CLÁUDIO BUENO DA SILVA
Klardec1857@yahoo.com.br
Osasco, SP
(Brasil)
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Reflexões sobre a Arte
e
o Espiritismo
A Arte pode contribuir
com o Espiritismo de
duas formas principais:
a) como veículo de
divulgação doutrinária,
ou seja, na disseminação
dos seus conceitos
superiores, e b) como
elemento de educação do
Espírito imortal.
Em suma: a Arte espírita
propõe colaborar com a
construção moral do ser
humano.
A educação moral do
Espírito se dá,
principalmente, no plano
encarnado. Estudamos
nossas deficiências na
erraticidade, traçamos
planos, e vimos
aplicá-los aqui na
Terra, segundo as
necessidades de cada um.
Nossas maiores carências
são morais, ou seja,
temos poucas virtudes
desenvolvidas. E os
interesses materiais da
vida física abafam ainda
mais o seu
desenvolvimento.
Nesse ponto, a Arte
espírita pode ser muito
útil dentro e fora do
centro espírita. A
criação artística é um
ato de amor e liberdade.
A criação artística
espírita vai mais longe:
é um ato de amor e
liberdade responsável. O
artista espírita tem o
compromisso de melhorar
o homem com a sua arte,
e procura fazê-lo
tocando a sua
sensibilidade, adubando
o seu coração,
fermentando a sua
inteligência,
preparando-o para viver
o futuro de
fraternidade, onde o
amor será a tônica das
relações humanas.
A Arte espírita apela
para o sentimento mais
nobre, para a
espiritualização do ser.
Ora, como fazer Arte
espírita hoje, em termos
práticos, se o homem não
quer se distanciar da
materialidade e está
longe das aspirações e
esperanças quanto à vida
espiritual superior,
onde o belo é
unanimidade? Como fazer
Arte espírita desejável,
se grande parte dos
homens se identifica
tanto ainda com as
manifestações
primitivas, tribais? São
questões.
Apesar das imensas
barreiras no meio
social, o movimento
espírita tem realizado
grandes feitos. A Arte
espírita está em
construção. Seu conceito
ainda reflete ideias
individuais.
Definitivamente, não
podemos nos colocar na
posição de juízes sobre
o que é ou não é arte
espírita. Mesmo porque a
Arte é, em si, neutra,
amoral. O artista é quem
lhe dá características
morais. Se o artista se
disser espírita e não
detiver conhecimentos
suficientes sobre o
Espiritismo, o que
disser ou fizer em nome
da Arte espírita estará
sob suspeição.
Temos de considerar
também, por outro lado,
que o artista leigo
que, com os olhos da
alma vai além da matéria
e penetra com sua Arte
regiões inacessíveis ao
vulgo, estará fazendo
Arte espírita, sem o
saber.
Como somos
flagrantemente
heterogêneos em todos os
meios em que convivemos,
é preciso compreender as
limitações de
entendimento artístico
de cada um e, procurando
criar projetos dentro de
critérios equilibrados,
contemplar a todos,
atingindo corações e
mentes, não só para a
alegria da alma, mas
para a elevação do
espírito.
Se de um lado, não é
conveniente ao artista
espírita fugir das
definições coerentes com
aquilo que pretende
divulgar, no caso o
Espiritismo, por outro,
não será produtivo,
principalmente nos dias
atuais, seguir roteiro
intransigente que faça
afastar o público ao
invés de atraí-lo,
perdendo o trabalho a
sua finalidade. Seja na
música, na literatura,
no teatro, no cinema ou
em qualquer outra
manifestação artística,
a inteligência e o bom
senso devem orientar o
artista espírita no
sentido de passar às
pessoas a ideia
construtiva, o
pensamento edificante, o
conceito renovador, de
uma forma correta,
doutrinariamente
falando, mas também
eficiente. Assim, a Arte
espírita ganhará sempre
mais simpatizantes se,
além de seu elevado
conteúdo, for
transmitida com métodos
modernos de
apresentação.