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Ano 9 - N° 418 - 14 de Junho de 2015

ENRIQUE ELISEO BALDOVINO
henriquedefoz@uol.com.br
Foz do Iguaçu, PR (Brasil)

 
 

Enrique Eliseo Baldovino

A indiferença dos espíritas para com a leitura da Revista Espírita

   

As fortes palavras acima, que escolhemos para o título do nosso artigo, são do primeiro biógrafo do emérito Codificador Allan Kardec, o francês Henri Sausse (Étoile-sur-Rhône [Drôme], 06/05/1852 – Idem, França, 26/02/1928), em seu notável Prólogo do autor à sua Biographie d’Allan Kardec, Prólogo escrito em Lyon a 31 de março de 1909.

H. Sausse (foto) disse com muita propriedade e sabedoria, exatamente nos 40 anos de desencarnação do mestre da Codificação Espírita:

«[...] Uma coisa que sempre me contristou e que muitas vezes verifiquei ao longo de 25 anos em que, como presidente, dirigi os trabalhos da “Sociedade Fraternal”, é A INDIFERENÇA DOS ESPÍRITAS PARA COM A LEITURA DA REVISTA ESPÍRITA, edições de 1858 a 1869, nas quais Allan Kardec esboçou as obras fundamentais da Doutrina Espírita e nas quais até hoje se sente a fé ardente e a profunda convicção que o animavam, fé e convicção que ele sabia tornar tão comunicativas. Muitos creem, ERRONEAMENTE, que tais escritos envelheceram e perderam a sua atualidade, não nos oferecendo hoje a sua leitura o menor interesse, tamanha é a rapidez com que tem marchado a ideia espírita nestes últimos tempos. ERRO PROFUNDO E LAMENTÁVEL. Não, os escritos de Allan Kardec não envelheceram, não caducaram, mantendo, ao contrário, todo o seu vigor, toda a sua pertinência, toda a sua clareza, toda a sua atualidade.»(1) (Destaques nossos em caixa alta.)

Notável repositório doutrinário

Continua Sausse, profundamente inspirado, tamanha atualidade das suas palavras criteriosas, escritas com o ardor e a lucidez de quem sabe e domina com segurança o assunto que está expondo:

«Quantos preceitos judiciosos, quantos conselhos sensatos e esclarecedores, quantos exemplos vivenciados pululam nos primeiros doze anos da Revista Espírita! Em minha opinião, temos errado bastante quando desprezamos essa FONTE DE ENSINAMENTOS TÃO RICOS, que nos deveriam interessar mais de perto, visto que abrangem todos os pontos em que se desdobra a Doutrina Espírita.» Para me documentar sobre Allan Kardec, acabo de fazer uma nova peregrinação por aquelas páginas reconfortantes, nas quais o mestre traçava, dia após dia, ao sabor dos acontecimentos, seus pensamentos íntimos, suas reflexões tão judiciosas, seus conselhos tão claros, tão precisos, tão metódicos. Em cada uma de suas linhas sentimos vibrar a alma de seu autor, SENTIMOS ALLAN KARDEC IRRADIAR-SE e mostrar-se tal como sempre foi: bom, generoso e benevolente para com todos, mesmo com os inimigos. Por mais que o atacassem, o desacreditassem e caluniassem, ele se mostrava sempre tolerante e calmo, contestando com argumentos irrefutáveis os ataques dirigidos contra a Doutrina Espírita, mas ignorando as injúrias e maldades que lhe chegavam de todas as partes.»(2) (Destaques nossos em caixa alta.)

Quem está falando é alguém que leu, releu, estudou e viveu profundamente os ensinos da preciosa Coleção dos 12 volumes da Revue Spirite, que esteve sob a segura direção do Codificador do Espiritismo desde o dia 1º de janeiro de 1858 até o mês de abril de 1869, porque, apesar de Kardec ter desencarnado em 31/03/1869, já havia deixado preparada com antecedência a Revista de abril de 1869 (3), tamanha a disciplina, dedicação, organização e trabalho exemplares do mestre de Lyon.

E prossegue Henri Sausse na sua valorosa Biografia de Allan Kardec:

«Somente ao reler estas páginas, pude compreender melhor e admirar ainda mais Allan Kardec, e SERÁ REPRODUZINDO ESSAS PÉROLAS, ESSAS JOIAS, ESSES DIAMANTES que se acham nesse rico escrínio – a Revista Espírita – que mais facilmente poderei torná-lo conhecido. Assim, esta biografia será uma autobiografia, pela qual Allan Kardec virá, de alguma sorte, descrever-se a si mesmo e revelar-se tal como sempre foi: pensador profundo, leal, metódico, escritor vigilante e preciso, espírita esclarecido e convicto, afável e tolerante, esforçando-se sempre por regular sua conduta de conformidade com os princípios que professava, praticando-os ele mesmo ao ensiná-los aos outros.»(4) (Destaques nossos em caixa alta.)

