O que devemos
entender
por
“provas”?
O termo prova
é amplamente
encontrado no
vocabulário
espírita.
Eventualmente se
encontra a
palavra
provação,
que segundo o
dicionário
Michaelis tem o
mesmo
significado de
prova.
Como devemos
entender, do
ponto de vista
espírita, tal
vocábulo?
O dicionário
Michaelis dá
para o vocábulo
prova
várias
definições. Nos
detemos apenas
em duas:
01- Aquilo que
serve para
estabelecer uma
verdade por
verificação ou
demonstração,
que mostra ou
confirma a
verdade de um
fato, o mesmo
que teste.
02- ensaio,
experiência.
Embora admitamos
que,
eventualmente,
Kardec se valeu
da palavra
prova como
teste/verificação
de
conhecimentos,
na sua
acepção
primitiva, tal
como foi usada
pelos Espíritos
que assessoraram
Kardec, a
segunda
definição –
ensaio,
experiência
– nos parece
mais adequada.
Não há lógica na
ideia de que
Deus nos envie à
dimensão física
para nos testar,
no que quer que
seja, pois,
conhecendo o
futuro, sabe de
nossas
possibilidades,
se venceremos
essa ou aquela
situação
existencial. As
realidades
particulares ou
difíceis que
encontramos
durante a
existência
física são
possibilidades
de vivenciar
determinadas
situações,
acumular
experiências,
desenvolver
habilidades,
reforçar as
resistências
morais. Não são
testes na
acepção comum do
termo, mas sim
experiências que
contribuem para
o nosso
crescimento
espiritual.
Essas ideias
encontram
ressonância no
pensamento de
Emmanuel.
Chamado a
diferenciar
provação de
expiação,
na questão 246
do livro O
consolador,
assim se
manifesta: A
provação é a
luta que ensina
ao discípulo
rebelde e
preguiçoso a
estrada do
trabalho e da
edificação
espiritual.
Em O Livro
dos Espíritos,
na resposta à
questão 634
encontramos:
[...] é
necessário que o
Espírito
adquira a
experiência,
e para isso é
necessário que
ele conheça o
bem e o mal; eis
porque existe a
união do
Espírito e do
corpo.
Ainda no mesmo
livro, item 872,
Kardec escreve:
[...] A vida
corpórea lhe é
dada para
purgar-se de
suas
imperfeições
através das
provas que nela
sofre [...]
Na questão 501,
quando Kardec
indaga por que a
ação dos
Espíritos em
nossa vida é
oculta, os
Benfeitores
respondem:
Se contásseis
com o seu apoio
não agiríeis por
vós mesmos e o
nosso Espírito
não progrediria.
Para que ele
possa
adiantar-se
necessita de
experiência
e em geral é
preciso que
adquira à sua
custa; é
necessário que
exercite as
suas forças,
sem o que seria
como uma criança
a quem não
deixam andar
sozinha.
E finalmente na
resposta ao item
871:
[...] A prova
não tem por fim
esclarecer a
Deus sobre o
mérito do homem,
porque Deus sabe
perfeitamente o
que ele vale,
mas deixar ao
homem toda a
responsabilidade
da sua ação,
uma vez que ele
tem a liberdade
de fazer ou não
fazer. Podendo o
homem escolher
entre o bem e o
mal, a prova tem
por fim
colocá-lo ante a
tentação do mal,
deixando-lhe
todo o mérito
da resistência.
Os termos
grifados por
nós: luta que
ensina, adquira
a experiência,
purgar-se de
suas
imperfeições,
necessita de
experiência,
adquira à sua
custa, exercite
as suas forças,
responsabilidade
da sua ação
e mérito da
resistência
nos parece
relacionar-se
bem com a
definição de
prova que
defendemos.
Esperamos ter
contribuído com
o debate, que
continua aberto
para novas
avaliações.