JOSÉ LUCAS
jcmlucas@gmail.com
Óbidos, Portugal
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Vamos todos fazer greve?
O Homem, na sua
busca por uma vida
melhor nas relações
interpessoais, vai
buscando mecanismos,
processos e ferramentas
que permitam uma
coexistência pacífica,
onde os direitos de uns
e de outros não sejam
espezinhados.
Com o advento da
liberdade do ser humano,
vão-se criando Leis dos
Homens, que procuram
essa equidade de
direitos e deveres.
Quando o diálogo falha,
geralmente as pessoas
revoltam-se e fazem
greve, não trabalhando,
paralisando,
prejudicando aqueles que
nos prejudicam.
E se todos fizermos
greve… espiritual?
Os regimes políticos
democráticos buscam,
pelo menos em teoria, ir
de encontro aos anseios
da sociedade, procurando
leis justas e
equitativas, que sirvam
a todos de igual modo.
Mesmo nesse trajeto, os
desencontros de opinião
são muito grandes e,
quando extremadas as
posições, existem
mecanismos de se tentar
“forçar” o “opositor” a
ceder ao nosso ponto de
vista.
Um desses mecanismos é a
greve, um direito social
consagrado na “Lei
Fundamental” do país. As
pessoas não trabalham,
provocando prejuízos
àqueles que os
prejudicam, acabando
todos por serem
prejudicados.
A greve, mecanismo
abençoado para que os
trabalhadores não sejam
escravizados pelos
patrões, não deixa de
refletir uma certa
inferioridade da
evolução social da
humanidade.
Com bom senso, e não
fazendo ao próximo o que
não gostaríamos que nos
fizessem, como Jesus de
Nazaré aconselhava,
colocando-nos na posição
do outro, facilmente os
pontos de vista seriam
ultrapassados, se os
interesses comuns
estivessem acima dos
interesses pessoais. No
entanto, o egoísmo, mãe
de todos os defeitos que
o ser humano possui,
ainda vige no coração do
Homem, que, assim,
estertora na vida,
procurando equilíbrio e
equidade onde ela não
está – nos interesses de
um determinado grupo ao
qual se pertença.
Tal posição egoísta
(mesmo que corporativa)
conduz a lutas, a
posições extremadas,
como se a vida fosse uma
batalha constante de uns
contra os outros.
Na sua miopia
espiritual, o homem faz
da vida um fardo, quando
as suas energias
poderiam ser canalizadas
para o bem comum.
O egoísmo é a grande
chaga da humanidade
que urge extirpar de
dentro de nós
Quando assim for, as
leis dos homens
aproximar-se-ão das leis
divinas (veja-se “O
Livro dos Espíritos”
de Allan Kardec) e
assim, evoluindo
espiritualmente, o bem
comum estará acima dos
interesses pessoais, já
que o egoísmo será
paulatinamente
transmutado em
fraternidade, à medida
que o homem for
evoluindo em
espiritualidade.
Nessa altura, não fará
sentido a greve constar
das leis dos homens,
pois todos os conflitos
serão solucionados com
bom senso, equilíbrio e
senso do bem comum.
Com o fluir da Vida,
através das múltiplas
reencarnações, esse
estado social será uma
realidade, à medida que
Espíritos mais evoluídos
forem voltando à Terra,
no lugar dos Espíritos
egoístas, que
reencarnarão em planetas
menos evoluídos e mais
de acordo com a sua
evolução moral.
Até lá, podemos ir
fazendo o nosso trabalho
de casa.
Por isso, propomos que,
em 2015, todos nós
façamos greve ilimitada
à satisfação dos nossos
interesses egoístas,
façamos greve ilimitada
ao orgulho, ao ódio, à
vaidade, à inveja, à
intolerância, à
incompreensão, à
maldade, à maledicência,
à violência de todo
matiz, içando bem alto a
bandeira da Paz que
todos dizemos querer
como envoltório social.
Façamos, pois, a nossa
parte.
A cada um de acordo com
as suas obras, já nos
dissera, há mais de dois
mil anos, Jesus de
Nazaré.
Se levarmos adiante este
desiderato, teremos sem
sombra de dúvidas a mais
bela e abençoada greve
de todos os tempos, em
toda a Humanidade!