Humor
João chegava ao trabalho
sempre bem-humorado.
Sorria, cantava pelos
corredores, abraçava os
mais chegados. À hora em
que ele adentrava as
portas da repartição
parecia que o mundo se
iluminava, diante de
sorriso tão radiante.
Pedro arrastava-se para
o trabalho, sempre
mal-humorado. Reclamava
e grunhia pelos
corredores, desviava de
seus desafetos, virava a
cara para os
subalternos. À hora em
que ele adentrava os
portões da repartição, o
ambiente se tornava
cinza, lúgubre, diante
de tanto amargor.
O humor, bom ou mau, se
manifesta no cotidiano,
nas coisas simples, nos
gestos habituais que
marcam o nosso ser e que
nos fazem, a cada dia,
ser o que somos.
Entretanto, mais do que
uma questão da nossa
vida cotidiana, o humor
é uma questão de
escolha, de disposição
íntima diante das
agruras que enfrentamos:
alguns mais, alguns
menos dores, mas todos
na luta como Espíritos
encarnados,
O humor tem muito a ver
com a forma que nós
carregamos nosso fardo e
não com o tamanho dele.
O fardo, em nossas
costas, é sentido, e não
visto. Vamos ajeitando
ele, revezando a dor.
Para o alívio, alguns
cantam, outros murmuram.
Quem não gosta de
trabalhar com pessoas
bem-humoradas? Quem não
foge de pessoas
ranzinzas, rabugentas?
Esse halo, luminoso ou
trevoso, que acompanha o
humor, serve de atração
ou repulsão, na chamada
lei de afinidade.
Difícil ter amor de mau
humor!
É preciso ter compaixão
do mal-humorado... É
preciso aprender com a
pessoa bem-humorada…
Posturas extremas que
podem contribuir para a
solução ou para o
agravamento dos
problemas enfrentados.
Não consigo imaginar
Jesus mal-humorado.
Pessoas iluminadas que
passaram pela Terra,
medalhões da moral,
figuram em suas
fotografias com sorrisos
amáveis. O sorriso, com
a sua força contagiante,
a gargalhada com a sua
expansividade e o riso
com a sua sintonia são
as forças que os
Espíritos elevados
souberam dispor de forma
magistral.
O mau humor, pela força
dos dias, pode se
converter em mágoa,
ódio, depressão,
conduzindo a criatura
encarnada ao pânico, à
solidão, ao crime e à
tristeza. Diante dos
problemas, é preciso não
permitir que se instale
o mau humor em nosso
semblante!
A cada dia que nasce, o
sol nos brinda com seus
raios, a corar nossos
rostos, a fazer brilhar
o que há de melhor em
nós. Cada dia é um
convite da divindade
para recomeçarmos. Os
desafios se renovam e
com eles o crescimento.
Para enfrentar cada dia
na longa estrada da
vida, necessitamos
regular o nosso humor,
fazer dele o tempero que
faz nossos dias
diferentes e que se
espalha em nosso
caminho.
A escolha é nossa! Temos
sempre a possibilidade
de chavear o nosso dia
com o bom ou o mau
humor. Uma opção que,
sem dúvida, só tem uma
resposta certa.