Henri Sausse: biógrafo e escritor

Além da referida Biographie d’Allan Kardec(5), apesar de algumas imprecisões observadas na mesma por outros importantes biógrafos Kardequianos, como Zêus Wantuil e Francisco Thiesen (FEB), o biógrafo e escritor Henri Sausse foi autor de várias outras obras, a saber:

Biographie de Léon Denis (Biografia de Léon Denis); Espérance et courage (Esperança e coragem); Le Spiritisme à Lyon (O Espiritismo em Lyon); Des preuves?? En voilà!! (Provas? Ei-las!); La Réincarnation selon le Spiritisme (A reencarnação segundo o Espiritismo); Les séances du Groupe Amitié (As sessões do Grupo Amizade); Mémoire adressé au Congrès Spirite de 1925 (Memória dirigida ao Congresso Espírita de 1925); Spiritisme transcendental (Espiritismo transcendental); À la recherche des origines de l’âme humaine (Em busca das origens da alma humana), etc.

Dotado de vontade férrea e de muita perseverança, lutador disposto a sacrifícios, H. Sausse participou de inúmeras Sociedades, entre elas a “Union Fraternelle de Valence” e a “Union Spirite Française”, sendo muito estimado.

Sausse dedicou-se, a partir de 1869, à difusão intensiva do Espiritismo, revelando-se admirador de Allan Kardec (1804-1869) e, mais tarde, de Léon Denis (1846-1927). Integrou-se no Movimento Espírita de Lyon, onde foi um dos fundadores da Société Spirite Lyonnaise em 1873. Durante mais de 20 anos foi presidente muito dinâmico da Société Fraternelle pour l’Étude du Spiritisme (Sociedade Fraternal para o Estudo do Espiritismo).

Em 1885 foi também um dos fundadores da Fédération Spirite Lyonnaise e o seu Secretário Geral até 1923. Escreveu nos principais periódicos espíritas europeus.

Os biógrafos febianos mencionados acima nos informam (na biobibliografia Allan Kardec, vol. III, pp. 300-301) que H. Sausse era comerciante de profissão, precisando enfrentar, não raro, momentos difíceis, críticos mesmo, contestando acusações gratuitas que estes faziam contra os espíritas e contra a Doutrina, além das perseguições movidas por adversários intransigentes, exigindo de Henri Sausse testemunhos heroicos.

Revue Spirite: farto manancial de Luz

Ficamos muito felizes, realmente, quando constatamos que algumas revistas, periódicos e jornais espíritas da atualidade abrem cada vez mais espaços, em suas luminosas páginas mensais ou bimensais, para a publicação e transcrição de artigos da Revista Espírita, de Allan Kardec, ou de comentários doutrinários a respeito desta Obra monumental para o estudo e a prática completa do Espiritismo.

A tendência é que, com as traduções que existem da Revue Spirite, até hoje três em português (da EDICEL, do IDE e da FEB), e uma em espanhol (da EDICEI, em andamento), os adeptos do Espiritismo comecem a ler e a estudar essa magnífica Obra, a fim de VENCER A INDIFERENÇA que ainda teima em perturbar o estudo e a vivência da referida e preciosa Coleção.

Os 12 volumes da Revista Espírita são valiosos repositórios doutrinários, infelizmente ainda pouco estudados e consultados pelos espíritas em geral, com felizes exceções.

Concluamos o nosso artigo, então, com a palavra avalizada do biógrafo do mestre lionês, agradecendo a Deus e a Jesus pela elevada honra de conhecer o lídimo conteúdo das páginas imortais dos citados 12 volumes (nada menos que 4409 páginas no original francês) da imprescindível Coleção da Revista Espírita, de Allan Kardec:

«Eis o homem que deu ao Espiritismo a sua bela divisa: Fora da caridade não há salvação, divisa que ele não só proclama, como põe em prática. Seu único desejo, pois, é vê-la regular também a conduta de todos os que se dizem e creem espíritas. Meu único mérito neste novo estudo sobre Allan Kardec se reduz, portanto, a um trabalho de copista. Seduzido pela verdade, pela grandeza e pela beleza de certos ensinamentos do Mestre, julguei por bem EXTRAÍ-LOS DOS DOZE VOLUMES que os contêm, a fim de submetê-los aos meus irmãos e irmãs em crença, sem outra pretensão e sem outro desejo senão o de FAZER QUE ELES TAMBÉM O ADMIREM.»(6) (Destaques nossos em caixa alta.)

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

(1) SAUSSE, Henri. Biografia de Allan Kardec. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 208 pp. Prólogo do autor, p. 22. 1ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2012.

(2 e 4) –––––––. ––––––––. Prólogo, pp. 22-23.

(3) KARDEC, Allan. Revista Espírita - Periódico de Estudios Psicológicos (Año 1858). Tradução, do francês para o espanhol, de Enrique Eliseo Baldovino. XC-356 pp. Prólogo-homenaje a Allan Kardec, página III. 1ª ed. Brasília: EDICEI, 2005.

(5) SAUSSE, Henri. Biographie d’Allan Kardec. A edição integral contém, além do Prólogo do autor, um Prefácio de Léon Denis (à 4ª edição de 1927) e também um Prefácio de Gabriel Delanne (1910); a 1ª edição (1896), bem mais resumida, foi incluída posteriormente pela FEB no opúsculo O Que é o Espiritismo.

(6) SAUSSE, Henri. Biografia de Allan Kardec. Prólogo do autor, p. 23.
 

 

 


 
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