WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 9 - N° 410 - 19 de Abril de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Trilhas da Libertação

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 17)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995.

Questões preliminares

A. Podemos afirmar que é da Lei que ninguém foge de si mesmo?

Sim. Ninguém certamente foge de si mesmo, nem consegue impedir a marcha do progresso, que é inexorável. No processo obsessivo, a vítima de hoje é o apoio do perseguidor amanhã, quando se permite que brilhe no íntimo o amor. Se, porém, permanece a animosidade, a vítima transferida para a posição de algoz mais se infelicita, porque jamais alcançará o seu objetivo, que é a destruição do adversário. “As vidas – diz  Dr. Carneiro de Campos – encontram-se tão mescladas, umas nas outras, que sempre voltam aos mesmos sítios e pessoas até que se superem através do amor, que arrebenta as algemas e une os corações. Por isso, quem perdoa se eleva e se fortalece, enquanto aquele que permanece no ódio rebaixa-se e desidentifica-se, por largo período, da Realidade Superior.” (Trilhas da Libertação. Guillaume e Gérard, pp. 138 a 140.)

B. Qual era a causa do ódio que o obsessor de Davi nutria pelo médium?

A causa do ódio situava-se no século 19, como decorrência de fatos que se seguiram à derrota da França em guerra contra os germanos. Salvo da morte pelo colega de farda de nome Guillaume, Gérard convalesceu na casa do seu salvador, onde foi atendido por jovem mulher, que o cercou de carinho. Era ela a esposa de Guillaume, o herói. Estabeleceu-se naquele lar uma afinidade muito grande entre o enfermo e sua benfeitora; o adultério que se seguiu foi mera consequência. Depois, descoberto o envolvimento dos amantes, surgiram na tela cenas de Guillaume enfurecido e sua morte. É que, reagindo à fúria do amigo, Gérard o matara. O Espírito que desejava vingar-se era Guillaume. Davi era o mesmo Gérard que o traíra e depois matara. (Obra citada. Guillaume e Gérard, pp. 140 e 141.)

C. Que lições podemos extrair do caso Guillaume-Gérard?

Segundo Manoel P. de Miranda, esse drama era mais um dentre os casos derivados do sexo em desalinho, o qual, sob o comando do egoísmo, responde por grande número de aflições que atormentam a criatura humana. Remanescente dos impulsos primitivos da reprodução animal, escravizado às paixões do orgulho pessoal, constitui ele uma herança pesada no processo de evolução do ser humano. A força sexual, à semelhança de uma torrente impetuosa de água, deixada à solta, espalha pânico e morte; canalizada, preserva a vida. Desse modo, conduzi-la de forma segura para ser útil deve ser o pensamento e o desejo do ser inteligente, que assim vai superando seus limites, mediante as sábias conquistas do sentimento e da razão. (Obra citada. Guillaume e Gérard, pp. 141 e 142; e Advertências Salvadoras, pág. 143.)

Texto para leitura

65. Davi desperta e, pensando haver desencarnado, chora de medo – Dava pena ver Davi naquele estado, mas era ele responsável pelo que lhe sucedia. Conhecendo a Doutrina Espírita e recusando-se a viver-lhe a moral, sabia da gravidade do compromisso mediúnico; contudo, preferira seguir pelos atalhos perigosos da fascinação, da cegueira. Não lhe faltaram advertências, insistentes convites ao retorno ao dever, mas ele recusara todos e caminhava agora, quase a sós, por eleição pessoal, no rumo das companhias inferiores, que desejavam arrastá-lo para a alucinação total, o malogro da reencarnação. Liberado do sono anestesiante pelo Dr. Grass, relanceou o olhar em volta e atemorizou-se, julgando que estivesse desencarnado... A criatura humana, via de regra, valoriza sempre o que deixou de ter, o que ainda não possuiu, o que desperdiçou. Na vida moral, o fenômeno é equivalente. À aproximação da morte, ou em suspeita disso, formulam-se planos de enobrecimento, de realizações superiores, para logo abandoná-los, assim que passa o perigo, voltando-se à insensatez com redobrada volúpia. Foi o que Miranda observou em Davi. O despertar no plano espiritual levou-o às lágrimas e fê-lo retorcer as mãos em sinal de desespero, mas ele não orou nem buscou elevar-se em pensamento a Deus. A falta de unção e seriedade moral no trato com os desencarnados desalojara-lhe a mente das atitudes corretas. O Dr. Grass tranquilizou-o com palavras gentis, explicando-lhe onde se encontravam e para o que ali estavam. Nesse momento, Leonardo, incorporado, abriu os olhos e acusou: “Não reconheço aqui ninguém com autoridade para constranger-me à submissão. Sou independente. Embora tenha amigos entre os Gênios, não faço parte do grupo. A minha é uma ação solitária e com meta bem definida”. Dr. Campos falou-lhe, dizendo não possuir efetivamente qualquer autoridade sobre ele e afirmando que a única que existe e direciona nossas vidas é Jesus. Quanto ao seu relacionamento com os Gênios do Mal, o Mentor informou-o de que cada pessoa é livre para eleger as companhias que deseja e, sendo assim, era ele livre para agir e colher os resultados de sua ação. (Guillaume e Gérard, pp. 136 e 137.)

