Ante Jesus
Amaral Ornellas
Eis que passa no tempo a
imensa caravana –
a multidão revel que
humilhada se agita –
reis, tiranos e heróis,
rondando a turba aflita
e fugindo à verdade
augusta e soberana.
Sobre carros triunfais,
a Treva se engalana...
E a mendaz ilusão freme,
goza e palpita
para rojar-se, após a
miséria infinita,
na cinza a que se acolhe
a majestade humana.
Mas Tu, Mestre da Paz,
que a bondade ilumina,
guardas, imorredoura, a
grandeza divina,
sem que o lodo abismal
Te ofenda ou desconforte.
Tudo passa, descendo à
sombra do caminho,
mas no sólio da cruz
inda imperas sozinho,
na vitória do amor que
fulge além da morte.
Do livro Antologia
Mediúnica do Natal,
obra mediúnica
psicografada pelo médium
Francisco Cândido
Xavier.
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