O leitor Francisco Roxo, de
Cotia (SP), em carta
publicada nesta mesma
edição, pergunta-nos se
pessoas com diabetes,
pressão alta, arritmia
cardíaca e os usuários de
medicamentos controlados
podem aplicar passes
magnéticos.
A questão é por demais
oportuna, mas a resposta não
é algo que possa ser dito
numa simples frase.
Como regra, no tocante aos
passes magnéticos, é
necessário que a pessoa
reúna, no momento de
ministrá-los, condições para
tal, seja no aspecto físico,
seja no aspecto emocional e,
sobretudo, no aspecto
espiritual.
Na questão 69 do livro
Diretrizes de Segurança,
Divaldo Franco explica:
“O passe significa, no
capítulo da troca de
energias, o que a transfusão
de sangue representa para a
permuta das hemácias,
ajudando o aparelho
circulatório. O passe é essa
doação de energias que nós
colocamos ao alcance dos que
se encontram com
deficiências, de modo que
eles possam ter seus centros
vitais reestimulados e, em
consequência disso, recobrem
o equilíbrio ou a saúde, se
for o caso.
O passe magnético tem uma
técnica especial, conhecida
por todos aqueles que leram
alguma coisa sobre o
mesmerismo. É transfusão da
energia do doador, do
agente.
O passe que nós aplicamos,
nos Centros Espíritas,
decorre da sintonia com os
Espíritos Superiores, o que
convém considerar sintonia
mental, não uma vinculação
para a incorporação.
O passe deve ser sempre dado
em estado de lucidez e
absoluta tranquilidade, no
qual o passista se
encontre com saúde e com
perfeito tirocínio, a
fim de que possa atuar na
condição de agente, não como
paciente.” (Grifamos.)
Ocorre que, mesmo gozando de
saúde e sendo ótimo médium
passista, devemos abster-nos
de ministrar o passe caso
tenhamos ingerido horas
antes alguma bebida
alcoólica. O motivo é óbvio:
a energia a ser doada não
deve estar conspurcada por
droga nenhuma, porque ela
poderá, como revela a
experiência, ser nociva ao
paciente.
Situação semelhante ocorre
quando a pessoa, claramente
enferma, se vale de
medicamentos que poderão não
fazer bem se transmitidos a
alguém que esteja também
física ou moralmente
enfraquecido. Os
medicamentos, como sabemos,
são em geral drogas químicas
e todos apresentam efeitos
colaterais, fato que por si
só recomenda-nos cuidado.
Em inúmeras obras
vislumbramos restrições a
que pessoas enfermas
ministrem o socorro por meio
dos passes.
Eis algumas delas:
1.
"O Poder de Curar", autoria
do padre Francis MacNutt,
edição de Ave Maria Press,
de Indiana (EUA).
2.
COEM, 10a Sessão de
Exercício Prático, edição de
1978, pág. 83.
3.
COEM, 12a Sessão de
Exercício Prático, edição de
1978, pág. 95.
4.
"Estudando a Mediunidade",
de Martins Peralva, págs.
144 e 145.
5.
"Passe e Passista", de Roque
Jacintho, cap. 6 e 30.
6.
"Pontos da Escola de
Médiuns", de Edgard Armond,
Tomo IV, pág. 88.
7.
"A Gênese", de Allan Kardec,
cap. XIV, item 31.
8.
"Revista Espírita", de Allan
Kardec, janeiro de 1864,
Edicel, pág. 8.
9.
"Revista Espírita", de Allan
Kardec, setembro de 1865,
item 4, Edicel, pág. 252.
10.
Anuário de Espiritismo
Científico, FEPESCI, 1993,
pág. 132.
11.
"Subsídios para Atividades
Doutrinárias", publicado
pela USE de São Paulo, 1993,
págs. 80, 88 e 90.
Não obstante, nos casos
citados pelo leitor, pode
ser que o indivíduo, apesar
do problema que enfrenta, se
encontre em perfeitas
condições de ministrar o
passe.
Não podemos, então,
generalizar o entendimento.
Há medicamentos que não
interferem nos passes, ou
seu efeito é insignificante,
visto que o passista em
tratamento requisita a ajuda
medicamentosa para o
reequilíbrio químico do seu
organismo, o que é bem
diferente dos casos em que a
pessoa utiliza substâncias
decorrentes de dependências
viciosas, como no caso do
tabaco, do álcool e de
outras drogas químicas, que
são resultados do
desequilíbrio emocional do
indivíduo.
Em casos concretos, como na
hipertensão arterial, nas
arritmias e mesmo na
esclerose múltipla,
consultamos especialistas na
área e obtivemos a
informação de que os
medicamentos usados em tais
situações não prejudicariam
os efeitos do passe, mesmo
porque nos passes de caráter
misto – como os passes
espíritas – o médium
passista, além de receber
primeiro os recursos
espirituais a serem
transmitidos ao paciente,
doa muito pouco de si mesmo.
Concluindo, é bom enfatizar
que os verdadeiros
impedimentos para aplicação
dos passes são de natureza
moral: vícios, dependências
perturbadoras,
desequilíbrios emocionais e
psiquiátricos.
Fora disso, deve prevalecer
sempre o bom senso, não
apenas nessa questão, mas em
tudo. Não seria, pois,
necessário lembrar que nos
casos de enfermidade
infectocontagiosa é preciso
evitar maior contato com
outras pessoas e, por
motivos óbvios, o passista
assim infectado deve
tratar-se e recuperar-se
primeiro, antes de retornar
à tarefa.
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