66. É da Lei que ninguém foge de si mesmo, nem impede o progresso – O comunicante disse, então, que ali viera para interromper a farsa do seu infame inimigo, apontando o dedo em direção a Davi, que estremeceu, tornando-se lívido. Prosseguindo, explodiu: “É muito bom esse reencontro lúcido, porque desejo refrescar a memória do bandido, que se traveste de benfeitor dos ignorantes que o rodeiam em busca de migalhas, a troco da bajulação, da sórdida propaganda do seu nome. O infeliz está vendendo a própria alma a Satanás, enriquecendo, a fim de tudo abandonar, quando eu e outros consumarmos o plano que temos em mira...” O Dr. Campos lembrou-lhe existir um detalhe que não lhe havia ocorrido: a Providência Divina, mas o obsessor foi rápido na resposta, afirmando: “Ela não interferirá, porque o próprio dissipador não o permitirá. Odiento, é um poço de vaidade; frio emocionalmente, é a personificação do egoísmo refinado. Qualquer socorro que lhe seja dirigido, ele, comprometido como se encontra, recusará, porque não está disposto a fazer nenhuma concessão de referência a mudança de conduta. Se duvida, pergunte-lhe, e ouça a resposta do presunçoso. Somente pensa em acumular haveres, que os abandonará com o corpo, logo mais, quando tudo estiver consumado”. O doutrinador interveio dizendo que é da Lei que ninguém foge de si mesmo, nem se impede o progresso, que é inexorável. A vítima de hoje é o apoio do perseguidor amanhã, quando permite que brilhe no íntimo o amor. Quando permanece a animosidade, a vítima transferida para a posição de algoz mais se infelicita, porque jamais alcançará o seu final – a destruição do adversário. “As vidas – lembrou o Dr. Campos – encontram-se tão mescladas, umas nas outras, que sempre voltam aos mesmos sítios e pessoas até que se superem através do amor, que arrebenta as algemas e une os corações. Por isso, quem perdoa se eleva e se fortalece, enquanto aquele que permanece no ódio rebaixa-se e desidentifica-se, por largo período, da Realidade Superior.” O perseguidor de Davi respondeu ao Mentor, dizendo que pouco lhe importava o que viesse a suceder-lhe após vencer o covarde. Com certeza, não seria pior do que o ódio que o consumia, havia quase um século ou um pouco mais. Dr. Campos propôs-lhe, então, que recordassem os fatos do passado, convidando Davi a se aproximar do médium incorporado. Uma tela de substância alvinitente apareceu, em seguida, na parede fronteira aos litigantes, enquanto o Mentor propunha: “Recordem-se, recordem-se da batalha de Sedan (França). Era o dia 31 de agosto de 1870 e a guerra franco-prussiana chegava ao momento culminante. O marechal Mac-Mahon está diante da volumosa cavalaria do exército alemão do outro lado do rio Mossa... O medo assalta os corações e aguarda-se com alta tensão a ordem para atacar”. (O doutrinador descreveu então, na sequência, as peripécias daquele ataque e as pesadas baixas sofridas pelo exército francês, inclusive a do seu próprio comandante.) (Guillaume e Gérard, pp. 138 a 140.)

