justiça com
igualdade para todos,
respondendo em reação
conforme praticada a
ação.
Eis a questão! Quando
começam a surgir nas
diversas partes do mundo
a reação que corresponde
à ação de cada pessoa
como um mecanismo
infalível da Justiça que
não pode ser corrompida,
busca-se,
desesperadamente, o
culpado fora da própria
pessoa que praticou o
delito, como se ela
sempre tivesse sido um
exemplo angelical de
criatura.
Dia virá em que a
ciência dos homens
comprovará a existência
do modelo organizador
biológico sobre o qual
tanto nos falou o doutor
Hernani Guimarães
Andrade. Nesse dia que
pode estar próximo ou
muito distante conforme
o referencial utilizado,
o homem terá a prova de
que toda a sua ação, no
Universo construído com
o Amor incondicional,
não fica perdida. Tudo é
rigorosamente registrado
para que se possa dar a
cada um segundo as suas
obras.
Até que isso venha a
ocorrer, quantos crimes
mais serão cometidos?
Quantas vidas mais serão
ceifadas sem trazer
solução alguma ao
assassino que apenas se
encontrará mais e mais
endividado consigo
mesmo?
Solução? Muito simples.
Simples?! Não sei. Cabe
a você decidir. A
receita é de Joanna de
Ângelis. Ei-la:
“Amorterapia – eis a
proposta de Jesus. A
ignorância deve ser
combatida e o ignorante
educado. O crime
necessita ser eliminado,
mas o criminoso merece
ser reeducado. O amor
não acusa, corrige; não
atemoriza, ajuda; não
pune, educa; não execra,
edifica; não destrói,
salva”.
A receita correta e de
ótimos resultados é
essa. A outra, a de
matar, sempre será
ineficaz para solução de
qualquer problema que
venhamos a enfrentar.
Pelo contrário, além de
não ser a solução, é,
com a mais absoluta
certeza, fator de
complicação para quem
dela lançar mão.
Não matarás! – tal é a
Lei.