Uma é a causa da
salvação, outra é a
infame crucificação
O que nos leva à
salvação ou libertação é
o estudo e a vivência do
Evangelho. Mas os
teólogos antigos se
deixaram levar muito
pelo lado da triste
emoção causada pela
revoltante e cruel morte
de Jesus na cruz.
O Nazareno veio ao mundo
com uma finalidade: a de
nos trazer, como Enviado
de Deus, a sua mensagem
salvífica para nós, em
consequência do que O
crucificaram. Aclaremos
isso. Um indivíduo entra
numa enxurrada para
salvar uma criança, e
tem sucesso,
entregando-a salva para
outra pessoa. Mas, de
repente, ele cai, é
arrastado e morre
afogado. Perguntamos:
ele entrou na água para
salvar a criança ou para
morrer afogado? A
resposta é para salvar a
criança, em consequência
disso, morreu afogado. É
o caso de Jesus. Ele
veio ao nosso mundo para
nos trazer o Evangelho,
em consequência do que O
assassinaram.
Os teólogos antigos
imaginaram que a
Humanidade pecou, e que
Deus teria ficado muito
aborrecido conosco, pois
que Ele sofreria muito
com os nossos pecados.
Essa ideia é absurda e
uma das mais
responsáveis pela
antropomorfização de
Deus, pois coloca Nele
todas as nossas mazelas.
Se isso fosse verdade,
coitado de Deus, Ele
seria o Ser mais infeliz
do Universo!
Mas Deus, que é a causa
primeira de todas as
coisas e a Inteligência
Suprema, como diz a
doutrina espírita,
jamais criaria para Si
problemas. E Ele é
imutável, portanto, é
sempre o mesmo, jamais,
pois, deixando de ser
mais feliz como sempre o
foi, o é e o será.
Ademais, Deus é
perfeitíssimo, por isso
jamais se ofende.
Realmente, Ele é
inofendível ou como que
vacinado contra ofensas.
A Gandhi, antes de ele
morrer, perguntaram se
ele perdoaria a todas as
pessoas que o ofenderam,
perseguindo-o. E ele, um
espírito de escol que
era, respondeu que não
perdoou ninguém, pois
que ninguém nunca o
ofendera. É que seu
espírito, já bem
perfeito, era
inofendível, não tendo,
pois, nada que perdoar.
Ora, Deus, infinitamente
perfeito que é, é
totalmente inofendível.
Aliás, há um abismo
entre a perfeição de
Deus e a de Gandhi.
A Bíblia nos ensina que
Deus perdoa, mas é
apenas para nos ensinar
que nós temos que
perdoar. Ela diz também
que Deus descansou
depois da criação do
mundo, quando Deus não
se cansa. Isso foi
também para nos ensinar
que nós temos que nos
descansarmos, caso
contrário, ficaremos
doentes. Aliás, tudo o
que a Bíblia nos ensina
deve ser interpretado
como sendo para o bem
nosso e não para o bem
de Deus que, como vimos,
é imutável.
É a vivência do
evangelho que nos salva,
ou Jesus teria vindo ao
nosso mundo perder seu
precioso tempo para
no-lo trazer? E Ele
disse que quem ouve as
suas palavras, e não as
põe em prática, é como
aquele que constrói sua
casa na areia, e que vêm
os temporais e a levam;
mas aquele que ouve as
suas palavras, e as
pratica, é como aquele
que edifica a sua casa
sobre a rocha, a qual
continua firme apesar
dos vendavais. (Mateus
7:24).
Podemos dizer que Jesus
nos ama tanto que até
deu sua vida por nós,
mas é Ele mesmo quem nos
ensina também que é a
vivência do evangelho
que realmente nos salva
e, não, o monstruoso
pecado de seu
assassinato na cruz!