67. O ódio do obsessor por Davi tinha raízes no passado – À medida que o Mentor ia delineando os fatos, começaram a surgir as cenas das lutas, permitindo a Miranda e aos demais ali presentes acompanhá-las, como ocorre no cinema. Milhares de homens em retirada, sob o fogo pesado da artilharia, que provocava crateras no chão e consumia vidas preciosas a cada explosão, formavam um triste espetáculo. Simultaneamente, a cavalaria, avançando e subjugando os atrasados, estripava os caídos, sob a gritaria infrene da soldadesca asselvajada, das vítimas exangues e do relinchar dos animais atingidos ou estimulados a seguir pela espora. No fragor da luta surgem dois soldados franceses que também fugiam, quando um deles, alcançado por um petardo de obus, tomba, quase fulminado. O outro, com visível risco de vida, arrasta-o e logra salvá-lo. (As cenas se sucedem e apresentam depois uma área suburbana de Paris, onde o enfermo convalesce na casa do seu salvador, atendido por jovem mulher, que o cerca de carinho. Era ela a esposa de Guillaume, o herói; o enfermo chama-se Gérard. A França havia perdido a guerra para os germanos e pagaria alto preço por isso. Estabeleceu-se naquele lar uma afinidade muito grande entre o enfermo e sua benfeitora; o adultério que se seguiu foi mera consequência. Depois, descoberto o envolvimento dos amantes, aparecem na tela cenas de Guillaume enfurecido e sua morte: reagindo à fúria do amigo, Gérard o matou.) A Entidade que ora desejava vingar-se era Guillaume, o protetor que o outro traíra, indignificando-lhe o lar e roubando-lhe a vida. Eis a causa do seu ódio e o porquê da impossibilidade do perdão. O doutrinador, porém, ponderou, imperturbável: “Não negamos a hediondez da ingratidão, que é superlativa. No entanto, se recuarmos no tempo, iremos detectar desalinhos do amigo, que produziram esse golpe rude e macerador... Chega o momento de pormos um ponto final na pugna. A Divindade uniu-os como amigos para que superassem antigas rixas, porém Gérard não resistiu aos ímpetos da sua inferioridade, descambando na alucinação. Cabe a você refazer o caminho e abrir novas estradas para o futuro de ambos”. A reação do Espírito foi previsível, mas incisiva: ele nunca perdoaria os atos de Gérard, agora reencarnado como Davi, nem da mulher que o atraiçoara, reencarnada agora como a esposa recatada do médium, a qual lhe pagaria no momento próprio. (Guillaume e Gérard, pp. 140 e 141.)

68. A força sexual, quando desgovernada, espalha pânico e aflições – Pedindo licença para falar, Gérard/Davi tentou justificar-se: “Foi em defesa própria que cometi o crime. A Justiça reconheceu-o. Você estava enfurecido...” Guillaume replicou: “E não era para tanto? Albergar a serpente no próprio lar, para ser picado e por ela envenenado?” “A Justiça o absolveu – acrescentou o perseguidor – porque aqueles, como estes, eram e são dias de iniquidade, a mim cumprindo-me o direito de corrigir as leis ignóbeis.” Após o desabafo do perseguidor, o Benfeitor acercou-se dele e interferiu, dizendo: “Agora que as lembranças são mais nítidas, repense os seus planos. Conceda-se novas reflexões. Há tempo; no entanto, ele urge. Adormeça, a fim de descansar um pouco...” Dito isto, aplicou-lhe energias balsâmicas e repousantes, e Guillaume asserenou-se, adormecendo profundamente. Miranda ficou surpreso com a interrupção brusca da doutrinação, mas nada pôde perguntar ao Mentor, em face das atividades socorristas que prosseguiam na noite. Aquele drama era, porém, mais um dentre os casos derivados do sexo em desalinho, que, sob o comando do egoísmo, responde por grande número de aflições que atormentam a criatura humana. Remanescente dos impulsos primitivos da reprodução animal, escravizado às paixões do orgulho pessoal, constitui uma herança pesada no processo da evolução do ser humano. A força sexual, à semelhança de uma torrente impetuosa de água, deixada à solta, espalha pânico e morte; canalizada, preserva a vida. Desse modo, conduzi-la de forma segura para ser útil deve ser o pensamento e o desejo do ser inteligente, que assim vai superando seus limites, mediante as sábias conquistas do sentimento e da razão.  (Guillaume e Gérard, pp. 141 e 142; e Advertências Salvadoras, pág. 143.) (Continua no próximo número.



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita