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O Espiritismo responde
Ano 9 - N° 412 - 3 de Maio de 2015
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
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ESPIRITISMO SÉCULO XXI
 

 

O leitor Francisco Roxo, de Cotia (SP), em carta publicada nesta mesma edição, pergunta-nos se pessoas com diabetes, pressão alta, arritmia cardíaca e os usuários de medicamentos controlados podem aplicar passes magnéticos.

A questão é por demais oportuna, mas a resposta não é algo que possa ser dito numa simples frase.

Como regra, no tocante aos passes magnéticos, é necessário que a pessoa reúna, no momento de ministrá-los, condições para tal, seja no aspecto físico, seja no aspecto emocional e, sobretudo, no aspecto espiritual.

Na questão 69 do livro Diretrizes de Segurança, Divaldo Franco explica: 

“O passe significa, no capítulo da troca de energias, o que a transfusão de sangue representa para a permuta das hemácias, ajudando o aparelho circulatório. O passe é essa doação de energias que nós colocamos ao alcance dos que se encontram com deficiências, de modo que eles possam ter seus centros vitais reestimulados e, em consequência disso, recobrem o equilíbrio ou a saúde, se for o caso.

O passe magnético tem uma técnica especial, conhecida por todos aqueles que leram alguma coisa sobre o mesmerismo. É transfusão da energia do doador, do agente.

O passe que nós aplicamos, nos Centros Espíritas, decorre da sintonia com os Espíritos Superiores, o que convém considerar sintonia mental, não uma vinculação para a incorporação.

O passe deve ser sempre dado em estado de lucidez e absoluta tranquilidade, no qual o passista se encontre com saúde e com perfeito tirocínio, a fim de que possa atuar na condição de agente, não como paciente.” (Grifamos.)

Ocorre que, mesmo gozando de saúde e sendo ótimo médium passista, devemos abster-nos de ministrar o passe caso tenhamos ingerido horas antes alguma bebida alcoólica. O motivo é óbvio: a energia a ser doada não deve estar conspurcada por droga nenhuma, porque ela poderá, como revela a experiência, ser nociva ao paciente.

Situação semelhante ocorre quando a pessoa, claramente enferma, se vale de medicamentos que poderão não fazer bem se transmitidos a alguém que esteja também física ou moralmente enfraquecido. Os medicamentos, como sabemos, são em geral drogas químicas e todos apresentam efeitos colaterais, fato que por si só recomenda-nos cuidado.

Em inúmeras obras vislumbramos restrições a que pessoas enfermas ministrem o socorro por meio dos passes.

Eis algumas delas: 

1.     "O Poder de Curar", autoria do padre Francis MacNutt, edição de Ave Maria Press, de Indiana (EUA).

2.     COEM, 10a Sessão de Exercício Prático, edição de 1978, pág. 83.

3.     COEM, 12a Sessão de Exercício Prático, edição de 1978, pág. 95.

4.     "Estudando a Mediunidade", de Martins Peralva, págs. 144 e 145.

5.     "Passe e Passista", de Roque Jacintho, cap. 6 e 30.

6.     "Pontos da Escola de Médiuns", de Edgard Armond, Tomo IV, pág. 88.

7.     "A Gênese", de Allan Kardec, cap. XIV, item 31.

8.     "Revista Espírita", de Allan Kardec, janeiro de 1864, Edicel, pág. 8.

9.     "Revista Espírita", de Allan Kardec, setembro de 1865, item 4, Edicel, pág. 252.

10. Anuário de Espiritismo Científico, FEPESCI, 1993, pág. 132.

11. "Subsídios para Atividades Doutrinárias", publicado pela USE de São Paulo, 1993, págs. 80, 88 e 90.

Não obstante, nos casos citados pelo leitor, pode ser que o indivíduo, apesar do problema que enfrenta, se encontre em perfeitas condições de ministrar o passe.

Não podemos, então, generalizar o entendimento. Há medicamentos que não interferem nos passes, ou seu efeito é insignificante, visto que o passista em tratamento requisita a ajuda medicamentosa para o reequilíbrio químico do seu organismo, o que é bem diferente dos casos em que a pessoa utiliza substâncias decorrentes de dependências viciosas, como no caso do tabaco, do álcool e de outras drogas químicas, que são resultados do desequilíbrio emocional do indivíduo.

Em casos concretos, como na hipertensão arterial, nas arritmias e mesmo na esclerose múltipla, consultamos especialistas na área e obtivemos a informação de que os medicamentos usados em tais situações não prejudicariam os efeitos do passe, mesmo porque nos passes de caráter misto – como os passes espíritas – o médium passista, além de receber primeiro os recursos espirituais a serem transmitidos ao paciente, doa muito pouco de si mesmo.

Concluindo, é bom enfatizar que os verdadeiros impedimentos para aplicação dos passes são de natureza moral: vícios, dependências perturbadoras, desequilíbrios emocionais e psiquiátricos.

Fora disso, deve prevalecer sempre o bom senso, não apenas nessa questão, mas em tudo. Não seria, pois, necessário lembrar que nos casos de enfermidade infectocontagiosa é preciso evitar maior contato com outras pessoas e, por motivos óbvios, o passista assim infectado deve tratar-se e recuperar-se primeiro, antes de retornar à tarefa.

 


 
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