ÉDO MARIANI
edo@edomariani.com.br
Matão, SP
(Brasil)
|
|
A depressão à
luz do
Espiritismo
No Evangelho de
Mateus, cap. V,
vv. 5, 6 e 10, e
em Lucas, cap.
VI, vv. 20 e 21,
Jesus nos ensina
que
bem-aventurados
serão os
aflitos.
Entendemos que
Jesus felicita
os sofredores
por saber que o
sofrimento, como
aprendemos nas
palavras sábias
de Emmanuel, é a
pedagogia divina
a nos ensinar a
busca dos
procedimentos
indicados para
curarmos as
doenças da alma.
Em o
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
no cap. V,
Kardec faz
esmerado estudo
sobre o porquê
dos sofrimentos
da humanidade na
Terra e, no item
25 do mesmo
capítulo, o
Espírito
François de
Genève (Bordeus),
com o título “A
Melancolia”,
analisa o tema
escrevendo:
“Sabeis por que
uma tristeza
indefinida às
vezes se apossa
de vossos
corações e vos
faz achar a vida
tão amarga? É o
vosso Espírito
que aspira à
felicidade e à
liberdade e que,
ligado ao corpo
que lhe serve de
prisão,
consome-se em
grandes esforços
para libertar-se
dele. Porém
vendo que são
inúteis, cai em
desânimo, e,
como o corpo
sofre essa
influência, a
falta de
energia, o
abatimento e uma
espécie de
apatia se
apoderam de vós,
fazendo com que
vos acheis
infelizes”.
Essas
informações de
François
precedem aos
atuais estudos
das ciências
psíquicas que,
atualmente com o
diagnóstico de
depressão,
procuram dar
explicações
sobre as causas
dos transtornos
de humor que
acometem a
muitos nos dias
atuais, sendo
resultantes de
distúrbios de
ordem física.
Esse mal que
está sendo
considerado como
a doença do
século, e que
assola o
sofrimento
humano, merece
ser estudado sob
o enfoque
espiritual em
virtude da sua
vinculação
íntima a
sintomas de
ordem anímica,
como veremos.
O Espiritismo,
ensinando e
provando a
imortalidade da
alma, nos traz
luz sobre o
tema, pois os
amigos
espirituais,
propiciando
ajuda aos
sofredores, nos
têm informado
que antes da
reencarnação,
isto é, antes da
nossa volta a
uma nova vida na
Terra, nesse
intervalo,
quando
merecedores,
somos assistidos
por eles no
preparo do
regresso. Esse
preparo consiste
num como
tratamento
espiritual,
visando
ajudar-nos na
nossa
programação
reencarnatória,
quando somos
orientados sobre
aquilo de que
necessitamos
para o melhor
aproveitamento
dessa vida
futura.
Estando ainda no
mundo
espiritual,
tomamos
conhecimento da
felicidade
relativa
desfrutada por
aqueles que já
adquiriram
méritos para
assim se
sentirem e
constatamos que
ainda sofremos
em virtude das
mazelas, das
imperfeições,
das faltas
cometidas, que
configuram o mal
que carregamos e
daí os
sentimentos de
falência
espiritual e,
então, de livre
vontade,
concordamos em
aceitar viver as
provas e
expiações
necessárias ao
nosso progresso
espiritual e
quitação dos
débitos do
passado.
Com essa nova
visão concebida
pelo
Espiritismo, com
essa nova ótica,
deduzimos, como
ensina François,
que a depressão
nada mais é do
que um estado de
desilusão que
acomete o
Espírito
encarnado,
quando a voz da
consciência e as
tendências
instintivas nos
trazem à memória
o compromisso
assumido antes
do retorno e
buscamos a nossa
recuperação
perante nós
próprios, e, não
nos encontrando
com forças para
seguir o novo
caminho
programado,
transformando
mazelas em
virtudes, e nos
julgando
incapazes e
incompetentes,
por nos
dividirmos entre
o homem velho
que insiste em
ser o que sempre
foi e o homem
novo que percebe
ser necessário
realizar as
mudanças
prometidas,
nesse estado de
espírito caímos
em tristeza
profunda, num
abatimento
constrangedor,
desapontados com
nós mesmos,
contrariados e
incapazes, sem
coragem de
conviver com as
frustrações de
não podermos ser
como queremos e
ter que aceitar
a vida como ela
está sendo e não
como gostaríamos
que fosse.
Incompetentes
para a cura
desejada, caímos
em desequilíbrio
espiritual e daí
a depressão que,
tratada apenas
com as drogas
medicinais, não
surte o efeito
desejado e
continua-se a
sofrer, pelas
causas já
apontadas.
Focando o mesmo
tema, Ermance
Dufaux, no livro
de sua autoria
“Reforma Íntima
sem Martírio”,
psicografia de
Wanderley S. de
Oliveira, nos
ensina:
“Considerando o
egoísmo como o
hábito de ter
nossos caprichos
pessoais
atendidos, a
contrariedade é
o preço que
pagamos pelo
esbanjamento do
interesse
individualista
em milênios
afora, mas
igualmente, é o
sentimento que
nos fará
refletir na
necessidade de
mudança em busca
de uma postura
ajustada com as
Leis naturais da
Vida”.
O Espiritismo é,
portanto, a
doutrina que vem
ao encontro da
Humanidade para
mostrar que a
depressão não é
um castigo de
Deus, mas, sim,
um alerta a
ensinar-nos a
compreender
porque ainda
vivemos, neste
momento, aqui na
Terra.
Alertados,
tomamos
conhecimento das
nossas
necessidades e,
nos munindo do
discernimento
para separar o
bem do mal e de
muita boa
vontade para as
mudanças
necessárias em
nossos
sentimentos
íntimos, é que
conseguiremos
superar as
causas apontadas
pela ciência
médica com o
diagnóstico de
depressão.