Sempre amor
Jorge Matos
Torno, ansioso, da morte
à casa que deixara...
Os meus, o lar, o
amor... Eis tudo o que
ambiciono,
Entro. Lá fora, o
parque, a tristeza, o
abandono...
Mormaço, plenilúnio, o
vento, a noite clara...
Debalde grito, corro,
observo, inspeciono...
Subo. Um morcego ronda
pequena almenara...
Nada. Ninguém me espera.
A vida desertara.
Tudo silêncio e pó de
tapera sem dono...
Sofro desilusão que o
mundo não descreve,
Mas alguém abre a porta
e me chama, de leve...
Fito pobre mulher... Na
face, o olhar sem
brilho...
Conheço-a!... Minha
mãe!... Quanta saudade,
quanta!...
Vem lembrar-me a
rezar... Beijo-lhe as
mãos de santa!...
Ela chora e repete: “Ah!
meu filho! meu filho!...
Do livro Luz no Lar,
obra mediúnica
psicografada pelo médium
Francisco Cândido
Xavier.
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